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"Os tempos são ligeiros e nós pesados porque nos sobram recordações". Agustina Bessa-Luís
João Gonçalves 24 Jun 12
Tenho lido muitas alusões a um chamado "jornalismo de referência". Certamente por deficiência minha, ainda não consegui entender o que é (e onde se encontra) esse "jornalismo de referência", quem é que e como é que se apura semelhante coisa, o que é que o distingue precisamente como "referência", etc., etc. Sempre aqui escrevi que não possuo o menor temor reverencial perante a actividade jornalística e que, neste como em qualquer outro sector, há muito bons, bons, sofrivéis, maus e muito maus profissionais. Para além de que se trata de uma área "especializada" em escrutinar tudo e todos e que não aprecia ser escrutinada, embora a última palavra sobre o "produto" seja a do cliente e a do mercado. Por isso não espanta que um jornal com as características comunicacionais do Correio da Manhã "bata" sistematicamente qualquer alternativa a que os "especialistas" chamariam "de referência". Até a circunstância de não ter cedido ao português "acordográfico" lhe é favorável. Há uns anos, no Expresso (um verdadeiro monumento nacional ao tal "jornalismo de referência"), Manuel Maria Carrilho perguntava o seguinte: «no mundo em que a informação se encontra totalmente mercantilizada, e não podendo invocar nem uma legitimidade eleitoral (como os políticos) nem uma legitimidade técnica (como a opinião pública [através das sondagens], a fonte da legitimidade jornalística aparece, sem dúvida, cada vez mais opaca: ela vem de onde, representa quem, responde perante o quê?» Boas perguntas de resposta complexa. Mas há mais. Esta opacidade, que muitos pelos vistos acham "de referência", traduz-se - continuo com Carrilho - «em geral num discurso que assenta no surrealista princípio de que «eles» é que sabem (e sempre melhor do que os que foram eleitos) o que «realmente» o povo sente e quer», arrogando-se «o direito - marcado por um tropismo ora policial, ora moralóide - de passar do registo dos confrontos de opinião para o das avaliações completamente subjectivas, tão expressivas como espúrias.» Este úlltimo aspecto é particularmente impressivo em certo comentarismo televisivo - prolongável ou não em papel - cujo paroxismo "tudológico" atinge, quase diariamente, patamares apenas risíveis. Em suma, "de referência" só mesmo alguns livros.
Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...
obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...
Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...
Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...
Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...