Isto não é politicamente correcto, porventura, mas eu simpatizo tanto com a "causa" isrealita como com a "causa" terrorista. Estão muito bem uns para os outros. Só é pena que, para acabarem uns com os outros, matem tanta gente como se engolissem tranquilamente galões. E que, como se verá em breve, ponham ainda mais em causa esta treta chamada hipocritamente de "ordem internacional", sobre a qual paira uma inutilidade chamada ONU. Por causa de três militares seus terem sido raptados - num daqueles eternos jogos florais entre Israel e a rapaziada circundante "comandada" à distância" por aquela figura excêntrica que é o presidente do Irão -, Israel decidiu arrasar o Líbano e, em resposta, os terroristas lá acolitados decidiram arrasar Israel. Pelo meio, mata-se tudo o que aparecer pela frente, de um e do outro lado. O mundo está, de novo, perigoso. A nós só nos interessa pacoviamente salvar a pele de uma dúzia de portugueses que moram no Líbano. Aparentemente os que vivem em Israel estão seguros. Ou dar-se-á o caso de não morar lá nenhum luso ou, morando, sentir-se-á mais seguro do que no Líbano? Por que será?
Adenda:
Filipe, eu não teria assim tanta certeza que Israel seja um paraíso para o "outro", seja lá a forma que esse "outro" exiba. Quanto aos "outros", tenho apenas mais algumas certezas. E é mais fácil nós nos "judaíficarmos" do que Israel deixar de temer a sua própria sombra.
Morrem pessoas. Sim, morrem e ninguém se deve alegrar com isso. A dor de uma mãe libanesa ou palestiniana com o filho morto nos braços não é menor do que a dor de uma mãe israelita, isso é verdade. Mas Israel tem alternativas? Não há sempre vítimas civis inocentes em operações militares? As bombas anglo-americanas e os obuses soviéticos mataram muitos civis alemães inocentes. E os Aliados também cometeram crimes. Isso significa que a Alemanha tinha razão? Devia ter ganho a guerra?
O que seria uma resposta "proporcional" de Israel? Abater exactamente oito membros do Hezbollah e raptar dois? E raptar um do Hamas?
Desculpe que lhe diga, João Gonçalves, mas dizer, como V. faz, que Israel, com a sua História de vítima de ataques racistas e cobardes a civis, tem medo da sua própria sombra, é de um cinismo que roça a obscenidade.