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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A ÚLTIMA DA SÉRIE

João Gonçalves 7 Nov 11

Gabriela Canavilhas foi a última de uma absurda série de três ministros da cultura do eng.º Sócrates. Dotada de uma invulgar incontinência verbal, a senhora - eminentemente esquecível no posto que ocupou como, aliás, os colegas da série - não cumpriu um módico de nojo e debitou um artiguinho no jornal Público alegadamente sobre a cultura e o actual governo. Há dias, Manuel Maria Carrilho escrevia, a propósito do PS, que, «como já dizia Montaigne, a integridade é a capacidade de se assumir a responsabilidade pelos actos. E a responsabilidade, por sua vez, é o vínculo que liga a nossa palavra e os nossos actos, bem como as nossas opções e as suas consequências. Sem responsabilidade não há integridade e, sem esta, a credibilidade esfuma-se. Sabe-se bem que não há futuro para quem foge do seu passado. E que o ressentimento tanto bloqueia a lucidez como distorce a ética.» Qual é a parte que Canavilhas não percebe?

NUNCA MAIS

João Gonçalves 13 Mar 11

«Não me aflige nada que os jovens criadores saiam do país. Vão e demorem muitos anos», disse Gabriela Canavilhas, a ministra da cultura, não sei em que contexto. Absolutamente nula enquanto membro do governo (num governo que não existe a não ser na magnífica pessoa do Chefe), Canavilhas devia seguir imediatamente o conselho que dá. Também a sua colega Alçada, a escritora infantil, remeteu os professores de educação visual e tecnológica (presumo que seja o antigo "desenho") - que deverão ser sumariamente extintos a bem das contas públicas - para o ministro das finanças. Aparentemente o ministro das finanças já "acumula" a pasta da educação. «Vão e demorem muitos anos», aconselha a azougada Canavilhas. Vão e não voltem. Nunca mais.

Adenda: Ou nas palavras do Pedro Rolo Duarte num momento livre de "joaogobernices" - «Um primeiro-ministro de um país civilizado – ou um primeiro-ministro civilizado, apenas – olharia para este momento com apreensão. Talvez caísse em si. Talvez percebesse que o seu tempo tinha chegado ao fim. Em boa verdade, num país civilizado já teria ido para casa.»

CADÁVERES ESQUISITOS

João Gonçalves 14 Fev 11


Gabriela Canavilhas deve imaginar-se a primeira ministra da cultura de Portugal. Vai daí, cavalga as suas próprias trapalhadas em torno da indefinição estutária dos teatros nacionais e "projecta" uma "rede" de teatros municipais, projectada ainda ela estava longe de sonhar com o cargo. Também "promove" um "fundo de apoio à internacionalização" da cultura portuguesa, com a preclara fundação edp, como se nunca antes tivesse havido apoios para isso. Os organismos sob a tutela política de Canavilhas, de uma maneira geral, são uma espécie de cadáveres em férias de qualquer função "cultural" ou de uma qualquer e vaga ligação da "cultura" com a sociedade. Os teatros nacionais vagueiam na maior das indiferenças e no maior dos equívocos em matéria de produção artística. Não há ópera e o São Carlos vegeta no esplendor da sua insignificância periférica depois de se ter aproximado do melhor que se faz Europa fora. Os museus definham, paupérrimos e envergonhados. Canavilhas é apenas mais um mandarim do marketing rasca num governo cheio deles.

QUEM É QUE NOS PREVINE DELA?

João Gonçalves 20 Nov 10


Como leio pouco os jornais, não sei onde é que a ainda ministra da cultura, D. Canavilhas, falou. Mas pelos rodapés das televisões vejo passar os seus dislates. Diz ela que é preciso uma "estratégia preventiva" para o sector do património quando, a ser necessária alguma coisa, o que é preciso é prevenirmo-nos contra a insane Canavilhas. Que consente enfiar (ou seja, anular) os teatros nacionais todos na aberrante OPART, apesar de, finalmente, ter percebido que, no caso do São Carlos, 90% do orçamento é para funcionamento e só 10% resta para a produção (este blogue começou há sete anos justamente por afirmar isso vezes sem conta). O balanço destes anos Sócrates, na cultura, consiste numa assustadora espiral de mediocridade que Canavilhas, na sua inconsequência, encerra de forma lapidar. Repito. Mais valia ter fechado a Ajuda.

TAMBÉM?

