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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

O NEGÓCIO

João Gonçalves 5 Ago 09


José Eduardo Moniz deixou hoje a TVI. Isto quer dizer que a informação da TVI que recomeça em Setembro será outra. Por linhas mais tortas ou menos direitas, a "situação", como se dizia no Estado Novo, ganhou. Dirão que são negócios. Pois são. Mas o que é o regime senão um imenso negócio?

O QUE AQUILO NÃO É

João Gonçalves 25 Jun 09

João Cravinho - imagino que não seja conselheiro de Cavaco ou de Ferreira Leite - explicou tranquilamente a Mário Crespo por que é que não é possível haver um negócio com a dimensão do anunciado entre a Media Capital e a PT sem o consentimento (e muito menos a ignorância) de um accionista golden share com a natureza do Estado. Ou seja, se Sócrates, Lino e Silva Pereira ignoram o que, pelos estatutos da PT, deviam saber, resta-lhes tirar as devidas ilações, em assembleia geral da PT, relativamente à sua presidência. É que negócio entre "privados" é que aquilo não é.

Adenda: João Soares - um homem estimável mas politicamente imbecil - louvou-se neste post do Tomás Vasques para, diante do mesmo Mário Crespo, atacar o Chefe de Estado por se "meter em negócios privados". Crespo devia tê-lo virado para a parede, com umas orelhas de burro, e colocá-lo a ver e a ouvir a fala de Cravinho pelo menos umas trinta vezes.

Adenda2: O José Medeiros Ferreira, sempre sibilino e enigmático, coloca questões interessantes:«Afinal, entre os accionistas, quem estimula a PT a entrar e a sair dos «negócios» da comunicação e dos «conteúdos»? Só os efémeros tuteladores da «golden share»? Não haverá por aí outros agentes da compra e venda? Neste caso com a aparência de um favor a José Sócrates ?» Aparência ou realidade, pergunto eu? Mesmo assim, e como são toscos, se calhar vão ter de "engolir" o Moniz...

A BARRICADA

João Gonçalves 24 Jun 09


Foi o "animal feroz" de antes de 7 de Junho que respondeu a questões dos deputados sobre a TVI e a alegada entrada de capital da PT na mesma. Sócrates - e o ministro S. S. por maioria de razão - não sabe nada. Aquela candidatura frustrada do director-geral da TVI à presidência do clube do sr. Vieira não caiu do céu. Moniz prepara (mais) uma barricada. A ver vamos se é em Queluz.

UM SINAL

João Gonçalves 21 Jun 09


Quando ouvi a declaração de Moniz (sobre a presidência do Benfica), recordei as primeiras investidas de Manuel Alegre para Belém. Parecia que a meio avançava e, por fim, desistia. Acabou, todavia, por avançar. Perdeu e voltou para o seu lugar de deputado e de vice-presidente do "Solene Congresso". Ora se calhar Moniz não tinha a mesma certeza de, perdendo, poder manter-se como director-geral da TVI. Seja como for, ficou o sinal. Moniz já está a prazo em Queluz. Em televisão, o que parece é.

