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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 29 Out 15
Passos Coelho, quando tomar posse amanhã, tem de sinalizar inequivocamente que não chefiará qualquer "governo de gestão". Quem votou PàF votou num governo para quatro anos e, na circunstância, minoritário. Tudo o mais no parlamento deve ser deixado nas mãos daqueles que decidiram rasurar, pela 1ª vez depois do "25 de Abril", o resultado de uma eleição legislativa. Quem bebe pelo gargalo compra a garrafa.
Dá-me ideia que os meus amigos PàF no parlamento ainda não se aperceberam que foram cercados "dentro" do próprio parlamento e não foi por operários da construção civil da cintura industrial de Lisboa. Vem tudo explicado, por exemplo, na monografia de Vasco Pulido Valente sobre a 1ª República. No Observador de certeza é que não vem.
No lugar da "esquerda" ávida não mostraria tanta indignação com a escolha de Sérgio Monteiro para o que foi escolhido. É que um dia destes pode sair por aí uma "biografia política" do homem e consta que o prefaciador é o "senador" Jorge Coelho.
Parece-me que o que Jerónimo de Sousa tem andado a dizer hoje é mais ou menos isto: em matéria de "palavra dada é palavra honrada" à esquerda só mesmo o PC. O que não surpreende.
Como a "esquerda" proibiu a realização de sessões plenárias na AR durante uma semana - o cerco da Constituinte foi mais curto - é natural que não apareça nenhum deputado com uma tshirt ou um cartaz com o logotipo do CM. Tudo é explicável como o José Pacheco Pereira não se cansa de explicar.
Está certo que se trata de decisão judicial, recorrível e discutível como, aliás, o próprio demandante não se cansa de recordar em actos e perorações quando lhe diz respeito. Dito isto não vamos ter direito àquele friso inesquecível de prosélitos da liberdade de expressão e de imprensa, à porta da CML, erguendo cartazes a dizer "je suis Correio da Manhã" e "je suis Sábado"?
Foto: Bruno Aleixo. Nazaré, Outubro de 2015
João Gonçalves 27 Out 15
Está formado um governo patriótico em resultado das eleições legislativas. Todos o são, claro, mas pelas circunstâncias este é-o famosamente.
Se há altura para Passos recuperar o Ministério da Cultura é esta (escrito no domingo)
Se dúvidas houvesse quanto ao que vem a novíssima "arca da aliança" parlamentar é só atentar no que disseram os representantes de tão ilustre saco de gatos no programa da Fátima Campos Ferreira. Sobretudo os do Bloco, os mais recentes "donos disto tudo".
Dizem-me do Bloco, mas sobretudo do PC, que não há como não existir acordo com o PS: Costa, para espanto das criaturas, aceita tudo. E, acrescento eu, o outro PS (o dos bananas e do Assis preguiçoso) também.
A não-esquerda, para não lhe chamar direita como a esquerda gosta, está frouxa, timorata, complacente, ambígua e acívica perante o assalto da nova "arca da aliança" pós-eleitoral. Até as presidenciais andam a toque de caixa desta mistificação não tarda muito "consensual". Aliás, pergunto-me se a não-esquerda, ou a direita como preferem os filisteus, terá algum candidato que não tenha vergonha em se assumir dela.
Marcelo revê-se na presidência Sampaio. Tal como, suponho, mais dois ou três candidatos.Tanto que lhe copia o slogan da primeira campanha: "todos por um" e "um por todos". Convinha, porém, tal como fez em relação ao incumbente pela negativa, esclarecer que partes da presidência Sampaio o encantaram. Digamos que é um conselho amigo.
