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portugal dos pequeninos

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As intenções da carta

João Gonçalves 7 Mai 14

«Para as coisas boas, o Governo puxará dos galões que tem e não tem e para as coisas más a troika vai ser substituida pelo Tratado Orçamental e as suas "obrigações". Vai começar no dia a seguir às eleições europeias e só será moderado pela estratégia eleitoral que já está de vento em popa. Não, não há contradição. O Governo continuará a servir os credores e a obedecer ao seu mando, até porque isso lhe serve de pretexto para "democratizar" a economia, ou seja desequilibrar o factor trabalho para garantir mão-de-obra barata e "fazer" um Estado que sirva as clientelas partidárias e os grandes interesses e nada mais. Por outro lado, a pressão vinda dos partidos cresce exponencialmente e leva a políticas eleitoralistas. O tempo será bipolar.  Aqui há duas escolas. Há quem ache que ainda há tempo para inverter a situação e tem esperança de ganhar em 2015. E há quem entenda queo PS ganhará sempre as eleições e por isso trata-se apenas de limitar os estragos e obrigar o PS a coligar-se. Há quem queira jogar tudo por tudo e distribuir benesses, rapidamente e em força, para tentar mudar as sondagens e depois ver-se-á o que acontece. Se for a maioria PSD CDS a ganhar, volta-se aos 20 anos de austeridade, se for o PS, o PS que se arranje para voltar ao equilíbrio orçamental , ou defrontar novo resgate. O PS parece ainda não ter percebido a armadilha. (...) Por que razão toda a gente, inclusive vários membros do Governo, o Presidente, os principais responsáveis económicos nacionais e europeus, as agências de rating, defendia a existência de um plano cautelar, mesmo quando os juros já estavam baixos, e tal acabou por não acontecer? Algum pais da União Europeia se opôs a que houvesse um plano cautelar, mesmo que mínimo, para Portugal? A Finlándia, por exemplo, que posição tomou? A Alemanha, por exemplo, que posição tomou? Não é no blá-blá-blá em público. mas nos gabinetes. Algum pais exigiu contrapartidas e garantias duras a Portugal para vir a ter qualquer plano cautelar, o que tornou polïticamente muito difícil a sua aceitação? Aconteceu com Portugal, o que aconteceu com as condições colocadas à Irlanda? Ou pior? O que é que era efectivamente desejado pelo Governo português, saida limpa ou plano cautelar, visto que é do domínio das histórias da carochinha acreditar que a decisão se deveu apenas ao bom comportamento dos juros nos últimos meses, aliás como se sabe, para todos os paises europeus, inclusive a Grécia, campeã da descida dos juros? Será que a malvada Grécia também vai ter uma saida "limpa"?»

 

José Pacheco Pereira, Sábado

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