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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

NOTÍCIAS DO MATADOURO

João Gonçalves 26 Ago 10


Fora a conversa dos dinheiros - uma senhora não discute preços em público sobretudo depois do dr. Salgado ter feito "doutrina" com aquele brocado de que tudo tem um preço menos a honra -, esta entrevista de Manuela Moura Guedes possui a sua graça. A discussão em torno de um possível regresso a Queluz é tão retórica como eu ser entrevistado pelo Mário Crespo ou pela Constança Cunha e Sá. Quem diz daquilo o que Moura Guedes diz, poderá ir para qualquer estação menos para aquela. Talvez, quem sabe, para uma a meio do caminho. Mas isso agora não interessa nada. Há coisas que a Guedes afirma que me parecem razoáveis. Júlio Magalhães é um entertainer e não é um jornalista? Uma evidência. «Está mais à vontade a fazer coisas no entretenimento do que na informação?» Naturalmente. É o que ele e Marcelo perpetram aos domingos à noite e ainda não chegou a época da troca de leitões. «O jornal de domingo tem sido um derrotado sistemático, e isto apesar do investimento feito no Marcelo. Foi um desastre?» Não sabia, mas admito. É só mais um bocadinho de bola e a coisa amanha-se. «As pessoas estão mal, mas querem continuar dessa forma?» Claro. Mas Moura Guedes - de quem gosto muito - deve saber melhor do que ninguém que panem et circenses é o que está a dar, confundindo-se informação com lixeiras e matadouros públicos. Isso, parece, vale milhões e nenhuma vergonha. Estão bem uns para os outros.

Da Manuela

João Gonçalves 15 Nov 09

Em jeito de comentário a este post, recebi da Manuela Moura Guedes o seguinte texto em que apenas fiz alterações de forma estando o original editado lá.

«Meu Caro João,

Ultimamente tenho estado arredada do meu "métier", daí que agora não obtenha tão facilmente como antes a informação sobre a agenda e o paradeiro dos senhores que o Povo elegeu para olhar pelo País. É claro, que, se calhar, sou eu que estou distraída, mas, de facto, estou preocupada sem saber nada do Presidente da Republica!! Primeiro, pensei que estava no estrangeiro, mas nada vi nas televisões sobre aquelas importantes viagens que nos fazem ter orgulho de ser português. Depois, ainda pensei que pudesse ter apanhado a gripe A. Mas não, não podia ser, isso seria motivo para
Telejornais inteiros, biografias intensas de Cavaco e do próprio vírus, comunicados da Ministra, de médicos, paramédicos e paramilitares, planos de emergência laranjas e quiçá vermelhos... Portanto, mesmo eu, arredada que estou destas coisas, teria dado por isso. Ora, sendo assim, não encontrando eu explicação para este mistério, será que me podem dizer: onde está o Presidente da República? Será que ele também está arredado do seu "métier"? É que passam-se por aí umas coisas de que, mesmo eu, agora apenas espectadora comum, não consigo deixar de me aperceber. Eu sei que o Sr. Presidente diz sempre que não pode e não deve "meter-se ", nem fazer comentários sobre questões da Justiça. Pois muito bem, o princípio da separação dos Poderes é uma das regras fundamentais de uma sociedade democrática, mas essa é precisamente uma das questões que, mais do que a gripe A, precisa urgentemente de um plano de emergência e já não vai lá com vacinas porque, essas, só funcionam preventivamente. E depois, Sr. Presidente, por onde quer que ande, já não são apenas assuntos entregues à Justiça, são questões do País, questões de Regime. É um órgão de soberania que está em causa e é também a Justiça como pilar base de uma Democracia que dá sinais de muito pouca credibilidade. E se a Justiça está esforçada apenas em debater questões de forma, não estará o Senhor, como Presidente deste País, obrigado a debruçar-se sobre a substância? Que interessa afinal, para si, se são ou não nulas umas tais de escutas, se o mais alto órgão judicial declara que nessas escutas foram feitas declarações contra o Estado de Direito, que não é mais do que uma forma enviezada de declarar que nessas escutas foram expressos crimes. E sabe, Senhor Presidente, eu estou arredada do "métier" mas preferia não estar, e estas coisas de manipular, proibir, suspender, controlar ou o que lhe queiram chamar mas que têm a ver com a Comunicação Social, são graves, mesmo graves! É por tudo isto que eu não percebo por que é que não sei onde anda o Senhor Presidente. É que, quando foi daquelas escutas que metiam um café, um assessor, umas historietas de jornais para aqui e para acolá, muita intriga politica, enfim... umas escutas de opereta, eu sabia onde o Senhor estava, até o vi na televisão a falar sobre o assunto, embora achasse na minha modesta opinião que não devia ter deixado, mesmo antes das Eleições, que aquela historieta atingisse aquelas proporções porque acabou por ter efeitos perversos. E agora, que há escutas mesmo, ordenadas por um Juiz, que o seu conteúdo parece ir contra o que de mais "sagrado" há num Estado de Direito, não sei onde está o Presidente do meu País!!!! Por favor, digam-me, onde está Cavaco Silva?»