João Gonçalves 9 Jun 15
Vem aí mais um "10 de Junho", um dia particularmente dado às maiores inaninades pátrias. Sobretudo num ano eleitoral em que parece ter aberto a caça ao dito mais cretino e irrelevante. Já vimos o Doutor Cavaco a aproximar-se subtilmente de Lamego através de cestinhos de cerejas de Resende. Ou o dr. Passos, em Coimbra, nos 75 anos do Portugal dos Pequenitos enfiado, com ela, num bule rendilhado da inominável Vasconcelos. Ou o regime inteiro a visitar as vaquinhas e a tomatada da Feira da Agricultura de Santarém, o nosso Davos dos pequeninos a par com a Ovibeja, mais dada a ovelhas e a carneirada. Ou o perdido dr. Costa num fórum radialista a tentar sacudir o precursor Sócrates (amanhã explico isto melhor no Jornal de Notícias). Ou, ainda, os candidatos presidenciais no "terreno" - Henrique Neto, Paulo Morais do distinto Café Piolho e António Nóvoa, até da coligação se lhe pedirem para ir lá "transportar" o seu "desassossego"- demasiado enamorados por si próprios. Também há, em Lisboa, a Feira do Livro. Há dias, certamente por equívoco, o respeitável psiquiatra Coimbra de Matos "apresentava", numa estância editorial qualquer, um livro de uma senhora. Estava muita gente e percebi que a "autora" em causa era uma tal Raquel Varela que eu ignorava que sabia falar quanto mais escrever. Desandei para casa com um digníssimo Grisham de bolso. Mas vinha isto a propósito de nada e do "10 de Junho". O Doutor Salazar celebrava Camões e o Dia da Raça distribuindo e mandando distribuir veneras pelos órfãos e viúvas da sua estúpida guerra. Este regime manteve o Bardo, mudou os destinatários das veneras e lembrou-se dos emigrantes a quem chamou pomposamente "comunidades portuguesas". O que nada tem, releve-se, de "mito urbano". Estas, as de lá de fora, estão-se muito justamente nas tintas para esta tralha toda junta. A partir de certa idade só se liga a trampa distraído.
João Gonçalves 14 Fev 15
«O que aconteceu na Grécia, nesta versão, é culpa do povo, não dos anteriores governos gregos. Percebe-se, porque o povo votou mal e derrotou o governo preferido por Cavaco Silva e Passos Coelho: o tandem troika-Nova Democracia. Sim, porque se o PASOK tem culpas no passado, a Grécia era até Janeiro governada por um governo membro do Partido Popular Europeu (de que faz parte Merkel, Rajoy, Passos Coelho e Portas) que foi apoiado pelos partidos no poder na Alemanha, Espanha e Portugal. E mais: foi governado pela troika, em conjunto ou em cima, e se os resultados deixaram a Grécia com a gigantesca dívida que tem, e sem “ter feito o trabalho de casa”, a culpa é de quem? Do Syriza? Silêncio. E os gregos não querem austeridade, o pecado mortal da Grécia para Cavaco e Passos. Mas o que é que eles tiveram nos últimos anos: despedimentos, falências, encerramentos, corte de serviços fundamentais, cortes na educação, na saúde, na segurança social, uma queda brutal do produto Interno Bruto? De onde é que isto veio, do esbanjamento e da preguiça inata aos gregos? Como é que se chama a isto, senão uma dura, penosa, cega, punitiva austeridade? Na verdade, como Passos Coelho diz com todas as letras: foi pouco, têm ainda que ter mais. Mas o que nem Cavaco nem Passos dizem, é aquilo que é evidente: não resultou, nem resulta, nem resultará. É uma receita errada quer em Portugal, quer na Grécia. Mas era a continuação dessa receita, aquilo a que chamam “cumprir as regras”, que Passos queria para a Grécia, com aquela cegueira que têm os acólitos e que continua mesmo quando os mestres já estão noutra (...). Ora, a questão não é a de validar o programa do Syriza, ou assinar por baixo de Tsipras e Varufakis, mas a de saber se, no fim de tudo, os gregos têm ganhos de causa ao terem votado como votaram. E se sim, como é que ficam os que tinham para eles a receita de tudo continuar na mesma, votando na Nova Democracia, na obediência à troika, e na política até agora intangível da Alemanha. Esse é que é o mal grego que Cavaco e Passos querem extirpar.»
