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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 12 Dez 15
Não tive pachorra para ler a longuíssima entrevista de Passos ao jornal Público. Vi os títulos online. E retive algumas coisas. O presidente do PSD continua naturalmente candidato ao cargo para que foi escolhido a 4 de Outubro: o de primeiro-ministro. A partir de Abril, após congresso, estará relegitimado para o efeito. Esperará por eleições e, apesar de tudo, espera por estabilidade. Ver-se-á se as eleições e a estabilidade também esperam por ele. O PSD não dispõe evidentemente de melhor, ou de diferente, neste transe imprevisto. E Passos, pareceu-me, falou sobretudo para diante como lhe competia. Politizou, e bem, o orçamento para 2016, o tal que será apresentado, atrasado, "o mais cedo possível" e que Marcelo também considera "fundamental". Estava feliz.
João Gonçalves 28 Fev 15
O dr. Passos Coelho foi entrevistado por um semanário. São quatro longas páginas de conversa. As dedicadas à economia e às finanças são previsivelmente insuportáveis. Há, aliás, uma "confissão" curiosa quando o primeiro-ministro assume poder ter existido medidas e cortes "cegos" (designadamente na saúde) mas era preciso apresentar a conta-corrente, de três em três meses, à "consideração superior". Devia ter "encaixado" aí o regresso, já em Maio, aos PEC's sobre os quais não profere uma palavra. Quanto à parte "política", Passos sai-se bem salvo nos elogios indirectos a dois ministros pseudo "reformistas" que inexistem há muito. Demonstra a sua autoridade sobre o governo (e a maioria), desmitifica a "alternativa" Costa (a qual, aliás, se tem encarregado de "desmitificar" a si próprio com denodado método e uma notável persistência) e pede uma maioria para continuar a governar. Se ela não vier, o presidente do PSD não fecha as portas nem sequer à sua permanência à frente do partido ou como lugar-tenente de um hipotético "bloco central". O "estudo de opinião" sobre as eleições que o mesmo semanário edita parece dar-lhe razão. Sessenta e tal por cento dos inquiridos revê-se no "arco da governação" com uma ligeira tendência de supremacia favorável ao PS. Numa palavra, e apesar de o "estudo" ser simpático para a coligação, Passos, ao contrário de Costa, só ganha se ganhar absolutamente. Ora quer um quer o outro estão longe dos 116 deputados para o efeito embora a Costa sirva perfeitamente "chegar na frente" com cerca de cem ou menos. À coligação só serve os cem mais os dezasseis. Abaixo disso acabou-se. Não faço ideia como é que Passos tenciona gerir a apresentação eleitoral da maioria por forma a que o país torne a confiar nele. Talvez lhe conviesse chamar às listas independentes de centro-esquerda e críticos do "pensamento único" destes últimos quatro anos que, apesar de tudo, rejeitam a falácia Costa. E menos das figuras cabisbaixas e quase nulas provenientes da intendência partidária. Não estará tudo em aberto. Todavia nem tudo estará completamente fechado. Fica nas mãos dele.
João Gonçalves 20 Jun 14
O dr. Passos insiste em visar os trabalhadores investidos em funções públicas como a razão de todos os males e infelicidades políticas e jurídicaas que lhe acontecem. Já não tem paciência, exactamente como o seu antecessor, para responder a praticamente ninguém fora do inner circle resumido, hoje, no parlamento, aos politicamente anódinos Marques Guedes, Maduro, Maçães e Moedas. Três anos depois, Passos é uma sombra da "normalidade" que lhe valeu a superação eleitoral de Sócrates. Daqui para diante será visto como mais um "incomodado" por o incomodarem enquanto ele supõe salvar a pátria. A seu tempo, os que votarem preferirão outra coisa qualquer a este logro teimoso e doloso. Um fracasso.
João Gonçalves 5 Jun 14
Talvez devido ao adiantado da hora o dr. Passos não tivesse medido as palavras que proferiu à tribo reunida em Coimbra. Ou então mediu-as muito bem e, aí, fica obrigado a tirar as devidas ilações do que disse. O Tribunal Constitucional não caiu do céu. Sucedeu ao Conselho da Revolução e à Comissão Constitucional. Foi gerado legislativamente na famosa "casa da democracia". A sua composição foi definida pelos partidos e a escolha contingente dos seus sucessivos membros, pelo menos de parte deles, é igualmente da sua responsabilidade. Uma vez "fechada" essa composição, os partidos - a menos que se suponham na Coreia do Norte, na Venezuela, na Turquia ou na Síria para sermos equilibrados nos exemplos - não podem olhar para os juízes como seus lacaios ou moços de recados daqueles a que estão habituados nas respectivas seitas. Por isso há quem defenda (e eu também) que as funções do TC devam ser atribuídas a uma secção do Supremo Tribunal de Justiça para evitar espectáculos inomináveis como aquele a que estamos a assistir. Se o dr. Passos acha - e está no seu direito de achar - que o sistema político não está "à sua altura", apesar de ter sido com este sistema político que foi eleito faz hoje três anos, demita-se e avance, entre outras, com propostas consequentes para o mudar. O eleitorado julgará então. O que não pode - porque é primeiro-ministro de Portugal e não um mero tagarela de café - é dar a entender que o "programa do governo" para o que sobra da legislatura é este rosnar infantil pelos cantos e estas lamúrias inconsequentes a que certamente o Tribunal não dará qualquer resposta. Passos está deliberadamente a pôr em causa o primado do Estado de direito sem nada mais para oferecer ao país do que isso e a sua contabilidadezinha mal esgalhada. Ora tal necedade configura um acto de cobardia política que lhe fica pessoal e politicamente mal. Se persistir em se refugiar nele - com a conivência passiva de um Chefe de Estado entregue a amenidades e a recepções em Belém aparentemente com receio que o céu lhe tombe em cima como acabará por tombar com estrondo -, arrisca-se a chegar a eleições legislativas "normais" e a recolher menos de um quarto do sufrágio, seja o PS comandado, ou não, pelo bonapartismo em marcha ou por um piloto automático. Quem o avisa, acredite dr. Passos, seu amigo é.
João Gonçalves 13 Mar 14
O primeiro-ministro referiu-se depreciativamente às pessoas que subscreveram um manifesto favorável à reestruturação da dívida (e nunca ao seu "perdão", como uma "ideia" mentirosa das coisas insinuou pela voz dele e, hoje, do dr. Lima que falou em "tiros" como se estivesse montado no porta-aviões do seu mentor entretanto desaparecido) como "aquela gente". Não sendo íntimo nem tão pouco afim, política ou intelectualmente, de muitos dos subscritores, reconheço-me todavia no essencial do escrito e defendo, sem hesitações, o direito (que é, em democracia, também um dever cívico) a exprimirem opiniões distintas das que a correcção ilusionista manda que se exprimam. No fundo, o que sobressai é um medo dos nossos pequenos poderes, cuja autoridade moral diminui de dia para dia, perante interrogações que escapam à sua "visão" estreita e timorata dos problemas. Tudo, aliás, porque há Maio à vista. Com eleições e fim de programa de ajustamento que não significa qualquer melhoria na vida de ninguém. A austeridade continuará, reforçada e revivificada, através de "medidas" que muito "corajosamente" só serão conhecidas, ou entrarão plenamente em vigor, no segundo semestre, passado o confronto directo com o eleitorado. O primeiro-ministro não aprecia o cepticismo enquanto atitude cultural e política. Não admira. A interrogatividade não é o seu forte e os seus "explicadores" pelos vistos não o ajudam. Cada um tem o que merece.
