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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

PRESUMÍVEL INOCENTE

João Gonçalves 2 Fev 11




O sistema jurídico norte-americano é totalmente diverso do nosso. Para evitar o julgamento, é possível (e é trivial) as partes negociarem um resultado que apresentam, depois, em tribunal. No caso Procuradoria de NI vs. Renato Seabra, a acusação, admitida pelo "grande júri", é poderosa porque assenta numa não menos poderosa (e monstruosa) alegada confissão. O arguido, Seabra, declarou-se, como lhe competia e através do seu advogado, inocente. Tal permite-lhe organizar uma defesa para julgamento que, a avaliar pelo que se vai lendo, terá muito a ver com a declaração de uma incapacidade temporária do dito Seabra no momento em que terá assassinado e mutilado Castro. Todavia, tal alegada incapacidade temporária do arguido parece ter durado o tempo suficiente para que Seabra pudesse contemplar, enervada ou tranquilamente, a "obra" já que entre o momento atestado do óbito e a saída do arguido do hotel decorreram cerca de quatro horas. Como Castro não pode manifestamente falar, restam Seabra e factos que apenas ele conhece. A sua defesa irá inevitavelmente sugerir que a confissão foi obtida sem a presença de advogado e, com um bocadinho de sorte e imaginação, poder-se-á apresentar um arguido, não em luta com os seus próprios demónios psicóticos, mas com um homem pequenino de 65 anos que o "provocou" e que, no limite, até poderá ter-se "suicidado" apertando o próprio pescoço, espetando de seguida um saca-rolhas no corpo, mutilando-se, atirando um portátil à própria cabeça e acabando por se agredir, em manifesto delírio contorcionista, com os pés calçados. Até ao final do caso jurídico, Seabra é um "presumed innocent". Dentro dele, porém, coexistirão os dois Seabras das fotos. Qual deles é, na verdade, o verdadeiro?

35 comentários

De Vítor Pimenta a 02.02.2011 às 14:19

Um caso a lembrar o filme "a raíz do medo".

De JJ a 02.02.2011 às 14:58

CARO JOÃO GONÇALVES,

É SEM DÚVIDA UM DIREITO SEU,MAS SEMPRE O IMAGINEI MTO. LONGE DESTAS M......
QUE INTERESSE TEM PARA OS MÍNIMAMNETE CIVILIZADOS QUE,QUERO CRER,SÃO OS QUE LÊM O SEU BLOG,A "TRGICOMÉDIA" DESTAS DUAS CRIATURAS E DE MAIS UNS MILHARES QUE POR AÍ ANDAM...NAS JÚLIAS PINHEIRO,FATINHAS DO "MODELO" ETC.
AMPUTADOS DE ALGO NA MATÉRIA CINZENTA JÁ AMBOS ESTAVAM HÁ MTO.TEMPO!
ASSIM O CRIANÇO VAI TER TEMPO DE FAZER UM "ESTÁGIO" PRÁTICO NAS PRISÕES DOS USA E,SE VOLTAR,VAI SER UM SUCESSO AINDA MAIOR QUE O OUTRO VELHO ASQUEROSO,JUNTO DAS BARROSO(SE AINDA POR CÁ ANDAR),FESTAS SOCIALITE ETC.
JÁ TODOS ESTARÃO DE BENGALA,MAS VAI PODER ESCREVER UM LIVRO TÉCNICO E DAR A MÃO AOS RENATINHOS DA ALTURA...

De joshua a 02.02.2011 às 15:31

Nenhum deles. É tudo gente morta e heterónimos.

De Zephyrus a 02.02.2011 às 16:42

JJ, o seu comentário é absurdo. Pena não termos um Eça de Queirós, ou até um Marquês de Sade para descrever esta gente.

De Anónimo a 02.02.2011 às 16:44

Vêm-me à memoria o ditado: "Quem se deita com miudos acorda migado" .Um ditado direccionado para o CC (leia-se carlos castro, não confundir com carlos cruz).

De Anónimo a 02.02.2011 às 16:47

.. e outro ditado é " Quem mexe na merda caga-se todo". Percebo que o JG tenha interesse nos métodos da justiça Americana, mas para isso veja um compacto do Boston Legal, é mais leve e mais divertido.

De Bastonário da Ordem dos Otários a 02.02.2011 às 17:43

O gajo mata, confessa e depois diz que é inocente.

