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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 20 Mar 13
Hoje é um dia triste para os defensores da liberdade de expressão. O despedimento de Nuno Santos por parte da administração RTP é, na sua gravidade, um sinal. A memória de Soares Louro ou de Cunha Rego, a decência de Ramalho Eanes ou a competência de Almerindo Marques, enquanto responsáveis máximos pela história da RTP nas últimas décadas, foram indignamente aviltadas. Porquê? Porque N. Santos é removido por um "crime" consagrado na legislação do Estado Novo - o delito de opinião - e que há muito desapareceu quer do chamado sentimento jurídico colectivo (salvo, é claro, da mente daqueles que olham para o Outro como mero capacho ou que só sabem viver em ambiente de "respeitinho"), quer da própria lei, a começar pela Constituição de 1976. N. Santos é removido, não por ter sido comprovadamente incompetente como jornalista ou director de informação, mas porque teve a "ousadia" de se dirigir (recorro aos termos do Estado Novo) menos respeitosamente ao senhor presidente do conselho (de administração) em declarações prestadas, imagine-se, no Parlamento. O mesmo que, publicamente, tinha afirmado que nenhum trabalhador de RTP seria perseguido disciplinarmente por causa do incidente dos chamados "brutos". Ora se não foi por isso, fica inequivocamente claro por que foi - delito de opinião. Coisas destas, num estado de direito democrático, devem debater-se na esfera pública (condenando-as activamente e sem reservas mentais de qualquer espécie) e resolver-se nos tribunais, sem "pressões" e "recados" ameaçadores. Como escrevi na altura em que este processo kafkiano começou, não se atira impunemente a honra de quem quer que seja aos cães com processos sumários ou tentativas de linchamentos públicos. O velho Soares, onde nem tudo é famosamente mau, tem razão nisto: só é derrotado quem desiste de lutar. Cá estaremos.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...
Então faltar ao respeito ao presidente do conselho de adminstração é delito de opinião, agora?
Mesmo que tivesse sido no café, agora no parlamento, ainda é pior.
O que é de esperar dum superior hierárquico quando lhe faltam ao respeito ainda por cima em tão pública casa?
Dizer que discorda da maneira menos respeitosa?
Nuno Santos confundiu ofensa com opinião.