Logo à noite, há mais um "programa especial" da D. Fátima (Prós&Prós) dedicado ao interessantíssimo tema "E agora, Portugal?". Deve ser para aí o centésimo programa com esta epígrafe. É apresentado como destinando-se a "reflectir sobre a situação do país, a partir dos contributos de intelectuais, cientistas e universitários. Nesse sentido, não haverá a habitual divisão em duas mesas, mas um painel único de dez personalidades, maioritariamente professores e cientistas." É de esperar o pior. Passa-se no âmbito do Centenário da Universidade de Lisboa e a "comunidade académica" é convidada a fazer figura de corpo presente e a encher a sala (Aula Magna). Só teria graça se a referida "comunidade", em vez da pastosa conivência com o poder representado pela empertigada Fátima, dissesse algo de diferente, em alto e bom som, em vez de ir para lá bater palminhas tolas e escutar as eminências regimentais. Mas isso equivale a pensar outra sociedade, outras elites e outra coisa distinta da reverência instintual e do temor reverencial que sempre acompanham estas manifestações simbólicas de mando de que a D. Fátima é um dos expoentes comunicacionais privilegiados. E é por isso que o "agora" da pergunta é meramente retórico. "Agora" agarrem-se ao corrimão.
Ass.: Besta Imunda