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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Uma opinião

João Gonçalves 19 Mai 12

O meu amigo de sempre, José Medeiros Ferreira, pediu-me, por razões técnicas pessoais, que evidenciasse por ele a sua "carta ao Presidente" publicada na  coluna de opinião semanal no Correio da Manhã. É claro que não acompanho o teor da mesma mas sou um feroz adepto da liberdade de espírito. Sobretudo não vejo necessidade de celebrar a instauração de uma ditadura (o 5 de Outubro) e, apesar de acreditar na força simbólica de dois ou três momentos nacionais, creio que é relativamente indiferente "puxar" a sua celebração para os fins de semana anteriores ou posteriores. Dito isto, também julgo que o "problema" não é os dias feriados, em si, mas as famosas "pontes" que às vezes propiciam. Podemos ser sempre patriotas mas não devemos estar condenados a ser permanentemente tropicais.

OUTROS TEMPOS, OUTRA GENTE

João Gonçalves 30 Mar 11

Ao fim do dia, no Pavilhão Chinês, o José Medeiros Ferreira perguntava-me quais seriam os melhores cronistas de jornais que ambos conhecemos (e/ou lemos). Coincidimos em três nomes: Fernando Piteira Santos, Victor Cunha Rego e Vasco Pulido Valente. O Medeiros acrescentou Nuno Brederode dos Santos. Conversas entre o Medeiros e alguém que (cito-o da dedicatória nos estudos em sua homenagem) o "acompanha com a sua liberdade e a sua crítica neste (seu) "Longo Curso" de vida". Pode crer.

Adenda: O Medeiros participa numa "maratona" de comentadores da tvi24 escolhidos por Júlio Magalhães. Que os escolheu e que agora deixa a direcção de informação. No 1º painel está Santana Lopes que, se lhe pedissem para comentar o boletim meteorológico (e ele comentava), conseguiria lá meter uma bucha contra Cavaco. Alguém que o livre rapidamente desta doentia cretinice. Ou nos livre dele como comentador monomaníaco.

Adenda (do dia seguinte) : O "modelo" escolhido por Magalhães para se despedir não podia ter sido mais desastroso independentemente da qualidade de alguns participantes. Só a presença final (e fatal) desse sublime papagaio socrático que é Peres Metello era o bastante para estragar tudo. Imagino que nem o mais irrelevante a

POUCO APROVEITADO

João Gonçalves 27 Mar 11



Esqueçam a capa, esqueçam as primeiras 49 páginas e passem logo para a 50 da Pública deste domingo. Medeiros Ferreira, meu querido Amigo de há décadas, e prefaciador do meu primeiro livro, "ser errático" como se define (e eu gosto), e sim, definitivamente alguém que Portugal aproveitou pouco, é ali entrevistado. Se hoje, leitores, sois europeus de papel passado pela União (porque, no fundo, sois os mesmos burgessos, sempre prontos a deixar crescer a unha do dedo mindinho dentro da cabeça e a eleger os chefes dos vossos partidos em manada), à intervenção de Medeiros o deveis. Por isso, quando vejo gente a babar-se para cima do "génio" do Amado - actual MNE com ar de Sandokan do Fogueteiro - não posso deixar de recordar os versos do Régio. Há, nos olhos meus, ironias e cansaços. E no Medeiros também.

Adenda: Há uns cromos - se calhar sempre o mesmo idiota shallow - que, volta não volta, vêm aqui deixar um comentário pseudo-erudito sobre o meu alegado "ressabiamento". Com uma insistência típica de "ressabiados". Não vale a pena, porém, porque gente estreita e ainda por cima anónimos não "passam". Vão directamente para o "trash".

AJUDAR A PENSAR

João Gonçalves 18 Mar 11


Já se sabe que o actual PS é um amontoado de quadrilheiros desbiografados. Por isso, e não sendo forçoso concordar-se com tudo o que Medeiros Ferreira diz é bom que ele o diga e que o pense. Porque, tipicamente, pensamento é algo que desapareceu do partido de Soares, uma coisa agora entregue a franco-atiradores e a pessoal menor.


Adenda de sábado: A posição de Carrilho sobre isto, deixando de fora o insuportável Costa que Medeiros sugere. Dito isto, o autor deste blogue está-se relativamente nas tintas para o futuro imediato do PS por cujo "presente" vamos pagar caro. "Este" PS (de Sócrates &Cia.) deve ser removido impiedosamente. Mas Medeiros e Carrilho são amigos que respeito.