João Gonçalves 18 Jan 14
Só conheci Passos Coelho a uns meses de ele ganhar as eleições de Junho de 2011. Falei com ele duas vezes e só o reencontrei como primeiro-ministro, em São Bento, quando se preparava o programa do XIX Governo. Apesar de estar fora do PSD vai para dez anos, nunca me passou pela cabeça "apoiá-lo" por aqui como presidente do partido. Todavia, era ele quem estava em funções naquele mês de Junho e, por consequência, a "mudança" (neste caso de Sócrates) só podia passar por ele. Estive no último congresso do PSD, em 2012, porque pertencia ao gabinete do então ministro adjunto Miguel Relvas mas saí cedo. Aliás, Relvas começou a "deixar" o PSD e o governo nesse congresso ou, mais adequadamente, a ser "remodelável" a partir daí. Basta atentar em quem e no que se seguiu. Na realidade, Passos Coelho nunca me interessou especialmente a não ser na circunstância e no momento em que a sua "normalidade" me pareceu mais adequada para remover o "feroz" Sócrates então já exaurido. No congresso de 2012, recordo-me de a sua "moção" ter passado pela leitura de alguns assessores políticos antes de ser divulgada. Imagino que o ghost writer de 2014 seja, no essencial, o mesmo de 2012, o meu querido amigo Miguel Morgado, salvo nas "partes" mais "partidárias" e "tácticas". E desta nova moção, o que é que se retira? Desde logo que é Passos quem "domina" o futuro da pátria no médio e, mesmo, no longo prazo. Ele veio para ficar, como o Toyota, e para nos "orientar" no pós-troika mesmo sem ter qualquer certeza do que isto será e como, salvo no que diz respeito ao puxar "liberal" da vida das pessoas para baixo e de meia dúzia de duvidosas abstracções, também "liberais", para cima. Praticamente exige ao PS que se comprometa aí por alturas de Abril na sopa turva de um "consenso" para a tal coisa indefinida que ele, Passos, quando entender (ou souber) explicará. Está-se mesmo a ver o PS, a escassas semanas das eleições europeias, a posar para o retrato com os drs. Passos e Portas. Isso permitirá inverter imediatamente o discurso por forma a apontar o dedo ao renitente PS que não se dispõe a "colaborar", e passar adiante. Porque Passos, o peticionário, continua inflexível no seu "amanhã" que ele não faz tenções que acabe em 2015. Toda a moção dá, aliás, de barato que o país não se "salva" sem o concurso da promessa da "nova normalidade" do recandidato a presidente do PSD e, até, a "presidente" do próximo Presidente da República. Qual Zorro, quase que passa incólume pelo ano em curso, por 2015 e por 2016. Com tanto marialvismo político, oxalá não tropece.
João Gonçalves 16 Ago 13
Este é o primeiro "calçadão", em três anos, no qual Miguel Relvas não estará nem ao lado nem por trás de Passos Coelho. Muitos dos que aparecerão em Quarteira a babujar o líder decerto agradecem tamanha fartura. Na verdade, e valendo as coisas e as pessoas o que valem ou deixam de valer, Relvas nunca foi substituído neste tandem com o actual presidente do PSD. Nem podia. Com a sua saída de cena, Passos ficou sozinho apesar da recente recuperação partidária de Marco António. Nenhuma das luminárias que ele inventou (ou que lhe inventaram) para o partido ou para o governo preenche o lugar deixado vago pelo antigo ministro adjunto. Curiosamente um lugar que o "ajudava" mais de fora para dentro do que de dentro para fora. Dito de outra forma, blindava-o. Ninguém imagina quem quer que seja no seu gabinete apolíneo e apolítico - ou na actual Gomes Teixeira - a fazer isso. Passos achou que a "academia" o protegia melhor da "vida real" - da qual ele parece ter verdadeiro horror - do que o voluntarismo leal, mesmo quando mais "trapalhão", de Relvas. O tempo, esse diabo sedento, tem-se encarregado de lhe demonstrar que não é assim. Em política, como em praticamente todas as manifestações da vontade dita humana, não existe gratidão. E o mais amável dos dirigentes acaba sempre, aqui ou ali, por triturar amizades e cumplicidades para sobreviver. Suetónio explica, em regime de pensão completa, este "estado" complexo do poder e dos homens a propósito dos doze césares. Mas a Passos basta a imagem do calçadão de Quarteira para entendermos tudo.
João Gonçalves 28 Mar 11
João Gonçalves 31 Out 10
João Gonçalves 23 Set 10
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...