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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

TEMOS PENA

João Gonçalves 30 Nov 11


Chega ao fim a saga do orçamento. Foi um mês de "generalidade" e de "especialidade". O mais revelador do exercício foi a qualidade geral das prestações parlamentares. A primeira vez que votei, faz depois de amanhã 32 anos, foi eleita uma Câmara que dificilmente se reconheceria na actual. E se andarmos para trás - constituinte e a resultante das legislativas de 1976, as primeiras - a nuance é ainda mais impressiva. Temos pena.

EXACTAMENTE

João Gonçalves 30 Jul 11

«O debate de ontem, no Parlamento, foi, genericamente, civilizado. Só isso, já é uma grande diferença.»

Pedro Santana Lopes

OPUS ARTIFICEM PROBAT

João Gonçalves 20 Jul 11

«A palavra de ordem deve ser o trabalho.»

António Ribeiro Ferreira, i

UM BOM REGRESSO

João Gonçalves 19 Jun 11

O do deputado António Filipe, do PC, à vice presidência do parlamento.

"MUDAR"

João Gonçalves 14 Jun 11


A perspectiva de Mota Amaral poder regressar à presidência da Assembleia não é animadora. Amaral anda "nisto" desde o Estado Novo. Foi o único deputado da chamada "ala liberal" que aceitou ser candidato, de novo, em 1973 pelas listas da "situação", sendo encontrado nessas funções na Assembleia Nacional no glorioso "25 de Abril". Presidiu à AR no interregno de 2002-2005 e, na legislatura que acabou, fez uma triste figura à frente de uma comissão parlamentar destinada a auditar o "negócio PT/tvi". Pacheco Pereira, pelo menos, lembrar-se-á dela. Certamente que no grupo parlamentar do PSD existem pessoas com experiência na matéria para além de Mota Amaral, capazes de "pegar" imediatamente na condução dos trabalhos da "casa da democracia" sem terem de "estudar". Guilherme Silva, por exemplo, é um deles e, decerto, reuniria o consenso do CDS e apoios noutras bancadas onde é igualmente respeitado. Não duvido que Amaral seja também respeitado e "consensual". O que não quer dizer que tal ocorra pelas melhores razões.

O TOMBA MINISTROS DAS FINANÇAS

João Gonçalves 18 Mar 11

António Costa, hipoteticamente "nº 2" do PS albanês, proclamou ontem no programa de comentário político do bloco central alargado - denotado pelo título de "quadratura do círculo" - que o ministro das finanças fez o discurso mais desastroso de que há memória, pelo menos no hemisfério norte. Referia-se à apresentação quase confidencial do PEC 4 a semana passada ao mesmo tempo que Sócrates chegava a Bruxelas. Costa, apesar de insuportável, não é um qualquer. Já quando era ministro plenipotenciário de Sócrates maioritário, Costa distiguiu-se por ter pressionado politicamente a saída de Campos e Cunha, um ministro que se anunciava incómodo para as megalomanias que se seguiram. Sócrates não tem coragem para juntar ao PEC 4 uma moção de confiança e impediu os seus mansos deputados de apresentarem uma resolução parlamentar que teria o mesmo efeito. A fala de Costa, porém, é um sinal. Um sinal de que nada neste improviso organizado pode continuar.

