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portugal dos pequeninos

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Basta o que basta

João Gonçalves 7 Mar 15

 «Como ele, houve centenas de pessoas que, por causa de uma educação perversa nas “juventudes partidárias”, entraram na meia-idade (os 35 anos de que fala Dante) sem um passado profissional e com uma visão do mundo distorcida pela incessante intriga a que se reduzia a actividade interna do PS e do PSD e em que participavam de pleno direito e, às vezes, como personagens maiores. Pior ainda, esta espécie de currículo dava uma certa autoridade a gente a quem faltava qualquer outra. Não vale a pena falar de António José Seguro. Mas basta lembrar que António Costa proclama por aí com orgulho que se inscreveu no PS aos 14 anos, para se perceber a natureza da aberração que os partidos promovem, julgando manifestar a sua perenidade e a sua força. Como se a perenidade e a força consistissem em enganar inocentes, abaixo da idade do consentimento político. A condição dos membros das várias “juventudes” dos partidos (que vão até aos 30 anos) acaba por ser uma condição de relativa irresponsabilidade, sobretudo para aqueles que exercem cargos no “aparelho”. Os deveres para com a sociedade e o Estado são obscurecidos pelas pequenas lutas domésticas pelo poder e pela grande questão de saber se a seita consegue ou não ocupar o governo e o Estado – fonte de favores, recompensas, influência e dinheiro. Este mundo fechado sobre si próprio não se importa muito com o mundo exterior e não exige um comportamento cívico exemplar. Pelo contrário, tolera uma imensa quantidade de “erros”, por assim dizer, em nome do interesse superior da facção. Do incidente fiscal de Pedro Passos Coelho só uma coisa se deve concluir: as “juventudes partidárias” precisam de ser abolidas, como primeiro acto para a regeneração do regime. Os jovens que se inscrevam onde quiserem na idade de votar e que sejam tratados como o militante comum. Que os partidos não sirvam mais de educadores da “classe política” e aviário de ministros. Basta o que basta.»

 

Vasco Pulido Valente, Público

2 comentários

De Ricardo a 07.03.2015 às 19:22

Sim senhor,e a seguir fechar também os partidos,nem que seja preciso(como disse aquela senhora do psd)fechar a democracia por 6 meses e então fazer restart com gente decente e competente.

De fado alexandrino a 07.03.2015 às 23:21

Que risota.
Mudar como e porquê?
Toda a nossa estrutura política vem de 1975 e dura mais do que a famosa pilha.
E o PCP sabia que os "pioneiros" eram úteis, entravam novinho e saiam bem doutrinados.
Os outros copiaram e até agora tem dado resultado, só passam os mais habilidosos.
De fora, os melhores resguardam-se.
Nem é preciso ir mais longe, aqui (no dono do blog e no cronista) temos duas personalidades que assistem no sofá à desgraça deste país.
Parece ser altura, de se levantarem.

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