
Estamos a viver tempos que convidam a que nos "fechemos" dentro de um livro. Não é, pois, por acaso que têm aparecido alguns neste blogue. Essa capacidade de isolamento, essa barreira prodigiosa contra a tagarelice, esse momento único de redescrição do mundo que a leitura ou a música conferem, foi descrita de forma lapidar por George Steiner num intitulado
No castelo do Barba Azul - algumas notas para a redefinição de cultura, traduzido pela
Relógio D'Água: «os livros bem-amados são a sociedade necessária e suficiente do indivíduo que lê a sós.» Recebi hoje o da foto, de
Adelino Cunha, e, portanto, a frase de Steiner é deliberadamente esdrúxula a seu respeito. Nunca escondi o meu interesse pela personalidade de Álvaro Cunhal. Este livro promete-nos um "retrato pessoal e íntimo". Vou lê-lo, a sós, e com a maior atenção. Depois falamos.
Adenda (de um fiel leitor insular):«Álvaro Cunhal, quando esteve preso em Peniche, traduziu em segredo «Rei Lear», de William Shakespeare, um clássico da literatura mundial. (Hoje os nossos «intelectuais» para fazerem alguma coisa, solicitam uma licença sabática ou pedem uma «bolsa»). Quando nós hoje comparamos a dimensão cultural e intelectual de Álvaro Cunhal (ou mesmo doutros líderes politicos já desaparecidos, como Sá-Carneiro, Salgado Zenha, Palma Carlos, etc.) com as actuais «lideranças» politicas, é o mesmo comparar uma peça feita em ouro com um vulgar alguidar de plástico.»
Álvaro Cunhal foi um homem eminentemente cultural.
Escritor. Ensaísta. Artista. Tradutor.
Apreciador da boa Música, Árte e Literatura.
Álvaro Cunhal, quando esteve preso em Peniche, traduziu em segredo «Rei Lear», de William Shakespeare, um clássico da literatura mundial.
(Hoje os nossos «intelectuais» para fazerem alguma coisa, solicitam uma licença sabática ou pedem uma «bolsa»)
Quando nós hoje comparamos a dimensão cultural e intelectual de Álvaro Cunhal (ou mesmo doutros líderes politicos já desaparecidos, como Sá-Carneiro, Salgado Zenha, Palma Carlos,etc.) com as actuais «lideranças» politicas, é o mesmo comparar uma peça feita em ouro com um vulgar alguidar de plástico.