«A “construção” que a burocracia de Bruxelas promoveu foi abstracta e universalista. A realidade não interessava aos “pais” dessa utopia que se veio a chamar a “União”. Não distinguiam, nem queriam distinguir, entre um luterano da Turíngia e um ortodoxo de Salónica. Distribuíam direitos e deveres como se toda a gente entendesse os direitos da mesma maneira ou tomasse os deveres igualmente a sério. E o euro, além de ser um erro técnico (hoje reconhecido e lamentado), pela sua própria natureza ignora a diferença (...). Pouco a pouco um entendimento de pura mercearia acabou por se transformar na utopia da Europa política, exemplo para o mundo e grande potência. A Grécia vivera desde o século XV ao século XIX no império turco; a Itália até quase ao fim do século XIX era parte do Império austríaco, parte do Papa e parte dos Bourbons- Sicília, que tranquilamente continuavam no século XIX; a Alemanha nasceu em 1870; Portugal e Espanha só saíram das ditaduras de Franco e de Salazar em 1974-1976. Mas que importavam a cultura e a história? No grande saco de Bruxelas cabia fosse quem fosse, lambuzado de uma retórica vácua e de mão estendida à caridade do próximo. A “solidariedade” da “Europa”, que hoje se invoca, não se manifestou em mais do que alguns subsídios relutantes, em troca de uma arregimentação que ninguém pedira ou agradecia. Quando agora os portugueses discutem com exaltação se devem ou não devem apoiar a Grécia ou juram candidamente reformar a União, não se lembram, como de costume, que o seu peso é nulo e, pior ainda, que a “Europa” é irreformável.»
João Gonçalves 10 Fev 15
Vimos ontem o dr. Portas, rodeado pela "sua gente" no governo, muito contentinho com os dados da balança comercial em 2014. O senhor vice parece-se cada vez mais com algumas das personagens em que Alice tropeça nos livros de Lewis Carroll: «If I had a world of my own, everything would be nonsense. Nothing would be what it is, because everything would be what it isn't. And contrary wise, what is, it wouldn't be. And what it wouldn't be, it would. You see?». Não, o senhor PM não "apanha" e está como o melancólico Rei: «"I see nobody on the road," said Alice. "I only wish I had such eyes," the King remarked in a fretful tone. "To be able to see Nobody!» Entre eles, porém, erguem-se os caminhos da Senhora, a fórmula feliz do Medeiros Ferreira para se referir a Merkel, a "Raínha" desta pobre historieta: «if I lose my temper, you lose your head! Understand?» Percebem?
João Gonçalves 3 Nov 14
O que Timor fez com alguns portugueses, nomeadamente magistrados, que "cooperavam" com aquele país é o que se costuma fazer em casos anti-diplomáticos limite, tipo espionagem. Decerto ainda nos lembramos dos belos esforços do bonzinho Guterres junto de Bill Clinton para evitar o pior naquele território que a Indonésia quis seu. E os do então PR Sampaio ou da embaixadora Ana Gomes. Sem contar com o dinheiro investido nas "digressões patrióticas" mundiais de futuros dirigentes timorenses. Por cá fizeram-se corredores humanos, acenderam-se velas, vestiram-se t-shirts brancas, cantou-se "ai, Timor!", etc., etc. Sampaio, aliás, antes e depois fartou-se de verter lágrimas honestíssimas pela causa. Só que Timor, como se costuma dizer, "evoluiu". Fora a Nossa Senhora de Fátima, desde o português a outras coisas, praticamente tudo a vizinha Austrália atraiu fundamentalmente por causa do petróleo. Aos poucos, Portugal tornou-se uma fraquíssima memória distante. A derradeira cimeira da CPLP, onde foi admitida a Guiné Equatorial, como que culminou este deslaçamento e tornou risível a "comunidade". O que sucedeu agora não só é deplorável, como escreve o MNE, como representa uma humilhação desnecessária. Portugal não deve ficar por aí. Chame, para consultas, o nosso embaixador (presumo que não haja menos do que isso por lá) e depois logo se vê. Deus manda-nos ser bons mas não nos manda ser parvos.
