A clique que presentemente domina o PS começa a incomodar algum PS que existia antes dela. E mesmo alguns que, inexplicavelmente, fazem parte dela. Desbiografados sem prestígio profissional ou político, deslumbrados palonços e néscios sem referências aliaram-se, para servir de capachos e de testas-de-ferro como as chocas nas touradas, a dois ou três cristãos-novos da nomenclatura que manda na seita desde a queda de Ferro Rodrigues. A perda da maioria absoluta foi-lhes, no entanto, fatal. Bem tentaram, como os derradeiros desenvolvimentos públicos revelam, mantê-la por meios aparentemente dignos da melhor impunidade política eslava sediada, por exemplo, no Kremlin. Lá também há eleições, empresas em regime de golden share, imprensa "livre" e uma justiça robustamente "independente". Se esta clique do PS morasse no Kremlin e edifícios limítrofes, não se notava a diferença. Justamente por isso, alguma gente do PS com noção do seu futuro político e com um módico de decência anda inquieta. A permanência da clique rapace compromete a dignidade e a credibilidade de um partido que sustenta o governo de Portugal. E, consequentemente, a dignidade e a credibilidade do país num momento crucial.