LIVRE E ÚTIL

João Gonçalves 3 Mar 11


«Desde o exílio em Genebra que ser universitário fora uma maneira máxima de ser livre e útil, mantendo-me refractário aos pequenos poderes do mundo.»

José Medeiros Ferreira

UM CONVITE

João Gonçalves 1 Mar 11


Aumente a imagem que vale a pena. Cada vez mais, aliás, só vale a pena prestar atenção a meia dúzia de coisas e de pessoas.

IRONISMO POLÍTICO REFORMADOR

João Gonçalves 23 Fev 11

Ouve-se agora muito António Barreto tal como em Un Ballo in Maschera se ouve Ulrika. Mas, ao escutar Medeiros Ferreira (em boa hora "recuperado" na tvi24 por Constança Cunha e Sá), percebe-se quem era (é) o verdadeiro reformador.

À ESPERA DOS BÁRBAROS?

João Gonçalves 19 Jul 10

Encontrei o José Medeiros Ferreira, no D. Maria, com a Maria Emília. Bem humorado, sempre certeiro, amigo, o Medeiros faz parte de uma paisagem da qual fui forçado a expulsar tanta gente quanta a que me expulsou da sua. A vantagem do decurso do tempo - e a poesia de Kavafis que ali ouvimos não fala de outra coisa - é podermos decantar, com ou sem a ironia dos versos, as amizades e o resto. O Medeiros apareceu (mais rigorosamente, fui eu quem apareceu) em 1979, nos meus improváveis dezoito anos, para ficar. E justamente, entre 82 e 83, as coisas foram assim como ele as conta singularmente. «Não fui um entusiasta da revisão de 1982 no que disse respeito aos poderes presidenciais. Ela foi feita com aquela« largueza de vistas» de quem queria apenas arrumar politicamente com o general Eanes. O pacto inter-partidário PS-PSD nesta matéria está em vigor há perto de três décadas. Para os nostálgicos de pactos de regime, aí está um, e dos duros.» Os jogos florais entre o PS e o PSD este fim de semana não passam precisamente disso, de jogos florais. E de quem sabe que não haverá nenhuma revisão constitucional nem nenhum candidato presidencial que rompa com isto propondo ele uma. Que melhor referendo a isso que uma eleição presidencial? Por que é que há-de ser o parlamento o preponderante nesta matéria? Só uma cultura democrática de pequeninos é que pode refugiar-se na epifania parlamentar ou inclinar-se perante ela. Cresçam. Ou estão à espera dos bárbaros?

Que esperamos na ágora congregados?

Os bárbaros hão-de chegar hoje.

Porquê tanta inactividade no Senado?
Porque estão lá os Senadores e não legislam?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
Que leis irão fazer já os Senadores?
Os bárbaros quando vierem legislarão.

Porque se levantou tão cedo o nosso Imperador,
e está sentado à maior porta da cidade,
no seu trono, solene, de coroa?

Porque os bárbaros chegarão hoje...
E o imperador espera para receber
o seu chefe. Até preparou
para lhe dar um pergaminho. Aí
escreveu muitos títulos e nomes.

Porque os nossos dois cônsules e os pretores,
saíram hoje com as suas togas vermelhas, as bordadas,
porque levaram pulseiras com tantas ametistas,
e anéis com esmeraldas esplêndidas, brilhantes;
porque terão pegado hoje em báculos preciosos
com pratas e adornos de ouro extraordinariamente cinzelados?

Porque os bárbaros chegarão hoje.
e tais coisas deslumbram os bárbaros.

E porque não vêm os valiosos oradores como sempre,
para fazerem os seus discursos, dizerem das suas coisas?

Porque os bárbaros chegarão hoje;
e eles aborrecem-se com eloquências e orações políticas.

Porque terá começado de repente este desassossego
e confusão. (Como se tornaram sérios os rostos.)
Porque se esvaziam rapidamente as ruas e as praças,
e todos regressam tão às suas casas muito pensativos?

Porque anoiteceu e os bárbaros não vieram.
E chegaram alguns das fronteiras,
e disseram que já não há bárbaros.

E agora que vai ser de nós sem bárbaros.
Esta gente era alguma solução.


Konstandinos Kavafis

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