João Gonçalves 29 Out 14
«O IPO do Porto está a adiar cirurgias por falta de camas. Os doentes mais afectados, segundo noticia a RTP, são os que sofrem de tumores na mama, próstata e aparelho digestivo. Também a área da reconstrução mamária está com atrasos: a espera pela cirurgia pode ir até aos quatro anos. Em declarações à estação pública, Laranja Pontes, presidente do conselho de administração do IPO do Porto, admite que as longas esperas se devem a restrições orçamentais: "não abro mais camas porque não tenho condições para isso". E o problema poderá piorar, assinala a RTP, devido à impossibilidade da instituição hospitalar contratar pessoal, por falta de autonomia. Para minorar o problema das listas de espera para cirurgias, já foram retiradas camas aos cuidados paliativos.» Lê-se no Diário de Notícias e lamentavelmente acredita-se. Tal como se acredita que, um mês e meio depois, ainda há alunos sem aulas, professores por colocar e um Crato a esvoaçar por aí. Ou uns subalternos para "punir" no "caso Citius". Ou o embuste da "reforma do Estado". Ou uma revista de ciências sociais, outrora prestigiada e livre, agora proibida de circular por causa do respeitinho. Ora se isto tudo somado não é um país de merda, mesmo que "suba" no ranking* dos países bons para "negócios" (da China), o que será um país de merda?
* Portugal subiu quinze lugares no ranking do World Economic Forum e seis no Doing Business. As "reformas" assinaladas para o efeito ocorreram fundamentalmente quando Álvaro Santos Pereira era ministro da economia e visaram, sobretudo, o "factor trabalho" centrifugado, a meu ver, em excesso face a outros. Mas quem ouvir as cucarachas do dr. Lima no México ainda pode julgar que foi ele.
João Gonçalves 27 Set 14
«O episódio da “Tecnoforma”, qualquer que seja o seu fim, impedirá Passos Coelho de readquirir o respeito do cidadão comum e, por isso, em última análise, a sua presente autoridade sobre o partido. Se o PSD perder as legislativas de 2015, ficará por força à mercê das luzes de meia dúzia de autarcas, que, além de não se interessarem pelo país, vêem tudo pela fresta dos seus negócios locais. Do lado do PS, a campanha das primárias não serviu, como Seguro julga, para “democratizar” a eleição de um putativo chefe, serviu principalmente para nos mostrar o partido por dentro; o ódio fraternal que é a força motora daquela agremiação de ressentimentos. O partido não ganhará a famigerada “maioria absoluta”, que por aí apregoa, e o seu destino não irá além de uma coligação impotente, que, com ou sem o PSD, consumará o desastre.» Isto é Vasco Pulido Valente no Público. E isto é Donna Tartt no excelente O Pintassilgo, e vai dar sensivelmente ao mesmo visto do lado de cá. «Eu parava a meio de um passo no passeio, pasmado. De alguma forma, o presente tinha-se transformado num lugar mais pequeno e muito menos interessante.»
