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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Menos números

João Gonçalves 4 Fev 15

 

Paulo Macedo juntou-se ao silencioso cortejo de governantes em agonia política. Bastou uma simples quanto terrível frase ("não me deixe morrer") para que isso acontecesse. Isto depois de um mandato bem gerido  - interna e mediaticamente - até ao momento em que deixou de poder antecipar as consequências de alguns actos técnicos, financeiros e administrativos que, pela natureza deles, porventura lhe escaparam. Todavia, politicamente está ao leme desses mistérios insondáveis da burocracia. E a burocracia não pode ser nunca um fim - e, em certos casos dramáticos, "o" fim - mas, antes, um meio ao serviço de qualquer coisa concreta e, sobretudo, das pessoas. "Quem salva uma vida salva o mundo inteiro", lê-se no Talmud. No tempo político que lhe resta à frente do ministério da saúde, sugiro-lhe delicadamente que reflicta mais nisto do que nos números.

A doença e o estado

João Gonçalves 20 Jan 13

Um amigo, avisado nestas matérias e não um simples "achadista", escreve-me a propósito desta "polémica" que «o PS critica o Governo porque está a deitar abaixo o estado social mas, objectivamente, a primeira proposta concreta para deitar o estado social abaixo é do PS ao propor a extinção da ADSE.» Sei que a "proposta" partiu de um militante que tem a mania que é original - defende uma "corrente" chamada "socialismo liberal" - e que a nomenclatura actual desautorizou. Mas a "ideia" de extinguir a ADSE é "transversal" porque tudo o que signifique apoucar directa ou indirectamente os trabalhadores que servem o Estado é, à partida, uma boa "ideia". Estudem melhor, todos, antes de abrir a boca. O António José Seguro, então, tem mesmo muito para estudar e deixar-se de se sentir acossado por fantasmas internos que lhe minam a verosimilhança do discernimento. Esta coisa da ADSE nem sequer tem a ver com aqueles trabalhadores ou com a ADSE propriamente dita. É mesmo por causa do SNS e do modelo que ele deve prosseguir. Para não morrer de vez empanturrado de ideologia e de dívidas.

 

Adenda (de 21.1.13): Uma boa pergunta do Medeiros Ferreira - «Porque será que enquanto o Estado embolsou durante décadas os descontos para a CGA e para a ADSE- em média mais altos do que os exigidos para a segurança social - não apareceu nenhum teórico do nivelamento por baixo que tantos combateram há 40 anos? Tudo tão evidente... »

Seguro de saúde

João Gonçalves 18 Mar 12

Na sicn observo António José Seguro a "admirar", em directo, as "convicções" do presidente da câmara de Leiria, Raúl Castro. A qual delas é que ele se referia? Às do tempo em que ele presidiu a outra câmara pelo CDS? Às actuais, de edil em Leiria pelo PS? O dr. Seguro - que estimo pessoalmente - passou o fim de semana a falar de saúde. Até o profeta Arnaut foi convocado na qualidade de "pai" do SNS. O que nunca se ouviu ao dr. Seguro foi uma palavra sobre o SNS gerido quase ininterruptamente, durante os últimos quinze anos, pelo PS. Não lhe ocorreu que o SNS não se "salva" com retórica ou com demagogia? Não se lembrou de pedir aos oficiantes presentes um "retrato" do SNS legado pela maioria deles e delas, paizinhos e mãezinhas da coisa? Não sou adepto do abandono do sector da saúde aos famosos "mecanismos de mercado" ou aos interesses rapaces das várias "indústrias" que nele se movem. E duvido que, num país com as nossas características, toda a gente consiga perceber perfeitamente o que é a "livre escolha" para poder "escolher". Sobretudo porque há muita gente que, pura e simplesmente, não tem como ou com que escolher. É por isso que, da banda do Estado, a coisa não pode ser tratada com a leviandade de uma cartilha partidária falsamente ideológica como o dr. Seguro pretendeu fazer durante os oito dias de "branqueamento" dos anos passados de uma dívida acumulada insustentável. O SNS e a sua "saúde" financeira existem para servir as pessoas e não para que alguns, dos partidos a interesses mais ou menos obscuros, se sirvam dele.  

