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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Uma entrevista inteligente

João Gonçalves 16 Mar 14

 

A de Pedro Santana Lopes ao Público de domingo, numa altura em que parece ter sido decretada superiormente a limitação à faculdade de pensar. «Sobre o manifesto: o acordo do pós-guerra seguiu o princípio de que a dívida seria amortizada em função dos ciclos da economia. Parece-me sensato. Defendi-o. (...) Vejo o lado positivo do manifesto. Mostrar que há outro pensamento. (...) Tenho obrigação de dizer ao meu partido isto: não nos devemos entregar nos braços da ‘bela e sedutora’ Europa, muitas vezes sem sabermos as condições exactas do que aí vem. Ou seja, o que é que vamos fazer, o que é que vamos negociar, o que é que vamos exigir, quais são as cláusulas de salvaguarda. Continuamos a trabalhar um pouco à vista, em função do que vai acontecendo das crises, mas não temos política externa, não temos política de defesa, não temos língua comum. Isto não é um país federal como deve ser, mas estamos a tomar as decisões de entregar um poder à “Washington” da Europa, poderes que a Washington dos Estados Unidos tem, sem que os Estados tenham os mesmos direitos e as mesmas garantias, sem a federação. A Europa tem de falar dos direitos dos mais fracos. Defendo a Europa da coesão social, uma Europa em que se acredita num projecto de convergência das economias e em que tem de haver mutualização de riscos, para não dizer de dívida. Uma Europa com uma economia concebida como um todo, mas não de cima para baixo. Não acredito numa Europa que começa por dizer ‘vamos tirar aos Estados o poder soberano de fazer os orçamentos, já tirámos o de emitir moeda, vamos tirar o poder soberano da supervisão do sistema financeiro’. ‘E se nós só pudermos crescer 1,5%?’, ‘Pois, isso é com vocês.’ Não faz sentido. Temos que trabalhar pelo lado da economia real e não pelos instrumentos de política orçamental e financeira.»

Humano, demasiado humano

João Gonçalves 9 Jun 13

 

Um amigo, muito impiedoso em relação à vida pública, viu um programa com Pedro Santana Lopes. E, por sms, escreveu: "dá quase vontade de lhe dar uma palmada no ombro - é bom tipo". O José Paulo Fafe corrobora. «Longe dos artificialismos e cinismos tão próprios de tantos que são protagonistas do nosso quotidiano e revelando uma alma própria daqueles que ainda acreditam e entendem o que os rodeia. É esse Pedro Santana Lopes que, se calhar, "assusta" todos quantos possuem da política uma visão egoísta, adulterada e oportunista.» Não vi o programa, confesso. Mas não preciso de ver porque me habituei a estimar o "humano, demasiado humano" que há no Pedro Santana Lopes. Uma estima para ficar. De palmada no ombro.

O FADO NASCEU UM DIA

João Gonçalves 27 Nov 11


De Bali, na Indonésia, chegaram imagens de António Costa - num inglês miserável - a defender o fado. Costa apoderou-se habilmente desta campanha e apareceu como grande paladino do evento (o tal país de eventos, uma canga de que não nos conseguimos livrar), juntamente com o voluntarioso Vieira Nery. Mas estas coisas têm uma "história" e um princípio. E não foi Costa que o gizou. Seis anos depois, o Pedro Santana Lopes está de parabéns.

VAI VER

João Gonçalves 3 Abr 11


Ontem, por motivos nobres - uma homenagem às memórias de António Rodrigues Maximiano, João Ribas e Artur Maurício -, não assisti à quadragésima nona intervenção televisiva da semana de Pedro Santana Lopes. A crer no que escreveu um leitor, o nosso bem sucedido ex-1º ministro (agora tão corporativamente solidário com Sócrates, o seu algoz) sugeriu que, se o seu mais recente amor de estimação político ganhasse a 5 de Junho, Cavaco deveria demitir-se. Presumivelmente para antecipar umas presidenciais onde Santana concorreria e seria humilhado como merece. Nunca há bom vento para quem não conhece o seu porto (leia Séneca em vez de Paulo Futre). Dá-me ideia que chegou o momento de declarar, para grande pena minha, Santana como um caso perdido. Mas continue a tagarelar nestes termos dignos de um misto de Lacão com Heloísa Apolónia que vai longe. Vai ver.

QUE LINDO "MOVIMENTO"

João Gonçalves 26 Mar 11


O Expresso traz uma entrevista curta com Pedro Santana Lopes. Para utilizar uma expressão recentemente grata a Medeiros Ferreira, Lopes não sabe recolher a quartéis. A mini-entrevista é uma espécie de oferta de uma caixinha de After Eights a José Sócrates, um recuerdo de um "injustiçado" a outro "injustiçado". Sócrates destruiu Lopes na urnas, há seis anos, mais isso não interessa nada a Lopes. Sócrates, de mão dada com Constâncio, arrumou-o numa vasta prateleira de irresponsabilidade, mas isso agora também não interessa nada. Não. Para Lopes o que conta presentemente é estar contra os "seus" e "compreender" o sofrido Sócrates em regime demissionário e de gestão. Esta é a primeira parte patética da coisa. A segunda, é o "movimento (?)" que ele está a preparar e cujo destino não ser será difícil de adivinhar. Finalmente, Cavaco. Lopes odeia Cavaco (é um direito humano) e o momento em que refere o PR é aquele em que o delíquio por Sócrates (a "compreensão") se torna mais pungente. Porque é a "experiência comum" com Sócrates, a "tensão" com o PR, uma coisa que "tem de acabar na próxima revisão constitucional" pois, diz Lopes, "não há mais nenhum país em que o Presidente possa dizer mal do seu Governo." Lopes, um proto-candidato a Belém em 2016, parece almejar um PR cego, surdo e mudo, não apenas limitado pela actual constituição parlamentarista, mas um verdadeiro eunuco político nas mãos do caprichismo voluntarista dos primeiros-ministros. Que lindo "movimento".

UM HAMLET

João Gonçalves 4 Mar 11

Quantas vezes é que PSL não se "sentiu" já assim? Quantas? Em Hamlet dos pequeninos, não há, infelizmente, melhor. E - isto é um conselho de amigo - se julga que é por aí que se "posiciona" para as "primárias" da direita no "after Cavaco", está muito enganado.

Adenda: Com direito a figurar no "quadro de honra" dos "amigos de Peniche". Que distinção.

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