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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A «FÁBRICA DE IDEIAS»

João Gonçalves 1 Jun 09


Há coisas que não convém que passem despercebidas. A "casa da democracia", vulgo Assembleia da República, como não tem mais nada para fazer, aprovou esta fantástica Resolução. O que é que "resolveram", pois, os deputados da Nação? Decidiram criar e desenvolver (juro) «uma fábrica de ideias» na administração pública. É um naco de prosa imperdível. O léxico inclui termos tão extraordinários e "modernos" como «importação da inovação para a linha da frente», «melhorar de forma incremental», «abordagem estruturada de geração e de aceleração da implementação no terreno de ideias inovadoras», «estimular a geração de ideias», «incubar e experimentar as ideias/projectos», estimular «a iniciativa e o empreendedorismo dos funcionários públicos, recompensando o mérito e eliminando a estigmatização do erro», montar um «ecossistema de parceiros para a inovação», «constituição em cada ministério de um núcleo de inovação« ou «alocar recursos financeiros para a incubação de ideias inovadoras.» Depois disto tudo devidamente «implementado», estará, julga-se, aberta a «fábrica de ideias" (mais uma) virada para a enésima reencarnação do "novo homem português." O pior é que não há meio de ele emergir.

LER OS OUTROS

João Gonçalves 12 Fev 07

Escrever isto, em 2007:

"Acordar

com a sensação de que a longa noite obscurantista chegou ao fim."

Nem dois pares de estalos serviam para a acordar da "longa noite" que vagueia na cabeça dela, se é que a tem. Outro a precisar de duas bofetadas - estas posso dar-lhas porque é meu amigo - é este. Oh rapaz, a "formiga branca" e a "carbonária", só mesmo nos livros de história. E a um cosmopolita como tu fica mal tanto jacobinismo demodée.

TÃO COISA NENHUMA

João Gonçalves 29 Jan 07

Há muitos anos, num livrinho da maior utilidade para percebermos com que raça lidamos, Jorge Dias definiu, tanto quanto pôde, "o carácter nacional português". Chamou à raça "contraditória e paradoxal", a querer sempre o mesmo e o seu contrário. Se ele cá voltasse, andaria por aí a rir-se, pelo menos, durante quinze dias. Vejam-se, por exemplo, as sondagens, as "honestas" e as outras, ou os "movimentos de opinião". O tuga quer o aborto liberalizado até às dez semanas de gestação, mas acha que as mulheres não devem ter a última palavra e que, a final, a coisa é mesmo crime. O tuga detesta o governo e as suas "medidas", mas acha sublimes o senhor engenheiro e o PS. O tuga abomina o antigo regime e o PC, mas está à beira de eleger Salazar e Cunhal como dois "grandes portugueses". O tuga derrama honestas lágrimas pelo destino da Esmeraldinha, mas aprecia o respeitinho togado. O tuga é muito dado aos direitos humanos, desde que não seja nada com ele. O tuga baba-se de gozo quando vê uma "corporação" a ser atacada (nem que sejam as mulheres da limpeza) e rosna quando é a sua. E por aí fora. Chama-se a isto esquizofrenia. Só um país de esquizofrénicos, a caminhar rapidamente para a oligofrenia, pode ser tão coisa nenhuma.

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