EVIDÊNCIAS

João Gonçalves 12 Fev 11


«Custa a compreender como qualquer pessoa com QI acima de 50 pode votar ou apoiar o Bloco de Esquerda. O Bloco foi um produto da televisão. Tinha quatro ou cinco caras bem falantes e não tinha mais nada. Era suposto ser uma aliança do radicalismo que ficava para além (ou para aquém?) do PC ou, por outras palavras, de trotskistas e de leninistas. Mas Trotsky, o único verdadeiro intelectual e o único verdadeiro escritor do bolchevismo (basta ler A Revolução Russa e A Minha Vida) com certeza que os desprezaria. E Lenine, um primitivo e um terrorista, se não os matasse logo, também não os levaria a sério. Aquelas criaturas que por ali andavam traziam por toda a bagagem ideológica e programática a sua raiva ao PC, que não os queria, e ao PS, que não precisava deles. Ao princípio, o Bloco ainda trouxe ao Parlamento algumas causas, as "questões fracturantes", que, embora por si não chegassem para fazer um partido, eram meritórias e profícuas. Principalmente, porque, nesse capítulo, o catolicismo militante de Guterres deixara o PS paralisado e mudo. Só que Sócrates, para quem a Igreja não contava, tornou desnecessária a retórica de Louçã, resolvendo ele o que havia para resolver. E o Bloco, de repente vazio e sem destino, sem organização e sem dinheiro, resolveu concorrer com o PC, como autêntico representante dos "trabalhadores". Não percebeu, porque pouco percebe, que existe em Portugal uma velha e forte cultura comunista, em que ele não podia penetrar e que, de facto, não penetrou. Subsiste agora num limbo de irrelevância e de frustração. Mas, por isso mesmo, se começou a agitar como um desesperado, ou como um louco. Primeiro veio a campanha de Alegre, uma jornada sentimental absurda, que previsivelmente acabou num vexame. E, depois, quinta-feira, foi o melodrama da moção de censura, que a direita, se não endoideceu (o que não é garantido), rejeitará; e que o próprio Louçã declarara na véspera "sem utilidade prática". Não vale a pena discutir os meandros tácticos desta fantochada. Vale a pena constatar que o Bloco de Esquerda não hesita em comprometer a vida ao país, com o fim faccioso e estúpido de embaraçar o PC, até quando o exercício manifestamente beneficia e fortalece Sócrates. Raras vezes se viu na política portuguesa um espectáculo tão triste.»

Vasco Pulido Valente, Público

LACÃO TEM RAZÃO

João Gonçalves 3 Fev 11


Jorge Lacão não é particularmente estimado aqui. Por isso mesmo, pode aplaudir-se à vontade a expressão pública do ministro dos assuntos parlamentares no sentido de reduzir para 180 o número de deputados. O que não se entende é o ar descabelado com que o dr. Assis deu o dr. Lacão, nesta matéria, como um assunto encerrado. Não se percebe porquê quando a constituição faculta uma margem naquele número onde o agora proposto cabe perfeitamente. O parlamento tem vindo a desprestigiar-se aos olhos da opinião pública. Pejado de pessoas que nunca deviam ter saído do honroso anonimato em que viviam, de membros com quatro ou cinco vidas alternativas, de meia dúzia de crónicos estilo Mota Amaral ou de miudagem desbiografada, o parlamento envergonha, desde logo, a Assembleia Constituinte de 1975 e as AR's das legislaturas prévias à emergência das maiorias absolutas de partido único. Estas maiorias, apesar de outras vantagens para efeitos meramente governativos, "mataram" o parlamento. Nada, consequentemente, justifica 230 deputados eleitos pelo método anacrónico em vigor que "desliga" os eleitos dos eleitores e que permite os paraquedismos mais extravagantes. Lacão tem razão.

Quando um roubador de gravadores de jornalistas como o sr. Ricardo Rodrigues preside a uma comissão parlamentar de inquérito, está tudo dito acerca do "prestígio" da "instituição" com sede em São Bento.

PARA QUE SERVE UM DEPUTADO

João Gonçalves 10 Dez 10

Ficamos a saber, para perene prestígio do parlamento já de si tão prestigiado, que é-se deputado (e deixa-se de ser) quando um homem quiser como no estúpido natal do comércio. O deputado Vale de Almeida justifica a renúncia ao mandato por ter cumprido a sua patriótica e exclusiva missão: casar-se. Numa alegada democracia representativa, os deputados são da nação, não são deles. Mesmo que sejam desprezíveis. Mas cada povo tem o que merece e, talvez, Vale de Almeida se tenha limitado a tirar disso a devida e esperta ilação.

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