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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 25 Abr 15
«Os portugueses viveram séculos na esperança de pertencer à “grande civilização” da França, da Inglaterra e da Alemanha; e a copiar em pormenor as modas culturais de Paris. Não se muda uma velha e venerada herança histórica com algumas cenas de histerismo na televisão. Desde o princípio dos princípios que a distribuição na Assembleia da República não muda: 80% para os partidos do que hoje se chama “o arco da governação” e 20% para a extrema-esquerda. O que dá uma definitiva vantagem à direita (que ganhou a maioria absoluta cinco vezes), mas condena o PS a uma quase permanente menoridade (a maioria de Sócrates não passou de uma aberração passageira) (...). Um governo PS será por força um governo precário e fraco e num tempo de crise pode complicar a vida aos portugueses. Os partidos, de resto, no seu conjunto não têm conseguido fazer as reformas de que o país precisa, por falta de legitimidade e força. Estão corrompidos, sem um propósito ou uma visão da sociedade e do mundo; e dominados por bandos de intriguistas profissionais que eles próprios criaram. De certa maneira, a democracia parlamentar em Portugal chegou ao seu fim. Mas não com certeza a democracia em outras formas — como, por exemplo, o presidencialismo - capazes de ordenar a perene balbúrdia em que vivemos e representar o eleitorado como os partidos da República de 76 já não representam.»
João Gonçalves 30 Set 14
Depois de passear o cão - e sabe Deus como os cães não têm parado de deixar "prendinhas" nas ruas de Lisboa para parabenizar o "seu" presidente de câmara de entrada por saída! - vi um bocadinho do programa da Fátima Campos Ferreira (um dos poucos bons encontros de vida nos meus últimos três anos e um ser humano de mão cheia cuja generosidade não esqueço depois de tantas águas turvas por que passou neste blogue). O regime sentava-se no palco, do Bloco ao CDS ou do CDS ao Bloco consoante a perspectiva. O PS da "mudança" e do "futuro" enviou Jorge Lacão que dispensa apresentações: é homem para qualquer estação socialista e que levou dois singelos minutos a abandonar Seguro mal enxergou D. Sebastião a curvar a Praça do Município em Maio último. Se é com estas peças museológicas que Costa pensa convencer o país, está bem enganado. A coligação enviou a dupla Montenegro - Melo que não se distingue especialmente pela eloquência. O PC tinha o jovem líder parlamentar Oliveira e o Bloco o bicéfalo Semedo. Na plateia sentavam-se os "novos partidos". Entrevi Mendo Henriques, Rui Tavares e, sobretudo, Eurico de Figueiredo, um dos fundadores do PS e exilado suiço ao lado do saudoso Medeiros Ferreira, de António Barreto e de Ana Benavente. Parece que o Eurico é agora co-fundador do partidinho de Marinho e Pinto, um demagogo com possibilidades de florescer como um cogumelo venenoso. Não ouvi nada mas uma coisa é certa. Em 2015, a fragmentação que começou nas europeias vai acentuar-se e impedir maiorias absolutas de partido único ou de coligação única. A "maioria silenciosa" não votou nessas europeias nem nas "primárias" do PS. E não existe a menor garantia de que esteja disposta a avalizar o regime nas próximas legislativas por forma a confirmar o "sistema" o que obrigará uma data de gente a dizer e a fazer o contrário do que agora proclama. Só um candidato a Belém credível e com um projecto de ruptura presidencialista poderia porventura "mobilizar Portugal". O resto é treta da mais pura. Velha ou nova, falsa-nova ou velhíssima e dissimulada - treta.
João Gonçalves 31 Mar 14
Sem eleições presidenciais ou para a Assembleia Nacional, e após uma derrota brutal nas autárquicas, François Hollande nomeou um novo primeiro-ministro, Manuel Valls, um social-democrata do PS e, até agora, ministro do interior. Os problemas da França, salvaguardadas as devidas distâncias, são semelhantes aos nossos: desemprego, ausência de crescimento, diminuição do rendimento disponível. E os socialistas gauleses têm exercido o poder praticamente da mesma forma que os governos de centro-direita na Europa da chanceler Merkel. Infelizmente o sistema de governo doméstico não permite a substituição do primeiro-ministro nos termos constitucionais em que é possível fazê-lo em França. Porque, se fosse, Passos Coelho deveria ser substituído, depois das "europeias" e do encerramento formal do programa de ajustamento, por outra personalidade oriunda do PSD uma vez que não parece verosímil a ocorrência de eleições legislativas antes do próximo ano. O primeiro-ministro evidencia, sempre que pode e com aparente gosto, que se "esgota" politicamente no cumprimento do programa que termina em Maio e na consolidação orçamental, custe o que custar. Assim auto-limitado e auto-complacente, revela não possuir qualquer outro desígnio para o país que não seja o de puxar a vida das pessoas para baixo por conta de uns poucos "indicadores" variáveis para cima. É curto.
