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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 28 Set 22
"Há cada vez menos pessoas que defendem a democracia e cada vez mais pessoas que são indiferentes aos regimes autoritários. E isto passa-se, cada vez mais, com os mais jovens.
A espiral fatal do extremismo do centro?
É o modo de governo, é um modo que tira o poder aos cidadãos. Mas falo do apocalipse porque todos os processos que já referi levam a que tenhamos uma política de um pragmatismo sem qualquer visão, ninguém sabe o que vai acontecer. É tudo imediato, é tudo remendos, e o curto prazo é outro elemento fatal para a democracia. Se vivemos num regime de curto prazo não temos possibilidades de consolidar qualquer projeto.
A Europa tornou-se especialista em superar crises sem as resolver. Tivemos a crise da moeda, a crise da saúde, a crise da ciência e agora temos a crise da energia. Há todas estas ilusões de ir andando para a frente sem nunca se resolver aquilo que está para trás.
O que é que explica essa grelha de leitura permanente associada à crise?
É o não se assumir a crise. Como é que se sai de uma união que não funciona? Na verdade, sabemos como se sai, com união política, com harmonização fiscal e com o fim da desigualdade económica. Mas nada disto se fez, pelo contrário, todos estes fatores se agravaram, mas são negados. A Europa é um avião sem piloto. Ursula von der Leyen, penso que de forma imprudente, identifica a causa da Ucrânia com a causa da democracia.
Existem geringonças porque acabaram as ideologias, aumentou a fragmentação política e social e, portanto, a democracia transforma-se cada vez mais.
Em quê?
Deixa de ser um regime político ancorado nesta ideia da transformação das sociedades a partir da liberdade dos indivíduos e da sua força coletiva, para ser um simples modo de designação dos governantes. Aquilo que estamos a ver hoje em Itália, por exemplo, não tem nada a ver com o que se passou com Mussolini, isto é algo completamente novo. Temos é de descobrir o que é este novo.
Portugal continua a ser um país, a meu ver, atordoado e desvitalizado. Não há nenhuma visão, nem nenhum programa e é também rebocado porque desde a entrada na União Europeia, e particularmente nos últimos anos, anda a reboque. Nem esse reboque fazemos bem-feito, porque mesmo com todo o dinheiro que nos chega da Europa vemos que não há projetos ou que não há uso desse dinheiro. Há um guiché para as necessidades urgentes, mas não há visão global. A política vive num estado constante de conformismo patológico e isso faz muito mal à sociedade."
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...
Se acabassem não eram mau, isto de assuntos de lana caprina estarem enganchados num sistema completo para a salvação da humanidade é muito cansativo.