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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A VANTAGEM DE GRITAR MAIS

João Gonçalves 28 Fev 11


«Como se explica, então, o sucesso da música dos Deolinda? Não tenho uma teoria definitiva, mas eu apontaria para o facto de a subida uniforme do desemprego produzir mais desempregados não licenciados e mais desempregados com licenciatura. Mas os desempregados com licenciatura têm mais poder reivindicativo e mais a ganhar: estágios profissionais para licenciados, bolsas de investigação para trabalhar numa universidade, um posto na Adminstração Pública. Não estão em maior número - só gritam mais. Este efeito será provavelmente exacerbado pelo facto o crescimento do desemprego se ter feito sentir sobretudo em áreas do saber com acesso privilegiado aos media: cinema, artes, letras, comunicação social, alguma educação, eventualmente Direito. Os engenheiros em boa situação profissional estão caladinhos nos seus gabinetes. Os jornalistas desempregados estão a endrominar a cabeça dos colegas que conseguiram emprego


Priscila Rêgo, A Douta Ignorância

VERBOS DE ENCHER

João Gonçalves 17 Fev 11

"Derrubar" e "cair" são os verbos da moda na política portuguesa o que, desde logo, a define. Na vida propriamente dita, uma das coisas que não só não cai como se agrava é o desemprego. Isto é que verdadeiramente derruba qualquer um.

O DISCURSO DO MÉTODO

João Gonçalves 4 Jan 11


O INE vai alterar o "método" de contabilizar os desempregados. A coisa pela via presencial dava muito trabalho, incomodava as famílias e o telefone resolve tudo sem maçar ninguém. Assim sendo, deixa de ser possível comparar dados que foram obtidos por métodos distintos. A partir de agora, o INE como que parte de uma base zero para as suas recolhas e os números serão o que, naquele momento, eles revelarem. É, dizem, uma decisão técnica. Será. Mas é igualmente política, apesar de estra prevista desde 2008. Nesta altura do campeonato, em que o desemprego é a chaga que se conhece e alastra, não devia ser possível mexer no "método". Todavia, quem manda é o "discurso" dele e não o "método" em si. Nada, porém, que altere a realidade, sempre mais rica (para melhor e para pior) do que os "cientistas" dos gabinetes e de quem manda neles.

A VERDADEIRA RENTRÉE

João Gonçalves 31 Ago 10

Em números redondos, seiscentos mil desempregados. Calçadões, universidades de verão, creches, bola, etc., etc., perante isto, são ridículos. Sócrates ainda vive em 2007, antes da crise. Quanto a Passos e respectivos prosélitos, ainda não se sabe bem onde é que vivem. Tudo indica que esteja outra crise, tirada da mesma, pronta a servir-se. Fria como é próprio delas.

«VOLTAR A ACREDITAR»

João Gonçalves 8 Jul 10


Há cinco anos eram 150 mil certinhos. Não foram. São 560 mil desempregados. Agora são precisos - sem propaganda e por recomendação da OCDE onde o dr. Ferro Rodrigues é embaixador - 170 mil novos postos de trabalho. Preocupem-se com isto embora não seja "estratégico".

OS SATISFEITINHOS

João Gonçalves 2 Jul 10


Percebi pela televisão que Sócrates "escreveu" ontem um artigo no Público a defender a sua maravilhosa e musculada intervenção "estratégica" na PT. Ao que o Público chegou! Hoje foi a vez de Guilherme Oliveira Martins, o factotum regimental, vir defender a mesma coisa, juntando-se à gloriosa patrulha patrioteira que junta demasiada gente previsível. Entende-se. A PT - como a EDP, a GALP, a Caixa e, com este PS, o BCP - passaram a ser "estratégicos", não para o país, mas para os ornamentos que o pastoreiam em alternância "democrática". O que dirão (porque fazer, não fazem nada) quando forem humilhados para a semana? Todavia, mais relevante que esta "conversa em família", é o desemprego. Cresceu em Maio para onze por cento, e é presentemente um dos mais elevados da Europa. Por isso, quando o "cronista" Sócrates, com aquele sorriso lamentavelmente irresponsável, vem jubilar os satisfeitinhos consigo próprios (como ele e os ilusionistas que ele criou), já só dá vontade de vomitar.

