Portugal dos Pequeninos © 2003 - 2015 | Powered by SAPO Blogs | Design by Teresa Alves
Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 30 Set 12
Setembro chega ao fim. Nem cá, nem na Europa, nem em lado algum foi um mês brilhante. Há dias perguntavam-me como é que se devia designar os países não emergentes. Ocorreu-me "os países que estão na mesma", "os países que não crescem", etc., etc., até que ouvi alguém falar, com razão, em países decadentes. Em breve a Europa entrará na ruminação a que se habituou nos últimos anos, entre conselhos, cimeiras, duetos, teleconferências e declarações algures entre o piedoso e o cínico. Já esta semana, o encontro dos ministros das finanças da Alemanha, da Finlândia e a da Holanda, em certo sentido "contra" a Espanha - estilo "desenrasquem-se" -, obrigou a Senhora Merkel a mais uma profissãozinha de fé na "Europa" e no euro. O próprio "povo" europeu não sabe bem o que quer ou o que não quer, isto apesar das manifestações e dos barulhos. As elites esfarelam-se ou inexistem e o espaço político-partidário, por natureza aquele em que, numa democracia representativa, as coisas valem, cada vez vale menos. Nos EUA, Obama ainda é o mal menor para a Europa depois dos sucessivos shows de cretinice bíblica do sr. Romney. E os tais países emergentes andam por todo o lado, como lhes compete, a fazer pela vida à conta desta decadência geral do "Ocidente". Por cá, o panorama é devastador. Depois do disparo infeliz de 7 de Setembro, o ciclo das infelicidades governamentais e da coligação não parou mais. Fazer "tábua rasa" desta constatação com certeza conduzirá a que, daqui a precisamente um mês, esteja a escrever a mesma coisa em pior. Há um profundo trabalho político a realizar que não se compadece com o caprichismo "financês" ou com o persistente alheamento da realidade. Sem oposição à altura - a não ser a que lhe é movida metodicamente pelos media ou por intriguistas "internos" dispostos a colaborar com o primeiro alucinado que lhe aparecer pela frente -, o Governo tem a obrigação política e moral de redescrever o seu registo de actuação política. Não existe um cargo (um sequer) no Governo que não seja, antes de ser outra coisa qualquer, um lugar político. Aparentemente pouca gente tem a noção disso. Daí que Setembro tenha sido o mês mais cruel. Não pode repetir-se.
Foto: iStockphoto
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...
Que «shows» são esses, João? Aqueles que os «jornalistas de matilha» portugueses difundem? As falsas trapalhadas de um mas não os verdadeiros escândalos de outro? Vá lá, espero de si sempre um pouco mais e melhor... e também na «política externa».