Gosto, palavra de honra que gosto do Miguel Sousa Tavares. Tem aquele ar concupiscente que provoca honestos frémitos até no heterossexual mais certinho. Sei de homens e de mulheres que dariam uma manga da camisa Dior por uma bebida tomada com o nosso homem ou a partilha de um pôr-do-sol na Lapa a ver passar os comboios. Li de um fôlego o seu
Equador e, apesar do excesso de "linguados" e de mamas,
apreciei. Miguel, ao contrário de outros "escritores" portugueses, contava-me finalmente uma história com algum propósito. Também apreciei outro livrinho com um nome ligeiramente pretencioso, "não te deixarei morrer David Crockett", as crónicas do guterrismo, "os anos perdidos", e um livro de viagens. Sousa Tavares é um marialva democrático, uma coisa totalmente infabricável. Vive de ser livre à conta dos legítimos direitos autorais que cobra por esse mundo fora. Adora viagens, desertos, gajas, caça, cigarros, enfim, tudo o que o homenzinho cego que me vende os jornais gostava de ter e de ver e que apenas contém na sua prodigiosa imaginação. Até agora, só uma pequena mancha perturbou a minha colorida ideia de Miguel Sousa Tavares. Foi em Outubro de 2004, quando Marcelo mandou pastar o dr. Paes do Amaral e o Miguel permaneceu hirsuto nos seus comentários das terças-feiras na
TVI. Estou para ver o que é que ele vai dizer, daqui em diante, quando Pina Moura e José Lemos - os dois altos comissários do PS destacados para aquele canal - lhe passarem a emitir o cheque. Por falar em cheque, o
Expresso acolhe agora as prosas revoltadas do Miguel que quase sempre leio com interesse. Na desta semana, começa por chamar-me ignorante. E parte para os seus indiscutíveis gostos pessoais de que o "sistema" e o regime alegadamente o privam, tais como estacionar em cima dos passeios, atirar aos pássaros e às lebres, praticar caça submarina e, naturalmente, fumar. Por detrás desta perfídia encontra-se obviamente o fantasma de Santa Comba Dão, o homem que, entre outras coisas e como se sabe, fundou a EMEL. Eu gosto que Miguel Sousa Tavares aprecie o seu vasto mundo que oscila entre Lagos e os desertos africanos da Baronesa Blixen (como ela devia ter gostado de o conhecer), passando por Queluz, pela Lapa e pelo sr. Pinto da Costa. E aprecio que ele possa continuar livremente, de cigarro na boca ou de caçadeira em punho, a escrever e a ajudar-me a "viajar" de outra maneira. Acredite, Miguel, não me sinto nada ignorante por gostar de o ler.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...