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portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Processos sumários

João Gonçalves 23 Nov 12

 

Numa das múltiplas "notícias" colocadas nos jornais por causa do patético episódio das "imagens não editadas" pelas televisões, leio que a RTP tenciona ter pronto o seu "inquérito" interno na segunda-feira. Há mais de vinte e cinco anos que faço inquéritos, processos de averiguações e disciplinares. Mesmo num caso passado na Madeira - com a PSP (alegadamente a PSP teria aparecido à paisana num reunião do sindicato das bordadeiras locais) -, eu e o meu colega magistrado Ministério Público, na altura ambos inspectores da IGAI, elaborámos um relatório preliminar, curto (fui eu quem o escreveu), depois de quatro dias úteis de investigação local. E o relatório final só foi apresentado após uma segunda visita, semanas depois. O ministro era o dr. Jorge Coelho e corria o ano de 1998. Nenhum inquérito credível, isento e factual pode ser feito em um dia útil, mesmo dois, que é o que sugerem essas "noticias" quando apontam segunda-feira para o termo do prazo para a sua conclusão. E, muito menos, quando as "notícias" indiciam algumas "conclusões" e "visados". Também a intervenção da PSP no "caso" em apreço agora (esta é uma mera opinião pessoal) devia ser objecto de uma acção da IGAI e não da própria PSP. Dito isto, e regressando à RTP, apenas uma nota. Desde Janeiro deste ano que a empresa possui um director geral de conteúdos que superintende as duas principais direcções da casa, a de informação e a de programas. Ora das "notícias" infere-se que o director geral de contéudos da RTP "pairou" acima deste episódio e que até poderá interinamente substituir Nuno Santos, o director de informação demissionário "visado" nas "notícias" e um profissional a quem quero, aqui, protestar livremente a minha consideração e estima pessoais. Não se atira impunemente a honra de quem quer que seja aos cães com processos sumários ou tentativas de linchamentos públicos.

2 comentários

De Anónimo a 23.11.2012 às 13:00

Há mais: alguns escritos por aí publicados apresentam sugestões-acusação na forma de citações de uma das partes envolvidas, acusando directamente membros do Governo, o que não só revela falta de isenção, como uma intenção de linchamento público e orientação.

De Marta B a 24.11.2012 às 17:51

Este processo faz-me lembrar uma ficção da Agatha Christie. Quase todas as personagens anseiam por vingar-se de alguém, que mercê da sua accão ao longo dos anos, teve a infelicidade de coleccionar muitos e variados inimigos. O pretexto para o convite à demissão foi o visionamento, mas - tal como Júlio César - bastava que voltasse as costas um dia destes para que o apunhalassem. As lágrimas que se choram na direcção de informação neste momento, são de crocodilo, os suspiros de muito alívio e nenhum sofrimento.

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