O LÁPIS DO LOPES

João Gonçalves 29 Mai 09


«O Jornal Nacional de 6ª motivou 48 páginas à ERC, divididas por um relatório da Unidade de Análise de Media e uma deliberação do Conselho Regulador. Ambos os documentos estão construídos do primeiro ao último parágrafo para condenar a estação que tem a intolerável ousadia, no reino de Kim-Il Sócrates, de escrutinar sistematicamente os “casos” do grande líder. O relatório da Unidade de Análise da ERC faz decorrer conclusões subjectivas da análise objectiva das notícias que realizou. Poderia ter tirado as conclusões contrárias da mesma análise. Daí que relatório e deliberação sofram do enviesamento que atribuem à TVI. A ERC bem tentou, mas não conseguiu provar que a TVI tenha errado num único facto noticiado; e omitiu que ninguém, nem mesmo os visados nas notícias, as contestou nos factos. Apesar disso, condena a estação em generalidades que são aplicáveis a todos, repito, a todos os noticiários televisivos portugueses (RTP, SIC, TVI): a falta de rigor e a mistura entre opinião e informação. Quanto ao rigor, as notícias da TVI analisadas pela ERC apenas falhavam em rigor linguístico e nalgum aspecto secundário sem gravidade; não foram apontadas falhas de rigor factual. Quanto ao jornalismo opinativo, ele é hoje prática generalizada em quase toda a imprensa e em todos os tipos de notícias de todo os telenoticiários, sejam sobre bola, justiça ou política. Não cabe à ERC condenar um órgão de informação por uma prática generalizada de todos e aceite pela sociedade. Não havendo factos enviesados, o jornalismo opinativo não é uma prática condenável por um regulador, tanto mais que o Jornal Nacional de 6ª é um espaço próximo do que os semanários de fim de semana em papel sempre pretenderam ser. Pode ser criticável (o que é diferente de condenável), mas o regulador não tem que criticar o jornalismo opinativo sob risco de se imiscuir na liberdade profissional dos jornalistas e, por extensão, na liberdade de informação e de expressão, o que é mais um atentado da ERC contra as liberdades, usando argumentação subjectiva. Condenou uma linha editorial que não agrada ao governo por não agradar ao governo. A ERC cumpriu de novo a sua função pró-governamental. Sem surpresas, portanto. Já ninguém lhe dá crédito. Mas há uma nota grave no caso: o membro do Conselho Regulador que votou contra a deliberação afirma que os ofícios que a ERC enviou à TVI “contêm afirmações genéricas e abstractas, o que impossibilitou o operador de contraditar os factos que lhe foram atribuídos" (PÚBLICO online, 28.05). “Houve desrespeito do princípio do contraditório”, afirma. Isto é, poderemos estar perante um caso de desonestidade processual.»

Eduardo Cintra Torres

AO MESMO

João Gonçalves 28 Mai 09


A ERC, um corpo esquisito criado pelo governo e pelo dr. Santos Silva, "considerou" que o Jornal das Sextas, da TVI, violou "normas ético-legais". Sempre aqui se escreveu que esta ERC é a ASAE dos jornalistas, uma coisa asséptica destinada a "purificar" a mensagem e a punir o mensageiro. O presidente da dita, aliás, podia perfeitamente ter servido o Estado Novo. Tiques como aquele de rejeitar um determinado profissional para lhe fazer uma entrevista suponho que nem ao Dutra Faria devia ocorrer. A ERC não tem autoridade moral para fazer recomendações éticas. É uma excrecência política do PS escondida sob a capa de "entidade reguladora". Mais valia ter o Arons de Carvalho - essa velha raposa controleira da comunicação social, agora armada em "queixinhas" - como porta-voz. Ia dar ao mesmo.

Foto: Nuno Ferreira Santos, Público

RASCA

João Gonçalves 22 Mai 09


Vital Moreira é um ersatz de Santos Silva. Marinho Pinto tornou-se num ersatz rasca de Vital Moreira e de Santos Silva. A Manuela Moura Guedes é uma jornalista que se portou à altura de uma senhora. Até quando é que a Ordem dos Advogados vai ter à frente dela alguém que não sabe, afinal, estar à altura das suas responsabilidades?

