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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 25 Nov 13
João Gonçalves 19 Nov 13
O melhor que há em Mário Soares é Mário Soares, o homem de liberdade e da coragem serena que substituiu Ramalho Eanes em Belém. É verdade, como ele escreve, que todos nós, os da "época", nos lembramos do que foi a "convivência" política entre estas duas criaturas. Por isso mesmo este texto de Soares não pode ser produto de um qualquer sentimento menor de hipocrisia mas, antes, do que de mais genuíno Soares reserva numa altura da sua vida em que não precisa de fazer prova de coisa alguma a ninguém. «Vai ser feita uma homenagem ao primeiro presidente da República eleito em democracia, Ramalho Eanes. Toda a gente desse tempo sabe que tive algumas divergências com Ramalho Eanes. Mas isso não me impede de o considerar - porque é a verdade - um presidente importante, cumpridor da Constituição, que jurou respeitar e fazer cumprir. E mais: que conseguiu normalizar as Forças Armadas após a Revolução dos Cravos, o Estado de direito e a democracia social e a política de entendimento entre os trabalhadores e os empresários. Participei, como se sabe, activamente na primeira candidatura fazendo campanha em seu favor e fui aliado do chamado Grupo dos Nove, que o apoiou imenso até ao fim e com o qual tanto conspirei nos momentos difíceis, quando era necessário evitar que Portugal se transformasse, como se dizia então, numa espécie de Cuba europeia. Tivemos divergências depois da reeleição do presidente em quem aliás votei. Muitas das pessoas de então, civis e militares, se lembram dessas querelas. Mas isso não exclui que, tantos anos depois, com a crise terrível que hoje se vive - e dado o comportamento do actual Presidente, Cavaco Silva, que não faz caso da Constituição que jurou cumprir e fazer respeitar - deva considerar hoje o primeiro presidente em democracia, Ramalho Eanes, como um exemplo de honestidade à prova de bala e que soube cumprir a Constituição da República. É verdade que nem tudo foram rosas nos seus dois mandatos e que teve, do meu ponto de vista, algumas falhas e maus conselhos. Contudo, para um militar genuíno que veio da guerra colonial directamente para presidente e então sem grande cultura política, havemos de concordar que nunca envergonhou Portugal, antes pelo contrário. Como disse, normalizou as Forças Armadas e enraizou a democracia portuguesa. Por isso o aprecio, respeito e acho oportuna a homenagem que lhe vai ser feita.»
João Gonçalves 12 Nov 13
João Gonçalves 19 Abr 13
João Gonçalves 25 Nov 12
A política portuguesa "moderna" vive quase só de incidentes medíocres, de tagarelice parola, de zangas comadreiras e de "protagonistas" sem história. Em 25 de Novembro de 1975, a coragem moral, política e física de alguns dos melhores de nós - coisa de carácter que é uma qualidade com tendência a perder-se - evitou uma "guerra civil" original, um híbrido a meio caminho entre um festival de folclore e um tiroteio a sério. Naquele dia, quando a aventura militar se declarou, de mãos dadas com a extrema-esquerda e a complacência estratégica do dr. Cunhal - que se retirou a conselho de Costa Gomes e mandou evacuar os "civis" das cercanias dos quartéis -, emergiu um homem desconhecido, de ar duro e sombrio, com os olhos escondidos atrás de uns óculos escuros. Liderou com sucesso o "contra-golpe" e impôs-se, de seguida, como chefe incontestado de um exército desfeito, primeiro pela guerra, depois pelas brincadeiras do PREC. Ramalho Eanes foi porventura a criatura que mais poder concentrou nas suas mãos depois da "revolução". Eleito presidente, em 1976, uns escassos sete meses após a sua aparição na conturbada política nacional, era igualmente CEMGFA, comandante supremo e presidente do Conselho da Revolução. Nada disso impediu, antes pelo contrário, que voltasse a disciplina à tropa e que a democracia se institucionalizasse. Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1975, na Amadora, o poder representado pelo Presidente Costa Gomes e pelo Primeiro-Ministro Pinheiro de Azevedo agradeceu publicamente a Eanes e a Jaime Neves, comandante do Regimento de Comandos, aquele gesto refundador e patriótico. Orgulhemo-nos, pois, destes homens sem os quais nada teria sido possível.
João Gonçalves 20 Nov 12
João Gonçalves 5 Out 12
Ainda houve tempo, depois de Bach, para assistir ao final da entrevista de Sandra Felgueiras (uma jornalista particularmente competente) ao General Ramalho Eanes. Ouvi Eanes defender um pacto de Estado (uma boa ideia num momento em que parece faltar o seu sentido ou existir um excesso de parodiantes desse sentido como os "alternativos" do dr. Alfredo Barroso) e explicar aos espectadores outra coisa que também anda omissa: a noção que a ética deve dominar o direito, o direito a política e a política a economia. Aparentemente está tudo ao contrário.
João Gonçalves 25 Abr 12
Mais logo, pelas 22 horas, a RTP apresenta uma entrevista com o General Ramalho Eanes, militar do 25 de Abril e do 25 de Novembro, e o primeiro Presidente da República eleito por sufrágio directo, universal e secreto em 1976. Finalmente a RTP, mesmo que em menos de uma hora de emissão, "libertou-se" da síndrome Mário Soares. Já perdemos a conta aos documentários, programas e entrevistas que a televisão pública, nos últimos anos, consagrou ao agora melindrado democrata Soares (Sampaio passou recentemente a "comentador" da casa). Da mesma forma que os militares, seja sob que maneira for, não tutelam o regime, também não deve existir qualquer tentação dominadora por parte de personalidades político-partidárias por muito carregadas de biografia que estejam. Ramalho Eanes, neste sentido, é uma escolha oportuna para celebrar o "dia da liberdade". Porque tem sido, seguramente, um dos mais livres dos protagonistas destes trinta e oito anos. E porque é um homem austero e a democracia precisa de gente assim para sobreviver eticamente.
João Gonçalves 25 Jan 12
João Gonçalves 25 Nov 11
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...