João Gonçalves 28 Jul 10


«Os paradigmas vão-se conquistando aos poucos», disse Gabriela Canavilhas a um surpreendido Mário Crespo que queria saber de onde vinha o dinheiro para o afamado museu do Côa a abrir sexta-feira. Ele é teleférico, ele é turismo, ele é economia, ele é o abraço da ministra Pássaro, ele é energia dos gestores "do projecto", ele é "sinergias" (dá vontade de puxar da pistola cada vez que se ouve a palavra "sinergias") ele é isto, ele é aquilo. São os "paradigmas" de uma ministra que, ainda não há muito tempo, afagava paternalmente a mão a Manoel de Oliveira, sossegando-o, porque, disse, "eu também sou uma mulher de cultura". Também?

A "MERITOSA" PIANISTA DA AJUDA SUR MER

João Gonçalves 19 Jul 10


«[Gabriela Canavilhas] cometeu outros erros que lançam a suspeita sobre a sua preparação para o cargo. Não é preciso ser muito culto para se ser ministro da cultura, como já se viu no passado, mas algum trato com essas coisas bizarras da cultura ajuda. Principalmente quando se trata de uma Ministra que acha que Jorge Luís Borges se chama José Luís Borges (quando ouvi isto no Parlamento nem queria acreditar e gritei de lá de cima “Jorge”, que espero tenha sido ouvido no registo dos apartes...), e que acha que uma acção é “meritosa” em vez de meritória (gritei de lá de cima “meritória” a ver se havia correcção. Nada...).»

José Pacheco Pereira, Abrupto


Adenda: Como é "cultura", vem a propósito referir (chamou-me um leitor a atenção), com o devido respeito, que Eduardo Pitta já é um "clássico" da literatura mundial, em geral, e portuguesa, em especial, ao lado de Broch, Wilde, Scott, Carroll (com um "l" na ilustre "biblioteca" pittica), Eça, Herculano e Fialho de Almeida, segundo o "grupo Joaquim Oliveira". Não admira, pois, que Canavilhas se louve em autores que não existem ou fraseie num linguarejar específico. A derrota do pensamento também está nos detalhes.

LÍNGUAS DE TRAPOS

João Gonçalves 17 Jul 10

Gabriela Canavilhas é daqueles ministros cujo "fervilhar" de "ideias," de "paixões" e de "entusiasmos" queima uma realidade que ela, manifestamente, não percepciona. Primeiro duvidou da rede de teatros municipais que Carrilho instituiu. Ontem, na posse do novo DGA - coitado, já terá falado com o colega do Orçamento que é quem verdadeiramente determina se ele pode fazer alguma coisa e não Canavilhas? - já o mencionou (a Carrilho) e na "dinamização" da rede de cine-teatros municipais. A cultura, como bem recordou Carrilho na belíssima Casa da Cerca em Almada (com uma vista ainda mais bonita para Lisboa), esta manhã, é um direito dos cidadãos antes de ser de mais alguém. E é igualmente um direito dos cidadãos serem poupados a línguas de trapos como Canavilhas. Já que ela também aprecia "mandar umas bocas" sobre a língua portuguesa e a sua "defesa" (da "lulização"?) quando, cada vez mais, de portuguesa menos tem.

DIZ O ROTO AO NU

João Gonçalves 14 Jul 10

Canavilhas foi ao parlamento "explicar" os cortes e o reverso dos cortes. Não "explicou" nem uma coisa nem a outra, remetendo tudo para "as finanças". Provou que não serve mesmo para nada. Mas Canavilhas foi interrogada, entre outros, pela deputada CDS Teresa Caeiro, a "Teggy" para os íntimos. A bravata da "Teggy", contudo, não faz esquecer que partilhou com outra pessoa uma secretaria de Estado da Cultura entre 2004 e 2005. Também, se bem me lembro, não serviu para grande coisa. Um regime em que o roto fala permanentemente com o nu não nos leva a lado algum.

A VERDADEIRA ARTISTA

João Gonçalves 12 Jul 10

Canavilhas "cedeu" a uma coisa chamada "plataforma das artes". Sorte da coisa. Azar de Canavilhas que não percebeu, uma vez mais, que não está na Ajuda para fazer proselitismo ou, sequer, para ser a "número um" da primeira "plataforma" de regateiras que conseguir gemer mais. O resto (o principal) ficará na mesma ou pior. Como o governo de que faz parte, há-de recuar tanto que acabará naturalmente defenestrada. Não se perde nada.

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