MARÉS E MARINHEIROS

João Gonçalves 15 Set 09



Estive ontem em Queluz - é a "ilustração" deste post - numa gravação para a tvi24 em linha com o Nuno Ramos de Almeida. No segundo piso da redacção da tvi, onde decorreu a gravação, encontrei a Manuela Moura Guedes. Trabalho há mais de vinte anos e já assisti a diversos "filmes" parecidos com este. A Manuela está por lá, literalmente a um canto, presumo que a ver passar os comboios e os "alinhamentos" do telejornal. Não é uma prateleira porque é uma secretária. Fiz-lhe apenas notar que há mais marés que marinheiros.

Adenda: Fala-se no vídeo em Medina Carreira. O livro dele - em forma de entrevista com Eduardo Dâmaso, director-adjunto do Correio da Manhã - intitulado Portugal, Que Futuro?, acaba de ser editado pela Objectiva.

NÃO É PRECISO DIZER MAIS NADA

João Gonçalves 4 Set 09

Com a sua preclara subtileza, Sócrates «conseguiu transformar Manuela Moura Guedes no grande problema do Governo com o país no estado em que está.» Vasco Pulido Valente, que partilhava com ela o telejornal das sextas-feiras na TVI, escreveu isto em Abril deste ano. A Manuela passou por aqui em Fevereiro. Podia ter vindo hoje.

«Acham que o boicote sistemático por parte do Governo ao Jornal Nacional de 6ª não é uma desvantagem muito grande em relação às outras estações? Estar dois anos e meio posta de lado por razões "ocultas", sem saber se algum dia haverá regresso... convenhamos, também não é fácil. É certo que voltei, sim. Camafeu assustador, admito, para aqueles que não encaram a verdade, mas, mesmo assim, mesmo para esses (há sempre a esperança que mudem) a dar a cara, como sempre dei, por aquilo em que acredito. Pela liberdade de expressão, por um jornalismo livre, independente de qualquer tipo de Poder. »

Não é preciso dizer mais nada.

DEPOIS NÃO SE QUEIXEM

João Gonçalves 3 Set 09


Kim-Il-Sócrates atingiu o seu momento "zen". Primeiro, foi ao Porto num avião de propaganda ao "sim" da Irlanda ao tratado de Lisboa e falou como um líder admirável. Norte-coreano mas já a roçar Józef Klemens Piłsudski, nascido ainda no século XIX. Até na Irlanda ele quer mandar, imagine-se. Segundo, o Kim português e os seus (nacionais ou estrangeiros) deram instruções para parar o Jornal de Sexta da Tvi, dirigido pela Manuela Moura Guedes. Não vale a pena disfarçar com as habituais plumas e lantejoulas "à la Pitta" dos acéfalos simplórios. É uma manobra fascista do PS de Sócrates, dos seus aliados e lacaios. Resta saber quem, dentro da TVi, vai alinhar nesta farsa depois de alguém ter acedido às exigências do duce que mandou transferir a emissão de ontem (debate com Portas) para território "neutro" em Paço de Arcos. Até fez questão de chegar atrasado para mostrar quem manda. E ninguém levantou o rabo da cadeira para o deixar a falar sozinho. Ora não é preciso ser anarquista para saber que os que obedecem sustentam os que mandam. Vem aí a grande separação e os velhos navios cheios de fantasmas deste "socratismo" cretino em fim de carreira que nos envergonha a todos. Sobretudo aos que ainda têm um rosto dentro do PS. E não se esqueçam que, quando Marcelo foi corrido da TVi, até o choramingas do dr. Sampaio o recebeu e o país tremeu de indignação. Que sejam, pois, apontados a dedo estes vermes pusilânimes. E fuzilados sem mercê pela força da palavra e do voto. Depois não se queixem.
«Estive dois anos e meio sem apresentar o "Jornal Nacional" e tem alguma graça ver que a estratégia do governo, na altura em que reapareci, passou por tentarem não dar importância a este jornal. Convidei ministros e o primeiro-ministro e descobri essa estratégia: ninguém aceitou os convites.»

