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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

 

Para este fim de semana que se anuncia chuvoso, ventoso e cheio de alertas laranja e vermelho por todo o lado, tenciono intercalar a Maria Stuarda na Gulbenkian, a partir de Nova Iorque, com o livro da foto, da autoria do jornalista António José Vilela, que recebi hoje. Não conheço a maçonaria de que mais fala o livro, a do século XXI, e os actuais "obreiros". Deixei-a ainda no século passado pelo que olho para muita coisa com as ironias e cansaços do verso do Régio. Nos múltiplos anexos, encontrei o "Testamento maçónico" onde está escrito que «o Testamento maçónico não tem a ver com bens materiais, é um Testamento filosófico.» Será que todos os maçons conseguem compreender isto?

Os nossos assangezinhos

João Gonçalves 30 Ago 12

 

Volta não volta, regressa a Maçonaria. Para o meritório propósito do enchimento de chouriços em forma de folhas de órgãos de comunicação social, uma coisa com mais de um mês de edição na internet passou para a televisão com o incandescente termo "pânico". Alegadamente o dito "pânico" aterrou nas cabeças de cerca de mil e quinhentos maçons - vivos, mortos, desaparecidos ou "adormecidos", o rigor aqui não interessa nada mas, sim, a conspícua "teoria da conspiração" de meia dúzia de monomaníacos - cuja identidade (e respectiva Loja dentro do Grande Oriente Lusitano, GOL) foi posta a nu para consolo de outra meia dúzia de voyeurs e aparentados. Também lá estou e, confesso, não fui acometido de nenhum ataque de pânico. Já tinha aqui explicado, a benefício de inventário, a minha relação - breve em ambos os momentos - com o GOL. Agora apenas serviu para me recordar o nome da última Loja por que passei do qual, nova confissão, me tinha esquecido completamente. "Adormecido" desde 1997 - embora, e tal como no direito de família com a afinidade pós separações e divórcios, a "qualidade" maçónica nunca se perca -, é-me indiferente a divulgação desta espécie de index paranóico para consolo onanista de uns quantos "assangezinhos" de trazer por casa. Todavia admito que outras pessoas não pensem assim e vejam nisto, uma vez mais, um sinal daquilo que Jorge de Sena denunciou em verso, «este descaso/ de assassinos que se pisam sem desculpas

ÉPOCA DE CAÇA

João Gonçalves 10 Jan 12


Não me recordo de, nas várias ocasiões - e foram muitas - em que o PS mandou no governo e no país (absoluta ou não absolutamente), ver tanto pernóstico a "exigir" que os maçons revelem que o são.

SUCEDEU-ME A MIM

João Gonçalves 6 Jan 12


A converseta em curso sobre a Maçonaria recorda-me o verso famoso do Régio: "há, nos olhos meus, ironias e cansaços". Entrei para o o GOL (Grande Oriente Lusitano) em 1988 e cheguei a ajudar a fundar uma Loja, a Fénix, no ano seguinte. Não aqueci o lugar. Regressei mais tarde a uma outra Loja do GOL, no final dos anos 90, mas sinceramente não me recordo do seu nome mas percebi que já era outra coisa e que os "irmãos", não todos, pretextavam a Maçonaria para diversificados fins. Tive a honra, nessa altura, de participar numa sessão na Loja do Dr. Fernando Valle, em Coja. Mas voltei a não aquecer o lugar. Para usar o termo canónico, estou "adormecido" vai para quinze anos. A Maçonaria interessa-me no sentido que interessava a figuras como, por exemplo, Oliveira Marques ou o referido Fernando Valle. Julgo que os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade constituem património civilizacional indisputável e pacífico. Deploro que ramos "modernaços" da Maçonaria levem a que aquela apareça condenada na praça pública apenas porque alguns dos seus alegados membros a ela se juntaram a pensar noutras coisas que não nos seus ideais nobres. Da mesma forma que considero uma imbecilidade atacar a Igreja porque há membros seus que cometeram crimes de natureza sexual ou outra, ou as ordens de advogados e as magistraturas por albergarem putativos arguidos e réus. Este post do José António Barreiros, com uma ou outra nuance, e "obreiro" em efectividade de funções, vai no mesmo sentido. «O facto de a sociedade dos pedreiros-livres se prestar a conluio e a perversões é tão antiga como a sua existência. A sua defesa e os ataques contra ela são parte da História Contemporânea. Trata-se de uma entidade que já recebeu como irmão o ditador Augusto Pinochet e de que fizeram parte a quase totalidade dos Presidentes dos Estados Unidos da América e grande número de membros da Família Real Inglesa. Além de uma multidão de pessoas que, em termos de importância social, são nada. E gente decente que nada tira e tudo dá. Há nela de tudo. E há sobretudo quem esteja nela pelas mais díspares razões, incluindo as moralmente honestas. E quem a abandone pelos mais variados motivos, incluindo os miseráveis e até pela inconsciência de ter estado. E o seu contrário. Alexandre Herculano, ao ter saído, mal entrara, escreveu, em 1876: «Uma das minhas rapaziadas foi ser pedreiro livre. Não tardei a deixá-la (à Maçonaria). Achei a coisa mais inepta, mais inútil e muito mais ridícula que uma irmandade de carolas». Sucedeu a muitos.» Sucedeu-me a mim.

TRABALHAI E PERSEVERAI

João Gonçalves 25 Jun 11


Tantos disparates que se dizem e escrevem sobre a Maçonaria.

A PRANCHA DE COSTA PIMENTA

João Gonçalves 3 Fev 10


Este acórdão do STA vale a pena ser lido, não pelo que decide, mas sobre o que decide. E vale a pena apenas ler as "alegações" do recorrente Costa Pimenta, juiz e autor do livro da foto. Com o devido respeito, é de rir à gargalhada. Um acórdão passa a "prancha" - a prancha é um trabalho qualquer apresentado em Loja maçónica -, Salazar é um "grande maçon", alguns conselheiros não terão «dado a conhecer essa sua excelente qualidade [de alegados maçons], nem sequer às respectivas mulheres e família», qualidade essa assinalada mediante «um pacto de sangue firmado» que implica coisas tais como cumprimentarem-se «com um beijo», adoptarem «um nome de código ou «simbólico» com vista a ocultarem esse relacionamento de irmãos.» E «têm combinados entre si, para comunicações ocultas, sinais, toques, as palavras, baterias, e maneiras de andar ou «marchas.» Finalmente, tudo isto redunda «em rituais secretos» que utilizam «caixões, esqueletos, caveiras, panos pretos, luvas brancas, espadas, sal, enxofre, ossos, tochas e aventais e o sinal de saudação nazi (sic).» A Maçonaria é do domínio do simbólico, valendo o que vale. Não é do delírio ou do vampirismo.

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