João Gonçalves 26 Jul 14
«Não interessa evidentemente comentar o comportamento da diplomacia indígena no caso da CPLP. Como sempre, foi miserável. Nem interessa dizer muito sobre o dr. Cavaco, que ninguém espera que defenda a dignidade da República ou se porte bem numa situação apertada. Mesmo com o dr. Passos Coelho não se pode contar, se lhe acenam com uns negócios para o seu empobrecido Portugal. O petróleo da Guiné Equatorial e a vontade de Angola pesam mais do que qualquer outra consideração presente ou futura. A nós que por aqui andamos a contar tostões não nos faz mal o vexame público do país, que é uma tradição histórica e, pior ainda, um hábito de vida. Embora obedecer ao Império Britânico seja em princípio menos comprometedor do que obedecer a um bando de cleptocratas. Sobretudo quando esse bando de cleptocratas tem razão. O Jornal de Angola escreveu sobre o assunto um editorial, em prosa duvidosa, mas no essencial cheio de razão. Depois de injuriar meticulosamente a opinião de cá (“preconceituosa”, “incoerente” e “estrábica”), o preopinante continua: “Os Media em Portugal praticam diariamente atentados contra a Língua Portuguesa. Nos jornais já se escrevem mais palavras em inglês do que em português. Nas rádios e televisões a situação é (…) pior. Escrever e falar português contaminado de anglicismos e galicismos é uma traição a todos os que falam a língua que uniu os países da CPLP”. Descontando a hipérbole e um certo desconhecimento do que de facto acontece em Portugal, o Jornal de Angola não se engana. Desde 1976 nenhum Governo se ocupou seriamente da defesa da língua. O Dicionário da Academia de Ciências não passa de uma triste imitação do Oxford Shorter, não há uma gramática decente e acessível ao leigo ou um Thesaurus ou sequer, com as confusões do Acordo, um prontuário ortográfico decente e fiável. Também não há uma edição completa e crítica dos “clássicos” reconhecidos, nem a investigação universitária redescobriu a literatura do século XVI ao século XIX, que merecia outra sorte. Em matéria de língua, os Governos ficaram entre a ignorância e o desdém. Ou seja, abandonaram o principal interesse de Portugal e um dos seus melhores meios de influência. Nunca o Jornal de Angola escreveria o que escreveu se nós lhe pudéssemos responder com uma política e uma obra. Mas não podemos.»
Vasco Pulido Valente, Público
João Gonçalves 27 Jun 14
Por esta hora, os "carregadores" dos "sonhos e da esperança" dos portugueses estão a fazer os malotes. O "melhor jogador do mundo" - também conhecido pelos penteados originais, pelas contas-poupança, pelos champôs e pela griffe em cuecas - não foi além da marcação de um golo no Brasil. As conferências de imprensa dos jogadores, dos médicos, do treinador e dos "federadores" retrataram melhor o país do que cem debates sobre o "estado da nação" ou as infinitas sessões comentadeiras de cá para lá perpetradas pelos tagarelas do costume: aquilo era, de facto, o "estado da nação". Talvez para não acabar tão abruptamente com os referidos "sonhos e esperanças", o senhor Presidente da República decidiu continuar a "bater bolas" convocando um Conselho de Estado irrelevante para presumivelmente discutir a "clara noite do nada" (Heidegger) em que consiste o presente e o futuro desta traquitana absurda chamada Portugal. Como se isto não bastasse, o dr. Passos andou pelo "cemitério dos portugueses", em França, a carpir os mortos domésticos da Guerra 14-18. O gesto é inequivocamente bonito e patrioteiro mesmo que a história subjacente não seja a mais edificante. No dia 9 de Abril de 1918, o mítico Corpo Expedicionário Português, quase todo enfiado no dito cemitério, foi literalmente dizimado pela ofensiva alemã chefiada por Ludendorff depois da debandada dos britânicos em cujo exército o CEP estava integrado. Os pobres dos portugueses ficaram, como sempre estiveram, entregues à sua má sorte e à sua irremediável iliteracia: não sabiam inglês e não perceberam a tempo que tinham pura e simplesmente de fugir. Ironia das ironias, tudo aconteceu no dia em que os ingleses se preparavam para render os esfarrapados militares do CEP em La Lys. Esse local acabou por se tornar famoso e por tornar famosos aqueles mortos heróicos, os únicos que temos para apresentar nos "teatros de guerra" em que participámos no século passado. Porque a má consciência, o temor reverencial e o "fardo" de Kipling impedem-nos de nomear os "heróis" da "guerra colonial". Os de La Lys foram simplesmente abandonados ao seu esforço inglório e à sua dramática ignorância. Passaram cem anos e continuamos a não ser exemplo para ninguém em lado algum.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...