
As próximas duas a três semanas são de incenso, ouro e mirra para o governo. Mesmo tesos, cheios de dívidas até aos cabelos e deprimidos, os portugueses não resistem à farsa do natal. Refiro-me aos centros comerciais, às lojas, às ruas, à agitação medíocre onde se finge uma alegria que manifestamente não existe. Lá para seis ou sete de Janeiro, com os "reis" despachados até ao ano seguinte, é a doer. O Eduardo já sentiu o que acabo de escrever.
"De tarde, na Fnac Chiado, vira-me obrigado a uma irritante gincana para não pisar as criancinhas que gatinham, pulam e gritam, nem interferir com o ângulo de visão dos progenitores que usam os telemóveis para fotografar os rebentos, esparramados no chão ou a atirar CD’s à cabeça uns dos outros, e toda a gente parece achar natural impor a terceiros a bagunça doméstica (mas não achavam se fosse um miúdo das barracas a urinar nas escadas rolantes). O simples facto de embiocar crianças numa cave com luz artificial, em vez de as levar para lugares ao ar livre, é sintoma de quê? Estava a chover? E daí? A chuva nunca matou ninguém." Pois. Quem é que o mandou sair de casa?
É tão somente, uma VERDADEIRA SOCIEDADE de CONSUMO ...
Qual NATAL! Enfim ...