PARABÉNS, MANUELA

João Gonçalves 10 Mai 09


Reparo, através dos "shares" televisivos publicados nos jornais, que o Jornal Nacional de sexta-feira, na TVI, é invariavelmente o primeiro dos telejornais em audiência. Passou entretanto um ano sobre o regresso da Manuela Moura Guedes e da sua equipa. Conheci pessoalmente a Manuela na sua casa de Lisboa, a Alvalade, perto das piscinas do INATEL, quando acompanhei a Ana Pereira da Silva (então sua colaboradora num programa da RTP e hoje jornalista da Visão) na "passagem de ano" festejada naquela dita casa no princípio dos anos 90, não sei precisar o ano nem interessa para o caso. Entre outros, estavam Judite de Sousa, Alexandra Lencastre e Vergílio Castelo. E Moniz, naturalmente, à altura director da RTP. Foi uma noite divertida. A Manuela tem um "estilo". Nem sempre estou de acordo com ele mas prefiro, de longe, que ela exista (com o seu "estilo" sem o qual não seria ela) a não haver um telejornal como o que ela apresenta e que, competentemente, a sua equipa prepara. Alguém já os desmentiu? Não troco a liberdade de expressão por nada. Informar com verdade é risco e dor. E, num país embotado, atento e venerador como o nosso dói muito. Desprezo a "moleza" institucional da maioria do nosso jornalismo, sempre tão consensual, irrelevante e complacente que tagarela apenas para descanso de quem pode e manda. Parabéns, Manuela.

Foto: daqui

«Não tenho culpa que o actual primeiro-ministro tenha um passado recheado de episódios que vale a pena investigar! Estão constantemente a aparecer... Não vou investigar porque é o primeiro-ministro?! Pelo contrário: ele tem de ser ainda mais escrutinado do que os outros.»

Manuela Moura Guedes, Público



«Revi os JN6 de 13 de Fevereiro (que motivou queixas na ERC), e o de sexta passada. Há neles uma série de reportagens e notícias sobre Sócrates e o Governo. Ainda bem que assim é. Eles estão no poder, têm de ser escrutinados. As notícias são correctas. Estão fundamentadas. Procuram o contraditório. Não encontrei uma única notícia com erros factuais. Nem Sócrates, nem o Governo, nem o PS, desmentiram uma única das notícias. O JN6 não tem culpa, como não têm os portugueses, de o nome de Sócrates aparecer numa série de “casos”, alguns deles investigados pelas autoridades, até a nível internacional. O que se espera, sendo ele o primeiro-ministro de Portugal? Que o jornalismo se cale? Ou que seja calado? Não conheço os fundamentos das queixas à ERC, mas se os queixosos se indignam com jornalismo factualmente correcto que não teme o poder, apetecia apresentar queixa dos queixosos. Invertendo a ameaça de António Vitorino em 2005, bem podemos dizer-lhes para se habituarem à liberdade.»

E. Cintra Torres, idem

ERC E MANUELA OU A TROVA DO RESPEITINHO - 3

João Gonçalves 21 Mar 09

«Quando a TVI investiga activamente o caso Freeport e todos os outros casos (e são muitos) relativos à passagem de José Sócrates pela Secretaria de Estado e pelo Ministério do Ambiente, sem se preocupar com as inconveniências, está a cumprir uma função que justifica o papel cívico do jornalismo. O que deveria preocupar-nos não é o facto de o noticiário da TVI ser assim, mas sim o facto de os outros não o serem. O respeitinho com que se trata o poder em Portugal, principalmente o que vem do PS, que é socialmente mais vasto (o PS é muito mais o establishment nacional, da academia às fundações, do que o PSD), é uma patologia cívica que nos entorpece. E, como bem têm assinalado os responsáveis da TVI, as suas notícias nunca são desmentidas.Por tudo isto, espero que a ERC não seja o instrumento que dê ao Governo o pretexto legal para atacar a TVI. O anterior Governo, muito mais atabalhoado neste tipo de operações, conseguiu tirar Marcelo, um seu crítico, de um espaço que lhe dava "espaço" e confiná-lo num canto da televisão pública, uma ecologia sempre difícil para um comentário crítico à governação. O actual Governo pretende seguir-lhe os passos e as pressões contra tudo o que é a já frágil linha de independência nos jornais, rádios e televisões, acentuam-se cada vez mais. A crise ajuda, com o Governo a comandar cada vez mais a economia dos grupos de comunicação pelas decisões que toma. E, com este Governo, e com o tandem Sócrates-Santos Silva, o que não vai a bem, vai a mal. E já se percebeu que, pelo menos com a TVI, não vai a bem.»

José Pacheco Pereira, Público

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