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portugal dos pequeninos

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UM CONTO E A REALIDADE

João Gonçalves 25 Jan 08


Estreia hoje a ópera - ainda encomendada por Paolo Pinamonti a Emmanuel Nunes -, baseada num escrito de Goethe, Das Märchen. A coisa dura quatro horas - 4 - e vai ser difundida, via satélite, para localidades tão ansiosas por conhecer a obra do mestre como Ponte de Lima, Vila Flor, Faro ou Aveiro. Não faço ideia quanto custa esta peripécia. Nem vou ao ponto, seguramente mesquinho e "inculto", de estabelecer uma relação entre o custo e o benefício. Que alguém beneficia com isto, de certeza. Porventura o povo que vai encher os teatros das localidades durante as intermináveis quatro horas? Talvez. Nunes? Com certeza. Vieira de Carvalho, musicólogo, doutrinador e secretário de Estado? Sem dúvida. Basta atentar na vasta publicidade paga nos jornais da qual constam conferências e "portos-de-honra", algo que faz muita falta à cultura pátria. Sei que o argumento é reaccionário e populista, mas, num país onde morrem pessoas porque caem das macas numa urgência hospitalar, a prioridade chamar-se-á Emmanuel Nunes, Porto em "honra" não sei de quem ou várias transmissões "satélite" a lembrar a nefasta "dinamização cultural" de 75?

16 comentários

De lusitânea a 25.01.2008 às 12:39

Eu só me admiro de ainda não terem arranjado um daqueles ranchos folclóricos de mulheres africanas nuas da cintura para cima para receber chefes de estado no aeroporto... isso sim é que é cultura com futuro garantido.A ministra anda desatenta, isto para ser meigo, que para o BE já deve raiar a xenofobia.

De Fernando Antolin a 25.01.2008 às 13:38

Tinha graça e estava de acordo com o multiculturalismo vigente,mas também podíamos usar,com o devido respeito,os Pauliteiros de Miranda,os Sargaceiros da Apúlia ou o Rancho Tá-Mar da Nazaré,meu amigo,folclore e ranchos é coisa que cá não falta...

De Fernando Antolin a 25.01.2008 às 14:34

Ainda a respeito do dr.Constâncio,bem podia ficar conhecido como "o osciloscópio" ou "o sinusoidal"...

De Anónimo a 25.01.2008 às 15:01

Independentemente do marketing e de outras coisas à volta e sobre esta ópera, interessava saber se Nunes tem provas dadas na composição e se a ópera que vai ser estrada é ou não de qualidade. Quer em termos musicais quer em termos da interpretação e da encenação.
Como não a vou poder ver, e não sei avaliar, principalmente tratando-se de música contemporânea, gostaria que os especialistas a criticassem, para além dos aspectos caricatos ou anedóticos ou das simpatias ou antipatias pessoais.
Será que vai ser possível? É que a crítica a uma produção destas, independente e sem preconceitos, é um serviço público que prestam, uma vez que se trata de dinheiros públicos!
Xico

De Anónimo a 25.01.2008 às 15:09

Lá está a velha impressão lisboeta de que na província as pessoas são todas iguais e andam todas preocupadas com o fecho das urgências. Não há muita gente que goste de Ópera certamente, mas concerteza também haverá muita gente interessada em assistir ao espectáculo. Isto claro, se tiverem lugar para estacionar a burra.

De Anónimo a 25.01.2008 às 16:23

Olhe: Saúde é saúde; agricultura é agricultura e Cultura é Cultura, não faça confusões nem DEMAGOGIA!!!

Nunes é xatíssimo de se ouvir (e ver, haja Deus!!), ponto final parágrafo!!!!

Ou porque cai gente das macas nos hospitais, devido à INCOMPETÊNCIA do Ministro e também dos que lá trabalham, temos de dizer mal da Cultura, mais especcificamente da ópera?? Acha que o dinheiro que se emprega na Cultura devia ir para os hospitais?????

Cada MACACO NO SEU GALHO, diz-se!!!

Estou farto de DEMAGOGOS!!!!!!!!

De jb a 25.01.2008 às 16:23

O Emanuel Nunes é um bom compositor. Os doentes não deviam cair das macas. As macas estragadas não deviam servir para acamar doentes. O Ministério da Cultura já passou das marcas... e não tem cura à vista!

De birnbaum a 25.01.2008 às 16:54

Para esta gentinha "é como se faz lá fora".
Continuamos amarrados às queirozianas corridas de cavalos
em Belém...
O Dâmaso continua no alegado "Ministério da Kóltura"...

De Nuno Castelo-Branco a 25.01.2008 às 17:08

Acho muito bem, essa dos Portos de honra. É uma coisa que cheira a caruncho que se farta e da qual já me esquecera. É BOM!!! Ainda por cima, se calhar até vão servir um Puerto de Honor made in Leon. Poupam-se uns cobrecos e sublinha-se ainda mais o "rimming" inter-froteiriço. Já estou a ver as notabilidades do costume, de meia branca e sapato de verniz, já com el naso a ir do bordeaux ao púrpara, a cambalear e a trautear "Os Peitos da Cabritinha" (Quim Barreiros). Olha!, talvez o convidem para o fim do espectáculo! Terão sala cheia. G-A-R-A-N-T-I-D-O!

De Anónimo a 25.01.2008 às 17:45

Só há uma coisa que me preocupa...como é que o Silveira,vai contar todos aqueles compassos?4 horas e tal a dissecar píanissímos,fortissímos e o que mais houver.
E consta que há muito.
Vai ser uma noite de muita masturbação.
Vai,vai...

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