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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 1 Set 13
«Dos partidos, o PSD é o mais dividido quanto ao serviço de televisão do Estado: da privatização total à RTP como bandeira do Estado (e das elites partidárias), espelha as diferentes posições da sociedade e das elites. Dois governos PSD, o de Durão e o de Passos, começaram por propor um modelo minimalista para a RTP: privatização parcial ou entrega da gestão a privados ou diminuição dos canais... Ambos recuaram e mantiveram o status quo. Com o CDS no governo a defender o modelo vigente de RTP majestática, o governo de Passos abandonou o seu próprio plano, excepto quanto à redução do financiamento à taxa, acordada com a troika. Substituindo Relvas, Poiares Maduro coincide com todos os partidos parlamentares numa visão estatista da RTP: o Estado deve possuir a RTP como instrumento e bandeira; servir o Estado é mais importante do que servir aos cidadãos conteúdos de interesse público. Algumas propostas de Maduro vão no caminho correcto: as alterações devem dificultar ao poder político controlar conteúdos da RTP; o contrato de concessão (atrasado desde Janeiro) e a lei da TV devem concretizar o que o Estado entende por serviço público; deve fomentar-se a produção externa. Mas Maduro também quer manter a publicidade, que contamina estratégia, conteúdos e promove, em vez de contrariar, a comercialização da vida pública; mantém o aparelho burocrático de castas, que se auto-alimenta, e a ilegalidade actual dum "director-geral"; mantém ou expande o número de canais; busca mais receitas para essa expansão; parece optar por alterações que mudem alguma coisa para que o essencial se mantenha, ao menos no que toca à RTP como bandeira do Estado; e ignoramos se as propostas permitem garantir o essencial: conteúdos de interesse público. Mudanças cosméticas não resolvem o nó górdio do operador público. O povo afasta-se desta RTP que faz conteúdos para obter audiências, não para ter interesse público. As actuais e brutais alterações na tecnologia, oferta e consumo de conteúdos continuarão a empurrar a RTP para a irrelevância enquanto serviço público. Governo e partidos continuarão a ver o serviço público como instituição-RTP e como canais, quando o povo nem vê instituição nem vê canais, vê ou não vê conteúdos. A reforma anunciada da RTP é, por isso, um remendo condenado à partida. Continuaremos a pagar a falta de coragem, de visão e as concepções estatistas e antiquadas do governo e dos partidos. Fora de tempo, desajustada da realidade mediática actual, a reformazinha da RTP obrigará a outras no futuro. E sempre à nossa custa.»
Foto: "i"
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...