Será que ele agora vai alegar que estava possuido pelo Diabo?

De Anónimo a 02.02.2011 às 19:12

Gostava de ter pena do rapazola, mas não consigo. Quanto ao bichano, para mim é um alívio que tenha desaparecido dos écrans e dos programas meia-tijela das TV's. Um sujeito asqueroso.

De Cáustico a 02.02.2011 às 19:30

Tinha os meus seis anos quando minha Mãe, que tinha uma pequena oficina de costura, conheceu uma senhora que diziam ser muito rica, filha de um antigo embaixador de Portugal no México.
Tinha o curso de enfermagem, profissão que nunca exerceu por não precisar de trabalhar. Vivia num palacete situado numa linda praia do norte, rodeado de jardins. Minha Mãe preparou na sua oficina alguma roupa para esta senhora. Daí o conhecimento.
Por essa altura, apareceram nas minhas pernas umas pequenas feridas, muito arreliadoras, que, apesar da canseira da minha Mãe a tratá-las, não desapareciam. Conseguia curar uma na coxa, mas de seguida aparecia outra na barriga da perna, Curada esta, aparecia outra no joelho. E a dança das feridas nas minhas pernas nunca mais acabava.
Um dia, indo a referida senhora a nossa casa, deparou a dado momento comigo. Quis saber o que tinha nas minhas pernas. Obtida a explicação da minha Mãe, prontificou-se a falar ao seu médico e recomendou que me preparasse para na Segunda-feira próxima poder ir com a sua empregada ao seu médico para ser por ele observado.
Durante três ou quatro Segundas-feiras lá ia eu com a empregada ao médico para receber nas pernas umas aplicações de raios (?). Não sei do que se tratava. Recordo-me apenas de o médico me pôr uma toalha grossa no tronco e na cabeça depois de colocados nos meus olhos uns óculos de vidros muito escuros. Os meus pais não pagaram as viagens nem tão-pouco os tratamentos. A senhora não quis. E ficaram a dever o favor.
Mas os favores impõem retribuição. Sempre que o jardineiro fazia sementeiras nos jardins do palacete onde ela vivia eu era chamado para impedir que as pombas e outros pássaros comecem as sementes que tinham sido lançadas à terra. Trabalho fácil, nada custoso, apenas com o inconveniente de me impossibilitar brincadeiras com os meus irmãos e outros vizinhos com idades semelhantes.
A senhora do palacete, digo assim para me furtar à indicação do seu nome, que, setenta e nove anos volvidos, ainda está bem presente na minha memória, era bem conhecida por ser amiga de ajudar as pessoas com dificuldades de vária ordem.
Nessa praia não havia mercearias nem talhos. Tudo o que era de mercearias e talhos vinha de estabelecimentos situados em localidades próximas. A carne era trazida num tabuleiro grande que vinha à cabeça duma mulher dos seus quarenta a cinquenta anos, que vivia com dificuldades. Sempre recebeu ajuda da senhora do palacete. E assim como esta, muitas outras havia que também receberam ajuda.
Numa ocasião, quando a minha Mãe regressava da cidade do Porto, onde tinha ido fazer compras, encontrou-se no comboio com a senhora do palacete. Conversaram. A dada altura da conversa, quando o tema era a mulher que trazia a carne num tabuleiro, a senhor do palacete disse à minha Mãe: Aquela mulher deve-me tantos favores que se eu lhe pedisse para ir jurar falso ela tinha de ir. Surpreendida, a minha Mãe respondeu-lhe: Não faria semelhante coisa mesmo se lhe devesse a vida. Naturalmente que a amizade esfriou.
Isto que acabo de referir, que não é ficção, veio-me à mente ao ver os semblantes quase lacrimosos de muitas mulheres e de alguns homens por causa do assassínio do anormal imbecil. Afirmavam que era uma pessoa boa, a senhora do palacete também o era; que ajudava muita gente, a senhora do palacete também o fazia; que era amigo do seu amigo, a senhora do palacete também foi amiga dos meus pais e minha amiga.
Mas muito naturalmente não era só isto que tinham em comum. Também existia neles aquele espírito perverso de pôr os que deles precisam debaixo dos pés.

De Karocha a 02.02.2011 às 22:46

com o ar frio com que entrou, dá para perceber!
E não venham com a história da extradição!
Espero que saibam o que são "Mirand Rights"!

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