Adenda: «É uma questão de honra. Honra Nacional, porque são os interesses essenciais que estão em causa.» Já a Expo 98, o Euro 2004 e o Barroso em Bruxelas foram "honras nacionais". Esta visão panteónica da pátria tem-nos levado muito longe, não tem?

Adenda2: «A PT é o retrato eloquente de um regime que apodrece à vista do mundo inteiro. Digo regime porque os governos não actuaram sozinhos.»

Adenda3: «O governo PS voltou a abortar um negócio da PT. Há uns meses, o eng. Sócrates meteu o bedelho entre a PT e a TVI, não porque esse negócio seria ruinoso para os cofres do Estado – mas ruinoso para o bom nome do PS. (...) Os partidos do regime sabem que o poder é transitório. Por isso interessa conservar os poleiros para quando chegar a hora dos seus rapazes.»

Adenda4: «O PS é que corre para o abismo sem parar.»

DOIS EM UM

João Gonçalves 18 Ago 09


Isto dava outro cartaz. Assim um como que pela metade do da propaganda. E servia para o dr. Costa e para o líder do dr. Costa. Dois em um.

MÓDICO DE VERDADE

João Gonçalves 13 Jul 09


Na galáxia OCDE, Portugal ocupa o sexto lugar no que respeita à taxa de desemprego. A comoção com as "novas oportunidades" não acompanhou a preocupação com o desemprego. Convinha fazer um inventário - Manuela Moura Guedes começou a elaborá-lo no seu Jornal das Sextas mas entretanto foi de férias... - da diferença entre o que foi prometido (designadamente em postos de trabalho) e a realidade. E, dos postos de trabalho criados, quais representam mera propaganda de "encosto" a alguma iniciativa privada. Só assim, com um módico de verdade, é que, "juntos", podemos "conseguir" alguma coisa.

O PAÍS E AS TRIVIALIDADES POPULISTAS

João Gonçalves 23 Fev 09

Francisco Saarsfield Cabral escreve no Público:

«O primeiro-ministro prefere a propaganda. Quase todos os dias aparece na televisão a anunciar uma iniciativa, uma medida, uma obra (às vezes em cerimónias mediáticas pagas pelas empresas construtoras). E não distingue coisas realmente úteis que o Governo tem feito de trivialidades populistas. É significativo que, no congresso da Associação Portuguesa de Empresas Familiares, um empresário da estatura e do perfil ético de Alexandre Soares dos Santos (Jerónimo Martins) tenha dito que a crise é agravada pela "demagogia intolerável do primeiro-ministro". Se somarmos o cansaço da repetição dos argumentos ("nós actuamos, os investimentos públicos são a resposta à crise", etc.) à perda de credibilidade decorrente do anterior excesso de optimismo, é duvidoso que a campanha propagandística do Governo seja eficaz. Julgo, até, que ela começa a tornar-se contraproducente.»

No país - uma coisa totalmente diversa da propaganda das tendas e das "trivialidades populistas" para consumo dos fanáticos dependentes e dos embrutecidos por um ano eleitoral em perspectiva - o desemprego cresceu em Janeiro cerca de 45% em relação a Dezembro último e cerca de 23% face a Janeiro de 2008, num total de mais de setenta mil desempregados inscritos nos organismos adequados só no primeiro mês do ano. É este país que vai ficar fora da "nave" de Espinho onde decorrerá o congresso do PS. Mas é dentro da "nave" que estarão os extra-terrestres babosos e o seu incontestado "conducator".

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