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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

UM ESCRITOR PORTUGUÊS CONFESSA-SE

João Gonçalves 27 Out 07

«A casa sobre a Madragoa é um barco com dois tombadilhos, olhando colinas e o Tejo. Bom para inspirar quem gosta de escrever sobre gente de cá e gente de cá que gosta de partir.» De uma entrevista que começa assim, é de esperar o pior. E, de facto, há pior. «Esta semana apareceram alguns blogues femininos com a sua foto e, a pretexto do novo livro, lembrando que é bonito. Há mulheres que o lêem por isso? - Não faço ideia, nunca encontrei nenhuma que me tivesse dito isso. Mas também não me importo se for verdade. Porque tem tantas descrições de comida e de sexo? - As duas coisas que os homens mais gostam de comer.» Importa-se de repetir, Miguel, sem bater?

TENTAR EXPLICAR...

João Gonçalves 18 Out 07

... o que se está a passar no conselho europeu de Lisboa, sem a retórica habitual e "neutral", foi o que José Medeiros Ferreira fez com Mário Crespo na SIC-Notícias. Não percebi o destemperado ataque de Miguel Sousa Tavares, no último Expresso, ao MNE que solicitou a adesão à então Comunidade Europeia nos anos setenta. Ou Sousa Tavares, contrariando pergaminhos familiares e os seus próprios, já desistiu de ser uma "voz incómoda" e consola-se em ser um mediano escritor rendido à "determinação socrática"?

NÃO É FÁCIL DIZER BEM - 15

João Gonçalves 21 Abr 07


Gosto, palavra de honra que gosto do Miguel Sousa Tavares. Tem aquele ar concupiscente que provoca honestos frémitos até no heterossexual mais certinho. Sei de homens e de mulheres que dariam uma manga da camisa Dior por uma bebida tomada com o nosso homem ou a partilha de um pôr-do-sol na Lapa a ver passar os comboios. Li de um fôlego o seu Equador e, apesar do excesso de "linguados" e de mamas, apreciei. Miguel, ao contrário de outros "escritores" portugueses, contava-me finalmente uma história com algum propósito. Também apreciei outro livrinho com um nome ligeiramente pretencioso, "não te deixarei morrer David Crockett", as crónicas do guterrismo, "os anos perdidos", e um livro de viagens. Sousa Tavares é um marialva democrático, uma coisa totalmente infabricável. Vive de ser livre à conta dos legítimos direitos autorais que cobra por esse mundo fora. Adora viagens, desertos, gajas, caça, cigarros, enfim, tudo o que o homenzinho cego que me vende os jornais gostava de ter e de ver e que apenas contém na sua prodigiosa imaginação. Até agora, só uma pequena mancha perturbou a minha colorida ideia de Miguel Sousa Tavares. Foi em Outubro de 2004, quando Marcelo mandou pastar o dr. Paes do Amaral e o Miguel permaneceu hirsuto nos seus comentários das terças-feiras na TVI. Estou para ver o que é que ele vai dizer, daqui em diante, quando Pina Moura e José Lemos - os dois altos comissários do PS destacados para aquele canal - lhe passarem a emitir o cheque. Por falar em cheque, o Expresso acolhe agora as prosas revoltadas do Miguel que quase sempre leio com interesse. Na desta semana, começa por chamar-me ignorante. E parte para os seus indiscutíveis gostos pessoais de que o "sistema" e o regime alegadamente o privam, tais como estacionar em cima dos passeios, atirar aos pássaros e às lebres, praticar caça submarina e, naturalmente, fumar. Por detrás desta perfídia encontra-se obviamente o fantasma de Santa Comba Dão, o homem que, entre outras coisas e como se sabe, fundou a EMEL. Eu gosto que Miguel Sousa Tavares aprecie o seu vasto mundo que oscila entre Lagos e os desertos africanos da Baronesa Blixen (como ela devia ter gostado de o conhecer), passando por Queluz, pela Lapa e pelo sr. Pinto da Costa. E aprecio que ele possa continuar livremente, de cigarro na boca ou de caçadeira em punho, a escrever e a ajudar-me a "viajar" de outra maneira. Acredite, Miguel, não me sinto nada ignorante por gostar de o ler.

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