
É também
pelo Eduardo que fico a conhecer o nome das eminências "literárias" que mereceram a escolha da "comissão para o Plano Nacional de Leitura" - uma falácia apascentada pelos ministérios da Educação e da Cultura - como autores "seleccionados e recomendados para o 6º ano". Se excluirmos Sophia e, com alguma benevolência "pedagógica", Maria Alberta Menéres, Redol, Torrado e as versões "infantis" de Sousa Tavares e de Frederico Lourenço para os "clássicos" (tipo "explicados às criancinhas"), o resto não existe ou nem sequer é digno de ser chamado de "literatura". Até a "presidente" da comissão", a eterna Isabel Alçada, foi "seleccionada", pelos vistos, pela própria e por um bando de costumados "especialistas" (nunca se sabe quem são), de "psicólogos" (por causa dos famosos "traumas" criancistas), de "professores" e de "bibliotecários". Quando entrei no liceu, em 1973, lembro-me de ter lido José Mauro de Vasconcelos e poemas do Alexandre O' Neill. Não fiquei minimamente traumatizado por, em pleno "fascismo", não ter sido tratado como criança semi-parva, mas antes como um pré-adulto. Esta obsessão pela infantilização do processo de leitura e a mediocridade da "seleccção" feita pela comissão da dra. Alçada, evidenciam o estado a que chegou a "cultura" do "homem médio", trinta e tal anos depois de "Abril". O estalinismo escondido por trás de qualquer "plano" deste género, não augura nada de bom para os já péssimos índices de literacia nacional. Para quem manda, quanto menos se pensar melhor. E quanto mais cedo se começar a deixar de pensar, melhor ainda.
We are the world, we are the children.