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portugal dos pequeninos

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A patine da Traviata

João Gonçalves 13 Abr 13

 

Segunda ópera dita "popular" de Verdi no São Carlos. Desta vez, La Traviata. Pelo mesmo palco passou, no papel titular, o melhor que havia então no mundo do teatro lírico. Caniglia, Tebaldi, Callas, Scotto, Sutherland ou, em 2002, Theodossiou. Com elas, também as melhores vozes masculinas: Gigli, Bechi, Poggi, Mascherini, Tagliabue, Kraus, Sereni, Vanzo, Zancanaro, Bergonzi. Foi a única vez, em 1958, que a Callas esteve em Lisboa. Em 1974, mais precisamente na noite de 24 para 25 de Abril, a dupla Sutherland-Kraus, no Coliseu, fazia "cair" a sala com aplausos. A Sutherland não chegou a partir no dia seguinte porque o aeroporto estava famosamente fechado. Em suma, La Traviata tem uma "história" ilustre entre nós. Gostei de encontrar o Medeiros Ferreira no intervalo, dos poucos da nossa praça, aberta justamente na madrugada da Traviata da Sutherland, com quem se aprende sempre. Homem de "conversas bilaterais", Medeiros está preocupado com o presente e o futuro de um país com, pelo menos, este extraordinário lastro verdiano. Na ópera, como na política, a patine conta.

 

Clip: Callas em La Traviata, São Carlos, 1958

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