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portugal dos pequeninos

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O IPO

João Gonçalves 2 Mar 06


Há cerca de três, quatro anos, passei uma lúgubre temporada em que corria todos os dias para o Instituto Português de Oncologia de Lisboa. Tive tempo suficiente para ver morrer muita gente de idades variadas enquanto esperei pela morte, felizmente tranquila, do meu pai. No meio da coisa, ficou-me uma boa impressão geral do pessoal do IPO. Médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar. Leio que o dr. Correia de Campos e que o director do IPO pretendem "vender" os terrenos de Palhavã e mudar o IPO para Oeiras ou para outro lugar qualquer. O IPO não é um hospital vulgar. Centenas de pessoas vêm dos locais mais remotos de país para tratamento ou internamento em Palhavã. É verdade que os oitenta anos das primeiras instalações pesam. E que aparentemente quaisquer obras adicionais não resolvem a questão, segundo o director. Todavia não pode ser indiferente à decisão a localização do Instituto. É, parece-me, importante manter a "centralidade" do mesmo e não pensar sequer dois minutos em transpô-lo para os arrabaldes de Lisboa. Este é um daqueles serviços públicos que não pode estar à mercê do caprichismo político. Que a criatividade incontinente do dr. Correia de Campos não lhe limite a visão razoável da realidade.

5 comentários

De Anónimo a 02.03.2006 às 15:51

Estou inteiramente de acordo, com todo o seu artigo

Gostaría de acrescentar que tambem se deve e. muito ao voluntariado...

... sei que é algo que "passa despercebido"

De Anónimo a 03.03.2006 às 00:58

Pois, nós sabemos....

De Anónimo a 03.03.2006 às 14:55

... relativamente ao "voluntarido" sei que é algo que passa despercebido
... porem, sei que "as vezes" tem mais "valor" aquilo que se não vê e, as pessoas só percebem, muitas das vezes, quando por elas passam
... não é o meu caso felizmente
... e, sei que os doentes podem "rejeitar" este tipo de ajuda
... de qualquer forma os "voluntários" estão sempre presentes

De Anónimo a 03.03.2006 às 19:12

Três questões apenas:

1 - Oeiras é hoje menos "arrabalde" de Lisboa do que Palhavã o era há oitenta anos;

2 - a "periferização" dos serviços centrais do Estado não é um acesso de criatividade (???) do actual Ministro da Saúde, é uma consequência da mentalidade economicista dominante e já tem antecedentes próximos de igual calibre: quem não se lembra do autismo teimoso e inconsequente da ex-Ministra da Justiça, Celeste Cardona, que pretendia levar toda a Polícia Judiciária para Caxias (que também fica, não sei já agora se por acaso, no Município de Oeiras...)!

Dizer apenas meia verdade pode ser ainda mais pernicioso do que mentir, já dizia o Aleixo...

De Anónimo a 03.03.2006 às 19:17

3ª - Já me esquecia: a construção de um novo I. P. O. ainda não suscitou quaisquer críticas (que chatice!) por parte dos principais agentes envolvidos, antes pelo contrário...

Para os seus detractores, Sócrates e os seus Ministros estão já antecipadamente condenados: presos por terem cão e por não o terem. Daí as emblemáticas e já indigeríveis (sem arrotar) críticas ao TGV e à Ota...

Mas veremos qual será a opinião do eleitorado daqui a quatro anos, e comparemo-la com a que terá igualmente daqui a cinco, nas presidenciais...

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