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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 4 Fev 14
Em pouco mais de 24 horas, ficámos a saber mais algumas coisas sobre a merdice em que se está a tornar Portugal. Um relatório da IGF, relativo a 2012, dá nota de umas quantas "subvenções" estatais a entidades que vão desde a Cruz Vermelha, à Federação Portuguesa de Futebol passando pela construtora civil Mota Engil. Esta recebeu mais de oito milhões de euros para terminar o lançamento de betão para cima do trambolho de Belém (o apelidado "museu dos Coches" que talvez fosse mais apropriado começar pela letra "b" mantendo a terminação em "oches") em nome de "obras de interesse turístico" para o Portugalório (de acordo com a Mota Engil, a "subvenção" foi entregue à Frente Tejo que por sua vez a entregou à construtora, o que faz muita diferença para o contribuinte, apesar de a dita Frente ter sido extinta em 25.11.2011 e passado para as mãos imaculadas da CML). Resta saber onde entra nisto esse albergue espanhol que dá pelo nome de Turismo de Portugal. A Federação, para "ajudar" a pagar as dívidas com o velhinho Totonegócio, "subvencionou-se" em nove milhões, e sessenta e duas fundações (62) receberam cerca de 64 milhões de euros (pensava eu, na minha indesculpável ingenuidade, que o governo se tinha aplicado, entre 2011 e 2012, em rever profundamente esta coisa das fundações). Tudo somado, estas "subvenções" atingiram o valor de €2.240.607 o que representa uma magnífica "contribuição extraordinária de solidariedade", esta sim, para com os sortudos beneficiados. Para além disto, soube-se que o Estado "emprestou" cerca de 510 milhões de euros às empresas que gerem o lixo tóxico do BPN, a Parvalorem e a Parups (designações risíveis se não fossem trágicas pelo objecto delas), precisamente para (sic) "absorverem os créditos tóxicos do BPN". Mas a Parvalorem entretanto conseguiu a proeza de "convencer" um tribunal da "mais-valia" que representa para um país egrégio em matéria de património cultural a venda por tuta e meia de quadros de Miró oportunamente "nacionalizados" com o lixo que a dita Parvalorem gere. Isto como se a Parvalorem, a Parups e o Estado que as pariu e paga não fossem uma e a mesma coisa. Que quem alegadamente superintende na matéria considere ilegal a saída das obras, é irrelevante. O que importa é que o governo está "aliviado" e "respirou fundo" com a decisão do Tribunal que o gabinete do senhor primeiro-ministro considera "um acontecimento positivo". Não tenho nada contra a iliteracia e idiotia alheias. Mas já me preocupa quando é "de Estado" que aparentemente nada mais consegue enxergar do que um "financês" tosco, perverso e socialmente destrutivo. Repugnante.
Adenda: Apenas a leiloeira revelou bom senso. Nem deve ter precisado de "respirar fundo" como aquelas pobres almas em redor do pupilar dos pavões de São Bento.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...