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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 19 Out 14
Quando visitei os sepulcros papais por baixo da Basílica de São Pedro, surpreendeu-me o despojamento do túmulo de Paulo VI. Uma laje branca, rasa, que destoava da maior parte das sepulturas que a rodeavam. Aquela discrição "era", de facto, a melhor representação eterna do Cardeal Montini. Cresci com Paulo VI e habituei-me a associar a figura do Papa à austeridade e ao comedimento. Paulo VI, apesar dessa imagem, estava perfeitamente ciente do mundo que o rodeava e angustiava. Beatificá-lo decerto seria a derradeira coisa que desejaria. Esta banalização de beatos e de beatas não me parece que fortaleça por aí além a fé. Cada vez mais a fé é algo que se vive sozinho, fora dos "reality shows" em que se tornaram as "jornadas" disto e daquilo e as visitas papais. Independentemente do papel "político" e "social" que Paulo VI, o homem que concluiu o Vaticano II, desempenhou sem espalhafatos, a sua "lição" humana e religiosa é sobretudo a da vivência sólida e solitária da fé. O que não queria dizer, antes pelo contrário, que a Igreja se fechasse ao mundo e vice-versa. Leia-se, por exemplo, os seus "diálogos" com Jean Guitton. Em muitos sentidos, Montini era muito mais "moderno" que os que se lhe seguiram. Apenas não fazia disso um ariete. Veio a Fátima por ocasião do cinquentenário das aparições, sem passar por Lisboa, e "obrigou" Salazar a ir lá ter com ele. Por trás daquele ar frágil, escondia-se uma rocha: a mesma de Pedro que ele honrou como poucos enquanto seu sucessor.
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