ARREPIAR CAMINHO

João Gonçalves 19 Jun 11


«O que se passou no domínio dos cuidados de saúde é um bom exemplo dessa quase obsessão de tudo sujeitar à tutela e à administração directa do Estado. As consequências desses excessos são hoje sobejamente conhecidas. Perdemos muitos anos a recriar o que já estava criado, a recuperar experiência e competências que já existiam, a esbanjar recursos que poderiam ser canalizados para domínios mais carenciados e de maior urgência social. Felizmente, tomou-se consciência dos erros e, lenta mas pragmaticamente, foi-se arrepiando caminho. A recente celebração de um protocolo entre as autoridades de saúde e um considerável número de misericórdias portuguesas, visando a contratualização de serviço público por parte destas, é um passo que me apraz assinalar. Esse passo pode representar uma valorização significativa do sistema nacional de saúde, tornando-o mais eficaz, com maior qualidade de serviço e maior satisfação dos utentes. Temos de reinventar o conceito de serviço público, nomeadamente na diversidade das áreas sociais. Um novo conceito que atenda mais à necessidade de dar uma resposta rápida e adequada aos crescentes problemas sociais da população portuguesa, do que ao respeito de uma visão ideológica que os tempos tornaram obsoleta.
Cavaco Silva

Um tipo sem ombros e com cabelo "à fosga-se", na tvi24, vocifera contra os funcionários públicos e o "privilégio" da ADSE e os restantes "privados" presentes acenam com a cabeça. Saberão o coiso e os outros que os malandros dos funcionários públicos - no activo e aposentados - descontam todos os meses (e, com o OE de 2011, passarão a descontar mais) para a dita ADSE uma percentagem dos seus vencimentos ou pensões? E que, quando recorrem ao SNS, pagam exactamente (não "tendencialmente") o mesmo que "qualquer não malandro que não é ou foi funcionário público" paga? Boa noite e boa sorte.

TENTAR PERCEBER

João Gonçalves 30 Ago 10


Reparo, com agrado, que o Henrique Raposo, sem perda de tempo, seguiu a minha sugestão. E parece que ouviu as explicações que lhe deram, na circunstância, acerca da ADSE. Se precisar de conselhos sobre outras matérias relativas ao Portugalório ou a personagens públicas que, por exemplo, acompanho "intelectualmente" - desde os meus dezassete, dezoito anos precisamente para tentar perceber o Portugalório -, é só pedir. A água tépida do Algarve é muito inspiradora.

DESFAZER EQUÍVOCOS

João Gonçalves 29 Jul 10


Esta Priscila - que não é seguramente a rainha do deserto - faz bem o seu "ponto" acerca de Henrique Raposo e da sua "alergia" liberal (meu Deus, se fosse pelo número dos que se intitulam "liberais", hoje éramos uma magnífica província dos EUA para banhos longínquos desses obesos devoradores de big mac's). Se eu quisesse ser mau, perguntava ao Henrique quem são os "liberais" que financiam os seus estudos e as suas investigações. Com não sou, apenas lhe recomendo que pondere o seguinte. Quem beneficia da ADSE, não o faz de borla. "Desconta" mensalmente de 1 a 1,5% para o efeito, esteja no activo ou esteja aposentado. Para além disso, "desconta" brutalmente em IRS para, entre outras coisas, o SNS onde, quando a ele recorre, torna a pagar as respectivas "taxas moderadoras". Feitas as contas, o repelente funcionário público que estraga o liberalismo caseiro, "desconta" três vezes e paga, fora a ADSE, do seu bolso, o que não é comparticipado quando vela pela sua saúde. Qualquer razoável economista da saúde explicaria de bom grado ao Henrique que o Estado poupava mais se o SNS adoptasse um regime tipo ADSE do que mantendo o "ideológico" Serviço da bandeirinha, esse sim, um poço sem fundo. Por exemplo, o autor do livro da foto.

AGORA É TARDE

João Gonçalves 25 Mai 10

Pensava-se que, ao escolherem este ou aquela para ser membro do governo ou para dirigir organismos públicos, estavam a pensar, à partida, em "gestão eficiente". Por causa do que aconteceu há três semanas e à Judite de Sousa há uma, segundo esse enorme líder mundial vagamente espanholizado que é Sócrates, os membros dos governos europeus desataram a poupar nos rendimentos dos outros, na água, na luz e nas flores artificiais. E alguns, mais sofisticados como a nossa adorável Ana Jorge, lembraram-se da tal "gestão eficiente". O PS que ela representa no governo está no poder há quinze anos e não há praticamente ninguém a gerir nada que seja público que não pertença à seita ou que não declare piedosamente lhe pertencer. Vir neste momento com demagogia estilo "365 dias de trabalho para a nação" é apenas mais uma prega no sudário. Tivessem pensado nisso antes. Agora é tarde.

MORTE MATADA

João Gonçalves 5 Ago 09

Pelo "i" fica-se a saber que, afinal, a gripe A é praticamente inofensiva. «Já matou 1154 mortos em todo o mundo.» De férias mas não abusem. Não é, Paulo?

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