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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 5 Fev 15
Como costuma escrever o Rui Ramos a propósito de todos aqueles que não seguem as "boas práticas" políticas defendidas pelo Observador, os "oligarcas" não eleitos da "Europa estilo Draghi" - infelizmente com a complacência servil de periféricos eleitos - decidiram antecipar-se à boa-fé negocial do governo grego e despromoveram-lhe a dívida. Algumas alimárias domésticas aplaudiram o exercício porque "nós não somos a Grécia" e porque, no fundo, sofremos de uma mesquinhez pequeno-burguesa congénita. O "tratado orçamental" a que apreciam assoar-se, e eventualmente limpar outras partes do corpo, é aparentemente inamovível: as pessoas, as economias e as soberanias nacionais que se adaptem, mortas ou vivas, ao "tratado". Como se viu ontem a propósito de medicamentos, o dr. Passos comunga fervorosamente desta "tese" do "custe o que custar". Sucede que nós só nos livramos, para já, das NEP's do sr. Dragui porque há uma - uma e apenas uma - agência de notação canadiana que acha que a nossa dívida não é lixo e que serve para investimento. Senão estaríamos a negociar, como adultos e como a Grécia, com estes nossos tristes parceiros inconfiáveis e hipócritas. Assim continuamos sob o espectro da leveza, a pagar mais juros do que os gregos e com uma dívida directa do Estado que, no final do ano, ascendia a cerca 218 mil milhões de euros. Coragem, portugueses. Havemos de a pagar. Custe o que custar.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...
Existe em Portugal um Estado Paralelo fortíssimo que replica funções do Estado Central. Só para as IPSSs vão todos os anos cerca de 2 mil milhões de euros. Há mais de 300 municípios, um mapa do século XIX desligado da actual realidade demográfica e urbanística nacional. As Fundações, que em boa verdade deveriam ter recursos próprios (tal como as IPSSs) dependem, na sua larga maioria, do Estado português.
Continuemos. Com o avanço tecnológico brutal das últimas duas décadas, não se justifica a necessidade de uma televisão pública. Se o Estado quer efectivamente fazer um serviço público ao país, então venda a RTP, acabe com a taxazinha na factura da electricidade e reveja a situação da TDT: temos apenas 5 canais, quando no resto da Europa são às dezenas! E com o advento das companhias de baixo custo, o cidadão comum também não percebe muito bem a telenovela TAP.
Supostamente, Passos Coelho teria sido eleito para limpar o país das opções socráticas (e de Governos anteriores) que minaram a transparência e favoreceram a corrupção. Há quem estime que o fim dos ajustes directos permitiria uma poupança de mil milhões de euros. A vergonha dos PINs continua. As mais valias imobiliárias não são taxadas e o desordenamento urbanístico, que tanto prejuízo económico acarreta, não tem fim à vista.
Na educação financiam-se desnecessariamente colégios privados e alimentam-se desnecessariamente editoras. Tivesse Crato visão e o seu ministério poderia poupar mais de 250 milhões de euros.
Álvaro dos Santos Pereira, Vítor Gaspar ou Miguel Relvas ainda tentaram algumas Reformas. A saída de Álvaro marcou o fim, no dia em que Paulo Portas fez uma birra e trouxe um prejuízo de milhões. O líder do CDS/PP é um ornamento protegido inexplicavelmente pelo Regime. Noutro país dito «civilizado», teria sido forçado a abandonar a vida política no dia em que encenou a «birra» da saída irrevogável.
Diz-se que o esforço fiscal ronda os 165%, o maior da Europa. O crescimento está atrofiado pelos impostos e burocracias. Com défice a dívida em percentagem do PIB continuará a sua escalada, e já sabemos que com esta Europa de Merkel não poderemos contar num futuro momento de aflição. Resta portanto a chamada Reforma do Estado. Contudo, este Governo já provou que é incapaz de tamanha obra. É que uma Reforma que não atinja salários e pensões, que não degrade a Escola Pública ou o SNS. atingirá inevitavelmente as clientelas do Regime que proliferam pelo Estado Paralelo, pelo poder local e pelas empresas do PSI-20. Esses não são piegas nem convidados a emigrar. São os «heróis» da caridade e da economia social, das empresas estrela e do empreendedorismo.
Estamos tramados.