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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 22 Set 14
«O Ocidente, desde a América a Portugal (que descobriu um “suspeito” no Algarve), passando pela Austrália e pela França resolveu liquidar, ou pelo menos conter, a guerrilha do Estado Islâmico. Como? Com aviões, drones, helicópteros, satélites de alta resolução; e com a ajuda humanitária e diplomática disponível, incluindo a de países muçulmanos. No meio disto, o que toda a gente se recusa a fazer é usar forças no terreno, como se diz, “de botas no chão”. Mais milhares de mortos em guerras que Bush provocou já não são toleráveis para ninguém, excepto para um Hollande em vias de extinção que resolveu agora fabricar uma popularidade napoleónica. Infelizmente, neste aperto, Obama resolveu seguir o exemplo de Kennedy no Vietname: não mandará “soldados com missões de combate”, longe dele, mas mandará “conselheiros” para treinar o indigenato local. Claro que este esforço americano e europeu tem três defeitos sem remédio. Em primeiro lugar, não há uma língua comum de comando. Em segundo lugar, os “conselheiros” não tardarão a pedir reforços. E, em terceiro lugar, a barbaridade das seitas da região impedirá ainda por muito tempo que se chegue a uma situação estável e consolidada. Os xiitas nunca deixarão que se reconstitua o Iraque e os sunitas nunca viverão em paz sob os xiitas. Nem as dezenas de seitas das várias persuasões do sítio aceitarão o governo de qualquer dos lados. Em pouco tempo, a América estará envolvida no caos que Bush criou, lutando com amigos, protegendo inimigos, misturada em conflitos de tribos e de religiões, de que só um exército a sério a poderá extrair. Mesmo na América o público não consegue perceber o que está a acontecer. O EI decapita jornalistas na internet e na televisão e parece que um caça-bombardeiro trataria expeditivamente do assunto. Nada mais falso. Com boas fotografias de satélite, um caça-bombardeiro é capaz de arrasar uma coluna em marcha durante o dia, mas não é capaz de eliminar uma guerrilha de milhares de homens que não se distinguem da população e que muitas vezes, como na Síria, se refugiam entre cidades, que mudam de mão de hora para hora. O Papa Francisco disse que isto talvez fosse o princípio da III Guerra Mundial. Não acredito. Acredito, com mais frieza, que isto talvez seja o princípio do fim do Ocidente. Portugal, entregue às suas pequenas vaidades, nem sabe que o EI existe.»
Vasco Pulido Valente, Público
João Gonçalves 28 Mar 14
«A Rússia, disse Obama, é uma “potência regional”. Este exemplo de arrogância, e de inconsciência, não muda a realidade. O que a crise da Crimeia claramente deixou ver foi que a América já não é uma potência global. Não admira que a China se aproximasse da Rússia; e que, na África e na Ásia, se fale cada vez com maior insistência na “hipocrisia americana” (para não falar na “hipocrisia europeia”). Como não admira que a sra. Merkel, depois de se aliviar de umas frases pias, se preocupasse sobretudo em defender o interesse económico da Alemanha na Federação Russa. A América e a Europa saíram muito mal da suposta “confrontação” com Putin: sem unidade e sem iniciativa. Pior ainda: tão “apaziguadores” como os velhos de 1930, anunciaram em Bruxelas que reservam a sua verdadeira cólera para o caso de a Rússia persistir numa política de expansão, que Putin, por enquanto, rejeita. Mas que, se a confusão e a irresponsabilidade do Ocidente não acabarem depressa, não rejeitará sempre.»
Vasco Pulido Valente, Público
João Gonçalves 13 Set 13
«A situação agora é esta. Se as negociações entre a América e a Rússia falharem, a Rússia acusará, como de costume, a América de imperialismo e má-fé; e Obama ficará praticamente impedido de avançar com a sua "intervenção cirúrgica". Se as negociações não falharem, a América entregará sem um gesto a Síria ao sr. Putin. Mas, pior do que isso, a incapacidade da esquerda (americana ou não) para perceber as realidades do poder será arrasadoramente provada e a América voltará tarde ou cedo a uma forma atenuada de isolacionismo. O que de certeza não fará bem nenhum ao mundo.»
Vasco Pulido Valente, Público
João Gonçalves 6 Dez 12
Muito antes de Obama e da torrente de deslumbrados que arrastou por esse mundo fora, sempre me pareceu que Hillary Clinton daria uma liderança mais austera e, simultaneamente, mais "terrena". Com os Republicanos cada vez nas mãos de algum fanatismo inconsequente, talvez o mundo, em 2016, precise da sensatez e da intuição da Secretária de Estado norte-americana de saída. A seguir.
João Gonçalves 6 Nov 12
João Gonçalves 24 Jul 12
João Gonçalves 4 Jul 12
«"Let us now praise famous men and our fathers that begat us", as the New England hymn of my youth, based on Ecclesiacticus, most pointedly instructed us.»
Gore Vidal
João Gonçalves 19 Mar 12
João Gonçalves 13 Jan 12
João Gonçalves 23 Set 11
«Medina Carreira, uma das pessoas que hoje vale a pena ouvir em Portugal, anunciou na TVI a decadência económica do Ocidente (ou seja, da Europa e da América). A decadência do Ocidente tem sido anunciada muitas vezes, mas Medina Carreira foi inquietante. O retrato de um velho mundo, que progressivamente produz menos, gasta mais e, ainda por cima, se endividou sem peso nem medida para conforto e sossego de uma população indiferente, não é reconfortante e não autoriza uma visão muito optimista do futuro. Quando se olham as coisas de longe, os pequenos problemas portugueses parecem, como de resto são, parte de uma mudança histórica radical e fica o sentimento de que nada nos poupará a uma catástrofe inevitável e merecida. Não vale a pena discutir, ou "explicar", os números de Medina Carreira. Vale a pena pensar se, além dos números, não há outros sintomas das desgraças que ele nos profetiza. O colapso do império soviético mudou um equilíbrio de 30 anos. Verdade que esse equilíbrio assentava no condomínio quase universal da América e da URSS. De qualquer maneira, a Guerra Fria, embora com um ou outro sobressalto, e milhões de vítimas "passivas", permitiu o estabelecimento de uma certa "ordem" e uma previsibilidade, que não existia desde o fim do século XVIII. A Inglaterra desaparecera como potência hegemónica e, excepto pela aventura napoleónica, a França também. A Alemanha, do princípio agressiva, tinha ambições para que não tinha meios. Quanto à Rússia, a fraqueza interna não lhe permitia uma intervenção externa decisiva. E a América, como se constatou, persistiu, de facto, no seu isolacionismo até 1941. Restava o "concerto das nações", como se dizia, um jogo frágil, sempre em risco de acabar mal, se um dos parceiros resolvesse não respeitar as regras. A situação de hoje, a que se chama "globalização", é uma espécie de regresso ao "concerto das nações". Na ausência de um "centro" e de uma autoridade indiscutível (como, por exemplo, a América e a URSS, cada uma na sua "esfera"), o mundo está dividido em potências de vário porte e alcance, que tentam adquirir vantagens próprias, sem forma de restrição ou responsabilidade global. A Europa, com união ou sem união, deixou de contar. A América, crescentemente mais débil, tenta dissolver com mansidão o seu antigo papel de polícia ideológico e militar de uma democracia imaginária. Longe da sua velha superioridade, e da sua velha arrogância, o Ocidente, que se refugiou em palavras, está em decadência. Politicamente, em decadência. »
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...