Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

A LINHA FEITICEIRA

João Gonçalves 16 Fev 06


"Melville dizia: "Se dissermos dadas as necessidades da argumentação que ele é louco, então eu preferiria ser louco a sábio... gosto de todos os homens que mergulham. Qualquer peixe pode nadar perto da superfície, mas é preciso ser-se uma grande baleia para descer a cinco milhas e mais... Os mergulhadores do pensamento voltaram à superfície com os olhos injectados de sangue desde o princípio do mundo." Reconhecemos com facilidade que há perigo nos exercícios físicos extremos, mas o pensamento é também um exercício extremo e rarefeito. A partir do momento em que pensamos, enfrentamos necessariamente uma linha onde se jogam a vida e a morte, a razão e a loucura, e esta linha arrasta-nos. Só podemos pensar nesta linha de feiticeira, faltando dizer que não estamos forçosamente condenados a perder, que não estamos forçosamente condenados à loucura e à morte."
Gilles Deleuze, Conversações

8 comentários

De Anónimo a 16.02.2006 às 16:03

São fascinantes os mergulhadores do pensamento...os que conseguem voltar á superfície.

De Anónimo a 16.02.2006 às 17:47

... Hoje acordei ao som de Gershwin.
... Depois tirei, um livro ao “acaso”– “A Psicologia Colectiva” de Pierre Mannoni.
Abri tambem ao acaso e li:
“Felizmente, há as exigências da realidade, que, de tempos a tempos, afrouxam a pressão das obrigações, das proíbições, e sobretudo põem fim à sua repetição aflitiva.
O homem procura constantemente uma alternativa para o que a existência tem de irrisório e de pesada seriedade. De uma maneira geral encontra-o nas festas que oferece a si próprio, com as suas explosões de riso e loucura: a alegria da resposta à lassidão desencantada e um tanto crispada do quotidiano. Trata-se portanto de romper com uma ordem de submissão, de sair para fora do seu papel social, da sua personagem: é necessário regenerar-se, encontrar, no fundo do seu ser, essas dimensões secretas que ali são escondidas para as esquecermos (provisoriamente).
Mas as nossas pulsões, os nossos desejos, têm uma vitalidade que exige satisfações, pelo menos parciais e eteractivas.
E, continuava sobre comportamento de grupo
“Sobretudo se aceitarmos a ideia de que o grupo procura sempre, através da ideologia religiosa ou política em que se situa, uma certa imagem de si própria na qual possa encontrar-se e entregar-se às delícias do narcisismo”.

... Assim, penso que os BLOGS se podem inserir nesta análise de “colectivo” onde, se queira ou não, são de uma forma ou de outra procurados os “estímulos”.
... Independentemente deste BLOG, na realidade através da inteligência/elegância/respeito e grande visão do seu autor, nos forneça esses “estímulos” cujas reacções irão “estimular” tambem o próprio, gostava de deixar uma pequena sugestão
... Porque não “diariamente” nos “presenter” com um texto, poema, pensamento, de forma a procurar uma necessidade de “exercíco mental” que por sua vez dê lugar a uma troca de “estímulos” levando assim a opiniões e/ou discussões mais profundas, construtivas dado que as pessoas aparentemente “querem” mas “não” o fazem porque, por vezes têm “medo” de libertar o seu “EU” aprisionado/recalcado por estigmas e condicionantes impostas muitas vezes pela sociedade e/ou família e, daí as variadas reacções menos correctas que aparecem.
... E, como diz a “realidade” é mais rica que a nossa “imginação”. É a 3D.
Porem são necessários “estímulos” para dar asas à “imagiação e criatividade”
Imaginação não passa de um filme, realmente ...
Mas como já se investiga a 4D e, em Portugal, depois se verá onde irá interferir
... Eis senão quando ao abrir hoje o seu BLOG me sinto presenteada, com mais um belo texto
Transmissão de pensamento ...
obrigada ...

De pharos a 16.02.2006 às 18:15

Gilles Deleuze já foi chão que deu uvas!

De Anónimo a 16.02.2006 às 18:57

... provavelmente o seu chão!

De pharos a 16.02.2006 às 19:03

...quando souber ó anónimo das 6:57 o que são máquinas desejantes, então ficaremos conversados.

De João Gonçalves a 16.02.2006 às 19:16

A função da filosofia, segundo Nietzsche, é incomodar a estupidez. Por isso, os seus "trabalhos" não têm fim.

De Anónimo a 16.02.2006 às 19:32

... a anón... das 5.47 e das 6.57 não se comove como pretende certamente o "pharos"

... João continue respondendo com o brilhantismo que acaba de fazer
... é o País que temos!

De pharos a 17.02.2006 às 01:42

Mas já tem fim a sua vida. Se tivesse tomates suicidava-se como Nietzsche. Mas V. não os tem, embora tenha pendor fascizante q.b.

Comentar post

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor