Passa-se qualquer coisa de grotesco no CDS/PP. O pequeno partido à direita do PSD, como lhe chamava o dr. Barroso, não tem emenda. O PP de Portas e dos seus amigos não gosta manifestamente do CDS de Ribeiro e Castro. Ribeiro e Castro ainda não percebeu que não pode dirigir o partido apenas aos fins de semana e durante os jantares com as bases. E que o país não lhe passa cartão. O seu irritante grupo parlamentar, a "banda", como com notável felicidade apelidou os discípulos do dr. Nuno Melo, anda à solta e com rédea curta imposta pelo seu patrono ideológico que finge que não é nada com ele. Marques Mendes também tem um problema semelhante - um grupo parlamentar feito à imagem e semelhança de Santana Lopes -, salvaguardadas as devidas distâncias, todavia com a vantagem de ele próprio lá estar. Feitas as contas, a "direita" navega à vista, para o seu umbigo e mal. E Cavaco, para este efeito, não conta. Ribeiro e Castro, se quiser mandar, tem de escolher o partido e o país e esquecer-se de Bruxelas. Mesmo assim, não é seguro que o "portismo" embotado dos srs. Telmo Correia e Pires de Lima lhe dê descanso. A "direita" precisa de um CDS. Com ou sem PP.
Transcrevo para este blog parte de um post escrito por mim há 2 dias atrás, e que no fundo, (como é também aqui revelado) é unanime a opinião de que algo vai muito mal no CDS-PP / CDS / PP (whatever..):
É significativo o mal-estar que se instalou no CDS-PP. È certo que muitas pessoas, até ideologicamente ligados à Direita, consideram o CDS um partido fraco, sem uma liderança forte e com posições (muito) discutíveis acerca de temas basilares na nossa sociedade (a questão da pena de morte/prisão perpétua, a eutanásia e, claro, o aborto) e até mesmo nos temas recorrentes da política do dia-a-dia. Com esta liderança de Ribeiro e castro, a divisão interna (que, num partido com tão pouca expressão, torna-se, deveras, alarmante) acentuou-se: é ainda a ala Portas/Telmo Correia que continua a liderar parlamentarmente o CDS. Insistem ora em interpelações ora em intervenções ambas completamente desnecessárias, roçando, por vezes, o ridículo – decerto sintomas daquilo a que já denominei anteriormente de um “Complexo de Édipo” em relação ao seu fundador, Freitas do Amaral, este, (tal como Ribeiro e Castro (!) ) cada vez mais afastado das mesquinhices e posições ideológicas que, ao longo dos anos, vêm caracterizando o próprio partido. O CDS-PP corre, de facto, o risco de vir, literalmente, a desaparecer. No fundo, são “uma banda de música “popular”, desafinada e sem maestro”.
Pois, é pena que num País à esquerda os partidos mais à direita tenham tantos problemas internos. Assim não vamos lá! Ribeiro e Castro não precisava fazer o comentário que fez aqunado da tomada de posse de Cavaco Silva - embora a atitude do grupo parlamentar seja lamentável. E depois de uma liderança tão marcante como a de PAulo Portas é difícel gerir seja que partido for. É pena. (http://gonio.blogspot.com)
Pois é, é por isso que Sócrates anda de rédea solta e se permite dizer coisas como isto: "Quem acha que prejudica o Governo promovendo o pessimismo e rejeitando todos os sinais de recuperação da confiança, não está a fazer oposição ao Governo, está a fazer oposição ao País". Sinais que só ele vê claro.
Aqui vai o fundamento: Sócrates não cabe em si de satisfação pelos “sinais favoráveis” que diz vislumbrar na economia do País. Como “Mestre Sala” do grande desfile de sucessos económicos nacionais, com que vai entretendo o Zé contribuinte, anuncia a cada hora, mais um “sinal favorável”. Ele é o plano, que já foi choque tecnológico, ele é o Bill Gates, o MIT, a OTA, o TGV, os Novos Investimentos, as Opas e Contra-Opas, ele são os fabulosos lucros dos Bancos, PT, EDP, Galp, etc, etc. Para o primeiro-ministro tudo isto são “sinais favoráveis” da economia. Como se a economia real portuguesa girasse à volta de anúncios de intenções, ou de projectos megalómanos, que apenas ou sobretudo favorecem super-empresas estrangeiras, ou de mudanças de capital entre empresas, que não geram nada de novo a não ser uma diminuição de concorrência, ou ainda dos super lucros das grandes empresas que exploram as telecomunicações, ao transportes e carburantes, a energia e os créditos. No ano em que estas empresas apresentam os maiores lucros de sempre, é precisamente o ano em que Portugal apresenta o mais baixo crescimento económico de sempre, de apenas 0,3% do PIB. O que levaria a parar para pensar, creio bem, um qualquer primeiro-ministro mais preocupado no País do que na sua própria imagem. A economia nacional gira sobretudo em volta das pequenas e médias empresas, o seu estado é o reflexo do estado da nossa economia. Todos sabemos como elas se encontram sufocadas economicamente. A factura que liquidam da energia, telecomunicações, transportes e carburantes são cada vez mais pesadas para a sua vivência diária. E quando necessitam de crédito conhecem bem os seus custos. Enquanto meia dúzia de grandes empresas engordam de modo absurdo, as pequenas e médias empresas desesperam lutando pela sobrevivência. A preocupação maior do governo deveria residir em medidas que provocassem a motivação de todas estas empresas, através de incentivos fiscais, apoio técnico, redução de impostos, promoção de produtos sobretudo no estrangeiro e redução das suas despesas de exploração regulando com eficácia o preço da energia, telecomunicações, créditos e carburantes. Não compreende Sócrates, que a razão do desenvolvimento se encontra nas nossas pequenas e médias empresas espalhadas pelo País, e que da sua pujança e força advirá o nosso crescimento económico sustentado. Infelizmente a continuar por este rumo a economia nacional jamais convergirá com a UE e aproximar-se-á, cada vez mais das economias típicas dos países subdesenvolvidos, dos países do terceiro mundo.
Este espaço de comentário torna-se, claramente, insuficiente para expressar todos os benefícios – que os há, por muito que custe, há – dos (vários, ainda bem que assim é) contactos e investimentos que o actual governo tem já feitos ou irá para que irá avançar. Remeto os meus pontos de vista para o meu próprio blog pessoal (caminhante-solitario.blogspot.com). Assim, limito-me a proceder a uma crítica dos “fundamentos” apresentados no comentário anterior.
“Para o primeiro-ministro tudo isto são “sinais favoráveis” da economia. Como se a economia real portuguesa girasse à volta de anúncios de intenções, ou de projectos megalómanos, que apenas ou sobretudo favorecem super-empresas estrangeiras, ou de mudanças de capital entre empresas” – os investimentos estrangeiros, numa economia como a portuguesa, quase permanentemente deficitária são, invariavelmente bem-vindos. Irresponsável era desprezá-los e enviá-los para os países em vias de desenvolvimento (aí sim, era mais uma “ajuda” para que estes ultrapassassem deveras o nosso país). Para mais, a confiança é boa e recomenda-se. Estes “anúnciozitos” são, pelo menos, um sinal (de quê? Eu diria de confiança…) – basta vermos a própria bolsa que não registava resultados tão avultados desde há… 5 anos!
“No ano em que estas empresas apresentam os maiores lucros de sempre, é precisamente o ano em que Portugal apresenta o mais baixo crescimento económico de sempre, de apenas 0,3% do PIB.” – este vergonhoso resultado não é fruto do actual executivo… Como todos sabem e admitem, o anterior foi… “despedido com justa causa!”
“Todos sabemos como elas se encontram sufocadas economicamente. A factura que liquidam da energia, telecomunicações, transportes e carburantes são cada vez mais pesadas para a sua vivência diária. E quando necessitam de crédito conhecem bem os seus custos. Enquanto meia dúzia de grandes empresas engordam de modo absurdo, as pequenas e médias empresas desesperam lutando pela sobrevivência.” – ideologia… marxista! Bonita, mas, no mínimo, romântica. Mas… aplicável sem prejuízo da eficiência? No momento e nas circunstâncias actuais, parece-me pouco viável.
“A preocupação maior do governo deveria residir em medidas que provocassem a motivação de todas estas empresas, através de incentivos fiscais, apoio técnico, redução de impostos, promoção de produtos sobretudo no estrangeiro” – os primeiros têm sido dados… É claro, todos admitem, falta muito para se chegar a um nível que se considere adequado. Espera-se que para lá se caminhe…
“Infelizmente a continuar por este rumo a economia nacional jamais convergirá com a UE e aproximar-se-á, cada vez mais das economias típicas dos países subdesenvolvidos, dos países do terceiro mundo” – Não é o que a própria U.E. diz. Mas todos temos direito a divergir e a criticar. Ainda bem que assim é. Ainda bem que vivemos num Estado de Direito Democrático. As críticas foram fundamentadas, embora, no geral e mesmo especificamente, passíveis de refutação.
P.S. – Caro João Gonçalves, desculpe a extensão do comentário (e, provavelmente, a divergência com a sua opinião), mas acho que a construção de um debate sério e criticamente fundamentado só valoriza o próprio blog.
Exemplos de "sinais": 1.-O Estado gastou em 2005, 843 milhões de euros!!!, mais de 160 milhões de contos em serviços fora da Administração, como "estudos,pareceres e projectos de consultodoria, Mais 108 milhões de euros do que em 2004. 2.- A rubrica aquisição de serviços, subiu mais 14,8% do que no ano anterior, isto no ano de combate ao défice. 3.-500.000 euros pagos por semana (595 contos por hora) pagos à sociedade de advogacia de José Miguel Judice por "estudos" relativos ao processo privatização da GALP. 4.- Os Encargos Gerais do Estado, onde se inclui por exemplo, a Presidencia do Conselho de Ministros( ministros e secretários de estado), Centro de Gestão da Rede de Informática do Governo, Gabinete Nacional de Segurança,Instituto da Comunicação Social, subiu em gastos de pessoal mais 12,8% que em 2004.
Ruy: Não tenho em minha presença os números que apresentou como “sinais” e, por isso, não me sinto habilitado para os refutar ou, sequer, para, pura e simplesmente, comentar. Aceito-os, partindo do princípio de que estão correctos. Tão pouco vou compará-los aos do executivo anterior (aquele que foi “despedido”). Acho que de nada adiantaria. Portugal tem de ultrapassar essa fase da “comparação com último governo em exercício”. No fundo, o que interessa é o presente e o futuro do nosso país. É precisamente por serem estes dois “tempos” que, efectivamente, interessam que acho importante chamar à coacção (desculpa o vocabulário jurídico…) um dos primeiros posts que publiquei no meu próprio blogue pessoal. Aí fazia aquilo que denominei um pouco o “papel ingrato de defesa do governo e de quem o dirige neste momento. Eu digo ingrato porque, como se sabe de senso comum, é sempre muito mais aprazível a crítica fácil. O governo, no meu ponto de vista, tem pautado as suas políticas por um rumo definido. Os cidadãos sabem que vão ser tomadas decisões porque, ao longo deste ano, estas tÊm sido, efectivamente, tomadas e preparadas para virem a ser exequíveis. Acho que, apesar dos dados que me forneceu, o governo tem-se pautado sempre por ser rigoroso opondo-se frontalmente ao lascismo característico dos partidos “mais à esquerda”. É uma política de rigor orçamental, tão elogiada pela U.E., e que se estima reequilibrar as finanças até 2008. Vou mesmo mais longe e caracterizo a acção do governo por três preceitos que se apresentam como fundamentais: o reequilíbrio das finanças públicas (sem, contudo, se reduzir a isso, sem ter uma obsessão restritiva pelo défice); a promoção da qualificação das pessoas; e a garantia da sustentabilidade do Estado Social, do Estado prestador dos serviços essenciais aos cidadãos (adaptando-o à realidade moderna). Além disso, tem investido na modernização do país através de diversas opções como o Plano tecnológico, a reforma educativa e administrativa, o incentivo económico realizado através da modernização de infra-estruturas, enfim, um conjunto de soluções que impor-se-ão no futuro mas que tem já dado frutos como a crescente captação de investimento estrangeiro e recursos comunitários, mas também no aumento de confiança dos portugueses no seu próprio país.
A oposição, como é prática (re)corrente das oposições (de todas elas sem excepção, o que também é normal) nos últimos anos, critica. Contudo, não se sabe de uma única medida capaz de poder ajudar a solucionar a crise. Na realidade actual em que é de extrema importância assumir compromissos e criar riqueza, era necessário haver mais consensos de todos os partidos para que, de uma vez por todas, estes se assumam como “oposição responsável”, uma oposição que não anseie desesperadamente o poder (até porque, daqui para a frente viveremos numa estabilidade eleitoral, com um governo eleito há um ano e com um PR que, apesar de não ter tido o meu voto, acabo por ter de concordar que puderá ser uma mais valia em termos de cooperação, estabilidade e de procura de soluções) mas que colabore com um governo maioritário, eleito democraticamente pelos portugueses, na construção de um Portugal melhor.
As críticas certeiras de Ruy encaixam que nem luvas na política... do cavaquismo, que infelizmente deixou marcas profundas e estruturantes na nossa economia e que, até hoje, só foi politicamente contrariada pelos Governos de Guterres (apesar dos pecados conhecidos)!
Propaganda barata e inútil, que decerto nem convence quem a veicula.
Quanto ao PPD e ao CDS, como dizia o outro, quero é que eles se fundam!
Na realidade, já não parece fazer sentido a existência de dois partidos ocupando o centro-direita, com a recente evolução "centrista" em curso no PS.
Mas sim, sem dúvida que faz falta um partido de centro-direita, liberto porém do populismo de matriz sá-carneirista e dos complexos esquerdizantes de "social-democracia", a qual morreu no PPD com a secessão ASDIana, que no fundo se identifique simplesmente com o sentimento "AD", que posteriormente teve (e tem) expressão no fenómeno do cavaquismo.
Com um verdadeiro Partido Liberal Cristão, ou coisa que o valha, resultante da fusão entre CDS e PSD, o espectro político português ganharia em autenticidade e transparência, abrindo espaço, por um lado, para a consolidação da linha social-democrata/terceira via no PS e, por outro, para o surgimento de um PP, assumidamente de direita mais ideológica, e de um partido claramente de esquerda, a partir de algumas franjas socialistas, bloquistas e reformadoras (ex-comunistas), uma espécie de PDS italiano à portuguesa.
Tudo isto complementado com uma profunda alteração do sistema político (num sentido mais presidencialista) e eleitoral (círculo único nacional para a AR; votos de escolha múltipla; votos brancos traduzidos em lugares vagos no Parlamento) e a implementação de uma verdadeira Regionalização, à boa maneira europeia (não inventemos o que já está provado e testado entre os nossos parceiros) poderão, enfim, regenerar a política portuguesa e libertá-la do atoleiro em que vai sobrevivendo.
É significativo o mal-estar que se instalou no CDS-PP. È certo que muitas pessoas, até ideologicamente ligados à Direita, consideram o CDS um partido fraco, sem uma liderança forte e com posições (muito) discutíveis acerca de temas basilares na nossa sociedade (a questão da pena de morte/prisão perpétua, a eutanásia e, claro, o aborto) e até mesmo nos temas recorrentes da política do dia-a-dia.
Com esta liderança de Ribeiro e castro, a divisão interna (que, num partido com tão pouca expressão, torna-se, deveras, alarmante) acentuou-se: é ainda a ala Portas/Telmo Correia que continua a liderar parlamentarmente o CDS. Insistem ora em interpelações ora em intervenções ambas completamente desnecessárias, roçando, por vezes, o ridículo – decerto sintomas daquilo a que já denominei anteriormente de um “Complexo de Édipo” em relação ao seu fundador, Freitas do Amaral, este, (tal como Ribeiro e Castro (!) ) cada vez mais afastado das mesquinhices e posições ideológicas que, ao longo dos anos, vêm caracterizando o próprio partido.
O CDS-PP corre, de facto, o risco de vir, literalmente, a desaparecer. No fundo, são “uma banda de música “popular”, desafinada e sem maestro”.