Manuela Moura Guedes, i


Adenda: Com amigos destes...

AO MESMO

João Gonçalves 28 Mai 09


A ERC, um corpo esquisito criado pelo governo e pelo dr. Santos Silva, "considerou" que o Jornal das Sextas, da TVI, violou "normas ético-legais". Sempre aqui se escreveu que esta ERC é a ASAE dos jornalistas, uma coisa asséptica destinada a "purificar" a mensagem e a punir o mensageiro. O presidente da dita, aliás, podia perfeitamente ter servido o Estado Novo. Tiques como aquele de rejeitar um determinado profissional para lhe fazer uma entrevista suponho que nem ao Dutra Faria devia ocorrer. A ERC não tem autoridade moral para fazer recomendações éticas. É uma excrecência política do PS escondida sob a capa de "entidade reguladora". Mais valia ter o Arons de Carvalho - essa velha raposa controleira da comunicação social, agora armada em "queixinhas" - como porta-voz. Ia dar ao mesmo.

Foto: Nuno Ferreira Santos, Público

RASCA

João Gonçalves 22 Mai 09


Vital Moreira é um ersatz de Santos Silva. Marinho Pinto tornou-se num ersatz rasca de Vital Moreira e de Santos Silva. A Manuela Moura Guedes é uma jornalista que se portou à altura de uma senhora. Até quando é que a Ordem dos Advogados vai ter à frente dela alguém que não sabe, afinal, estar à altura das suas responsabilidades?

PARABÉNS, MANUELA

João Gonçalves 10 Mai 09


Reparo, através dos "shares" televisivos publicados nos jornais, que o Jornal Nacional de sexta-feira, na TVI, é invariavelmente o primeiro dos telejornais em audiência. Passou entretanto um ano sobre o regresso da Manuela Moura Guedes e da sua equipa. Conheci pessoalmente a Manuela na sua casa de Lisboa, a Alvalade, perto das piscinas do INATEL, quando acompanhei a Ana Pereira da Silva (então sua colaboradora num programa da RTP e hoje jornalista da Visão) na "passagem de ano" festejada naquela dita casa no princípio dos anos 90, não sei precisar o ano nem interessa para o caso. Entre outros, estavam Judite de Sousa, Alexandra Lencastre e Vergílio Castelo. E Moniz, naturalmente, à altura director da RTP. Foi uma noite divertida. A Manuela tem um "estilo". Nem sempre estou de acordo com ele mas prefiro, de longe, que ela exista (com o seu "estilo" sem o qual não seria ela) a não haver um telejornal como o que ela apresenta e que, competentemente, a sua equipa prepara. Alguém já os desmentiu? Não troco a liberdade de expressão por nada. Informar com verdade é risco e dor. E, num país embotado, atento e venerador como o nosso dói muito. Desprezo a "moleza" institucional da maioria do nosso jornalismo, sempre tão consensual, irrelevante e complacente que tagarela apenas para descanso de quem pode e manda. Parabéns, Manuela.

Foto: daqui

«Não tenho culpa que o actual primeiro-ministro tenha um passado recheado de episódios que vale a pena investigar! Estão constantemente a aparecer... Não vou investigar porque é o primeiro-ministro?! Pelo contrário: ele tem de ser ainda mais escrutinado do que os outros.»

Manuela Moura Guedes, Público



«Revi os JN6 de 13 de Fevereiro (que motivou queixas na ERC), e o de sexta passada. Há neles uma série de reportagens e notícias sobre Sócrates e o Governo. Ainda bem que assim é. Eles estão no poder, têm de ser escrutinados. As notícias são correctas. Estão fundamentadas. Procuram o contraditório. Não encontrei uma única notícia com erros factuais. Nem Sócrates, nem o Governo, nem o PS, desmentiram uma única das notícias. O JN6 não tem culpa, como não têm os portugueses, de o nome de Sócrates aparecer numa série de “casos”, alguns deles investigados pelas autoridades, até a nível internacional. O que se espera, sendo ele o primeiro-ministro de Portugal? Que o jornalismo se cale? Ou que seja calado? Não conheço os fundamentos das queixas à ERC, mas se os queixosos se indignam com jornalismo factualmente correcto que não teme o poder, apetecia apresentar queixa dos queixosos. Invertendo a ameaça de António Vitorino em 2005, bem podemos dizer-lhes para se habituarem à liberdade.»

E. Cintra Torres, idem

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