João Gonçalves 31 Jan 14
Se «o Presidente deve comportar-se mais como um árbitro ou moderador, movendo-se no respeito pelo papel dos partidos mas acima do plano dos partidos, evitando tornar-se numa espécie de protagonista catalisador de qualquer conjunto de contrapoderes ou num catavento de opiniões erráticas em função da mera mediatização gerada em torno do fenómeno político», então as coisas começam a estar facilitadas. Quer no que concerne ao não-protagonista desejado, quer quanto às "opiniões" que esse futuro não-protagonista deve exibir: certinhas, arrumadinhas, nada "erráticas" e escritas numa língua de pau reconhecível e aceitável no "meio" e pelos "nossos". Em suma, uma confirmação, uma obrigação e uma missão. E uma pena. Porque há mais marés que marinheiros.
João Gonçalves 22 Set 13
Depois da entrevista e dos comentários semanais na RTP, José Sócrates vai publicar a sua tese de mestrado em Outubro. É "apadrinhada" e prefaciada por Lula da Siva que vem cá a expensas de uma empresa de construção civil. O que não deixa de ter a sua graça quando falamos de filosofia política. Mas isso não me interessa nada para o efeito. Afinal, o que faz correr Sócrates? A "vontade" de participar no debate público é curto. As audiências também são curtas. A presença na comissão de honra de Costa em Lisboa ainda mais curta é. Não. Sócrates quer "testar-se" numa altura em que os tempos políticos passaram a viver sob o signo do curto-termismo. E quer "testar-se" na frente externa e na frente interna. Um cargo internacional - na Europa, eventualmente -, indicado pelo PS, sozinho ou num governo de "compromisso nacional", podia ser uma hipótese. Mas uma candidatura presidencial ("tecnicamente" afastada numa entrevista a um jornal moçambicano) talvez seja tentadora perante o desvanecimento político e instiitucional em curso. Sobretudo se for assumida com um recorte presidencialista e de ruptura com a "praxis" minimalista em vigor. Os proto candidatos das direitas e das esquerdas que para aí andam, ou contentam-se com o perfil constitucional do PR ou até não desdenhavam diminui-lo um pouco mais. Quando chegarmos às vésperas das eleições presidenciais, se nada de extravagante se passar entretanto e a nação ainda for viva, o país estará exangue e farto das "instituições" e dos seus jogos florais. Os candidatos a candidatos que intuírem que é preciso "outra coisa" talvez obtenham a graça de ser ouvidos. E, com sorte, de ser seguidos nem que seja pela "felicidade" do esquecimento. Nenhuma das eleições previstas até às presidenciais de 2016 apresenta a priori condições para um valente murro na mesa democrática. Não estou a dizer que Sócrates possa, queira ou deva sequer aparecer nelas. Estou apenas a tentar perceber por que "corre" mesmo que, por fim, acabe por não sair do mesmo sítio.
João Gonçalves 25 Mai 13
«O sistema não deu, como se conclui agora, um resultado brilhante. Mas persiste um horror mudo à ideia de um Presidente, chefe do Estado e do governo, eleito pelo povo e removível de quatro em quatro anos, pessoalmente responsável por um programa e com a força suficiente para impor a reforma da administração (central e local), da justiça, das finanças, da fiscalidade e dos serviços ditos sociais. Um homem com experiência e prestígio, suficientemente examinado não nos serve; um homem promovido pelas “bases” de uma facção qualquer, com a sua fraqueza e os seus compromissos, é a garantia de que a anarquia mansa em que vivemos persistirá.»
Vasco Pulido Valente, Público
João Gonçalves 7 Mai 13
João Gonçalves 29 Set 11
João Gonçalves 15 Abr 11
João Gonçalves 12 Dez 10
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...