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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Viver habitualmente

João Gonçalves 15 Fev 15

 

«Apesar do tempo, apesar do mundo, apesar da crise, os resultados da última sondagem continuam, no essencial, a ser os resultados das legislativas de 1976: 38 por cento para o PS e 27 por cento para o PSD (...). Os portugueses acham que o PS está do lado dos “pequenos” e o PSD do lado dos “grandes” e, em quarenta anos, nada perturbou esta confortável convicção: nem o triste consulado de Cavaco, nem Guterres, nem Sócrates. Quando havia dinheiro, Cavaco ganhava, porque o bom povo gosta de sossego e de se dar bem com os “ricos”. Quando não havia ou havia pouco, era do PS que se esperava um emprego no Estado, um subsídio ou um negócio a precisar de “facilitação” (de uma parceria, por exemplo, ou de um decreto). Adelino Amaro da Costa costumava melancolicamente lamentar o “esquerdismo” do indigenato. Só não se lembrava que esse “esquerdismo” ia de Ricardo Salgado ao último escrevente das Finanças. Hoje, mesmo sabendo isso, o país não quer abandonar o seu conforto mental (...). Ronaldo e José Mourinho satisfazem o apetite de glória da nação. E o império é agora a TAP e a RTP, embora por toda a parte as companhias de bandeira e os canais “em aberto” estejam a morrer por obsolescência técnica e penúria económica. A salvação de que por aí se fala é para o cidadão ou a cidadã normal, como compete a uma sociedade pobre, a segurança e não uma incursão no desconhecido. Por aqui, a modernidade, para não ofender os destinatários, precisa de ser inócua e superficial: o telemóvel, a internet, coisas que não perturbem o deserto intelectual e, claro, emocional em que a Pátria se habituou a viver.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

1 comentário

De fado alexandrino a 15.02.2015 às 23:03

como compete a uma sociedade pobre, a segurança e não uma incursão no desconhecido.


O Dr. Costa que apareceu numa inauguração montado numa bicicleta e noutra deu uns passinhos num aparelho de ginástica, começa a ver a vida a andar para trás. Depois do burro na Calçada de Carriche e mais estas dois números de circo, que mais veremos até às eleições?

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