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portugal dos pequeninos

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Um raro social-democrata

João Gonçalves 3 Mar 15

 Em tempo de escassez de sociais-democratas (seja no PS, no PSD ou fora de ambos), Jorge Miranda persiste como uma raríssima voz representante daquilo que a social-democracia tentou ser em Portugal. Fundou o PPD, saiu do PSD, ajudou a ASDI, apoiou Eanes. Teve um papel determinante na Assembleia Constituinte como um leal e racional defensor da Constituição de 1976. Nestes quarenta anos de regime, interveio sobretudo pela palavra escrita e pelo magistério. Ensinou gerações de juristas. Sobretudo ensinou-os a ler, a gostar de ler. Dizia que até na paragem do autocarro se devia ler. Por junto deu-me aulas em quatro semestres do meu irrelevante curso de direito e em três cadeiras distintas. Daí para diante encontramo-nos muitas vezes: na rua, no Sáo Carlos, até num serviço de finanças. E houve, tem havido sempre, uns bons minutos para uma conversa amável e inteligente. Razões de sobra para regressar ao seu convívio sobre nova letra de forma.

5 comentários

De Costa a 03.03.2015 às 10:57

Não foi meu professor, mas estudei abundantemente por textos seus. Uma ou outra vez cruzei-me anonimamente com ele nos corredores da faculdade, sem mais do que o quase imperceptível aceno e a murmurada saudação que a elementar boa educação naturalmente impunha.


Por esses seus textos, pelo menos, teve papel não desprezível na minha formação e habituei-me a respeitá-lo como referência académica e, antes disso por essa sua passagem pelos primórdios da política pós-1974. Custa-me especialmente sabê-lo por estes dias obediente seguidor de uma grafia repulsiva e que só procuro decifrar quando tal me é absolutamente necessário, e pela mínima quantidade possível.


Por isso e com muita pena minha - porque um conteúdo seguramente interessantíssimo há-de estar apresentado numa forma que me violenta - é um livro que não lerei.


Costa

De João Gonçalves a 03.03.2015 às 12:51

O caro Costa tem razão. Lamentavelmente, o prof. Miranda ( e outras pessoas, algumas de outras academias, que muito prezo) aderiu ao acordês por motivos grossomodo pueris: os brasileiros são x e não y, logo x deve sobrelevar y a bem dessa farsa que é a "lusofonia". Mas quando os livros me interessam normalmente leio-os com um lápis e vou "emendando" para a língua portuguesa.

De Costa a 03.03.2015 às 14:50

E todavia o acordês é uma espécie de terceiro género que não corresponde nem ao correcto português europeu nem ao legítimo português brasileiro. Praticamo-lo nós - isto é, aqueles de nós que perante ele se ajoelharam - mas não os brasileiros, que placidamente continuam com a sua variante ou querem obrigar a ainda mais alterações cavernícolas. Além de que nenhuma unificação ortográfica conseguirá impor uma unificação de sintaxe e vocabulário (nem creio que norma alguma o venha a conseguir).


Como podem então pessoas pensantes seguir essa mixórdia?


Felicito-o pela sua capacidade de emendar (e sem aspas, creia). É uma forma de procurar conteúdo útil, mesmo quando este está escondido na lama.


Costa

De Jorge Diniz a 04.03.2015 às 15:05

Também estudei por livros do Doutor Jorge Miranda. Aliás, ainda hoje utilizo os seus ensinamentos.
No entanto, com muita pena minha, desde o momento que assisti ao filho do Doutor Jorge Miranda, no programa de Fátima Campos Ferreira (RTP), entrar de “galo” e sair tipo “galinha”, após “ataque” proferido por Maria José Nogueira Pinto, entendo a "alteração de comportamento".

De fado alexandrino a 03.03.2015 às 23:10

Será uma pessoa maravilhosa, um grande Professor e alto intelectual.
Mas ajudou, dizem mesmo que foi o Pai de uma Constituição que prevê tudo e o seu contrário e que garantez9ys saúde, educação, casa e emprego para todos os portugueses entre outras maravilhas.

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