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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

O OVO E A AVE

João Gonçalves 6 Jun 11


O resultado da eleição de ontem pode representar-se em dois versos de Vitorino Nemésio: «Está como o ovo e a ave:/ Grande segredo/ Equilibrado.» Sócrates foi removido do poder pelo voto popular e não por expedientes mais ou menos deletérios. Passos ganhou em toda linha. Desde logo, ganhou contra os famosos "empates técnicos" e as não menos famosas "descolagens" milimétricas. Ganhou contra quase toda a comunicação social e contra a maior parte dos comentadores de serviço a começar pelos oficiosos do seu partido (v.g. Pacheco Pereira foi um enorme derrotado da noite de ontem, desde Carnaxide a Santarém). E ganhou, sobretudo, por mérito próprio (eu, que nunca fui um entusiasta, digo-o friamente) ao saber ter sido, no essencial, ele próprio: uma pessoa equilibrada, firme na sua "normalidade" e disposta a combater pelas vias correctas o autoritarismo cego legado por Sócrates. O que alcançou permite-lhe negociar (rapidamente, se fizer favor) um governo também equilibrado uma vez que Portas não conseguiu ir mais além do além como pretendia. Até nisso o resultado do CDS foi, adequadamente, equilibrado. A passagem do PC a quarta força política é outro sintoma de equilíbrio. Tal como a varridela nacional do evangelismo espúrio e demagógico de Louçã que perdeu oito deputados, reduzindo o Bloco à vaidade de meia dúzia de "iluminados" como o citado e o prof. Rosas. A derrota global da esquerda só lhe pode fazer bem já que ela é especialista em auto-mutilação. Mas isso é um problema dela dado que, aparentemente, não lhe faltam "inteligências". A Passos espera-o o país. Isso, sim, é uma coisa séria que lhe é entregue devidamente comprometida (com os apoios externos) e minada (pelo socratismo e respectivos cúmplices). O "grande segredo" consiste em começar apenas como é. Equilibrado.

AS EVIDÊNCIAS

João Gonçalves 5 Jun 11


Um leitor deixou este comentário : «Com a foto no canto superior do lado direito, já se percebeu qual é o seu apelo. Demasiado evidente, infantil e ... castrador, parafraseando o Jorge de Sena.» Infantil e castrador seria disfarçar como é costume entre nós. Mas, especialmente para si, fica mais "evidente". E não vá o leitor andar a patrulhar a rede, estou longe do perímetro do local de voto.

Foto: José Manuel Ribeiro/Reuters

O Luís Bigotte Chorão, em email amigo , recordou-me os trinta e três anos que decorrem hoje sobre a morte de Jorge de Sena. Uma injustiça da vida, esta morte prematura. Que diria ele do "tiranete da Beira" e dos seus esbirros? Talvez não andasse muito longe disto. «Se há complexo que o povo português necessite de resolver é o tenebroso complexo de castração, que o absorve há séculos, e que faz dele, ao mesmo tempo, um povo obsessivamente preocupado com a sua virilidade, e um povo que constantemente passa a outros a preocupação de f... por conta dele. O infantilismo social, a perpetuação (até aos limites do ridículo) de uma adolescência artificial são ingredientes específicos da civilização do ocidente: mas talvez em nenhum aspecto dela, como na história e na realidade portuguesas, se

«PORTUGAL NÃO PODE PARAR»*

João Gonçalves 3 Jun 11


*Lema da campanha de Cavaco Silva em Julho de 1987, aquando da primeira maioria absoluta. Retomo-o porque Sócrates é o responsável directo por Portugal estar parado à porta da não esperança. Justamente um termo - a esperança - de que não gosto mas no qual se deve colocar agora, através de um voto independente e livre, esperança. Mesmo contra toda a esperança.

CASTIGO SEM DESCULPA DO SOCRATISMO

João Gonçalves 3 Jun 11

«O PS histórico necessita de se redimir pela derrota, idealmente uma derrota pesada, um castigo sem desculpa do socratismo, para se poder reconciliar com o país, com a sua tradição democrática e até com a verdade, que tão mal tem sido tratada pelos seus actuais líderes.»



TUDO VISTO E PONDERADO

João Gonçalves 3 Jun 11


«Ao sr. Sócrates já ninguém salva.»

Vasco Pulido Valente, Público

NÃO TEM PERDÃO

João Gonçalves 2 Jun 11

Com isto quase a chegar ao fim - e com tudo para fazer a seguir -, o PSD deverá chegar à frente no domingo (e provavelmente com mais conforto do que indiciam os estudos de opinião e o PS com menos do que eles manifestam). Pedro Magalhães nota, ao olhar para os ditos estudos, a existência de uma «correlação negativa - forte mesmo nas intenções de voto - entre instrução e voto no PS, cujo desempenho entre os mais instruídos é bastante fraco», enquanto que «entre os que não completaram o secundário, pelo contrário, o PS supera mesmo o PSD em intenções de voto.» Ou seja, constata-se uma relação inversamente proporcional entre a tralha socrática e a literacia. Quanto maior esta for menos hipóteses tem a referida tralha de "penetrar" na alma do cidadão. Percebe-se perfeitamente por que é que Sócrates apostou tudo em manter a cidadania na pior das ignorâncias, aquela que pressupõe uma ética, apesar das "novas oportunidades", das toneladas de betão para cima das escolas e dos "magalhães" sem uma orientação pedagógica mínima. Alguém que deixa um partido e um país embalsamados, na feliz expressão de M. M. Carrilho, não tem perdão.

«NÃO É CREDÍVEL»

João Gonçalves 2 Jun 11


«Não é credível que quem conduziu o País até à situação actual possa ter ideias, ou capacidade, ou conhecimentos para resolver o problema. Só pode continuar a afundar ainda mais, portanto, eu espero que realmente seja dada a oportunidade a outros.»

Henrique Neto

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