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portugal dos pequeninos

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BASTAVA UM

João Gonçalves 19 Jul 06

Na "conta-corrente" em curso no Médio Oriente (fonte: CNN), Líbano-200, Israel -25. Falo de mortos, naturalmente. Vivos estão dois militares israelitas, sequestrados, e um terceiro. É por causa deles - juram os israelitas e o Cymerman da SIC que nos brindou com uma simpática reportagem sobre a sua "vida" em Telavive- que estes mortíferos jogos florais de verão estão a decorrer. Os Hezbollahs andam, naturalmente, misturados com as populações civis. A contabilidade dos mortos interessa pouco numa zona em que a toda a gente está prontinha a desaparecer a qualquer momento. Todavia, bastava um, fosse de que lado fosse, para isto ser o horror que é. Apesar de cínico e céptico, ainda consigo ser cristão, nem judeu, nem muçulmano.

31 comentários

De espumante a 19.07.2006 às 23:33

Zazie

Sem embargo de outros pontos de discordância, há pelo menos uma afirmação sua num dos vários comentários que aqui deixou que é um erro grosseiro. Israel é mais poderoso mas NÃO é mais rico que os países árabes nem tem tanta ajuda internacional. Este facto é tão claro que perante uma afirmação em contrário com a que a Zazie faz se esvai qualquer desejo de contraditório.

De Senequerib a 19.07.2006 às 23:42

"A pior intolerância é a que leva a acreditar que se está do lado certo da História e impor um padrão único a todos os seres ao cimo da terra."

Esse recado é destinado aos muçulmanos árabes, não é verdade?

De Shelltox a 19.07.2006 às 23:47

Luikki:

Pois, Buda é (era) um deus porreiro. Ele não fundou uma religião mas sim uma filosofia (ou ética) de vida, que é perfeitamente compatível com a nossa.

Agora o budismo parece que se está a transformar em religião, o que é mau.

De Senaquerib a 19.07.2006 às 23:48

O comentário acima é de minha autoria.

De zazie a 20.07.2006 às 01:22

"Esse recado é destinado aos muçulmanos árabes, não é verdade?"

este recado e destinado a todos nós. Pensei que se percebesse.
...............

espumamente. Tem razão. Depois de ter comentado reparei nessa impecisão. A questão é que queria referir que Israel não é apenas um Estado reduzido ao seu local geográfico. Os apoios e lobbyes internacionais chegam a tudo, da informação, à Casa Branca e passando por grande parte do mais poderoso capital.
Não é exclusivo e há capital idêntico do lado islâmico. É também esse quem financia o terrorismo internacional

Apenas respondi a um comentário em que o factor religioso aparecia fora do contexto ideológico.

Não sou das pessoas que defende que o mal está na religião. Mas creio que é bom que se entenda que nos nossos dias há religiões mais entranhadas e belicistas que outras.

Quando falamos nos judeus ou em Israel como meros ocidentais estamos a esquecer esse detalhe.

De qualquer forma acabo agora de vir do Sombra (do Rui Semblano) que fala precisamente disto melhor que eu.

De nanda a 20.07.2006 às 01:28

Do lado de Israel temos uma civilização de um povo esclarecido, ilustrado, que atingiu um alto desenvolvimento intelectual, democrático, científico, industrial, e... que mata civis inocentes.
Do lado Muçulmano temos uma civilização teocrática, bárbara, parada num tempo antigo, atrasada cultural e socialmente e ... que mata civis inocentes.
Recuso pertencer a qualquer das civilizações em disputa.
Por isso concordo com o autor do blog. Nem judia, nem muçulmana. Cristã - embora céptica(e não cínica) algumas vezes.

De zazie a 20.07.2006 às 01:36

O essencial que quis fazer passar é que me parece que hoje em dia se vive por cá de outros mitos e de uma tendência intolerante que faz da Democracia um valor absoluto.

É um novo eurocentrismo no género do colonial. Só que desta vez aparece com as cores do politicamente correcto e dos "valores ocidentais".

Quem os não tem, por azar, por atraso histórico, por diferença, por todos os motivos, é automaticamente colocado no lado errado da História.

ora eu penso que o mundo não tem de ser todo igual e que muitas formas de vida só se tornam verdadeiramente intolerantes quando são impostas a todos.

Que na nossa casa se viva de acordo com as nossas regras, muito bem. Agora que em casa de cada um se tenha de adoptar o padrão que nós achamos certo, isso é errado e só traz problemas.

Até porque a noção de Civilização é uma grande tragédia. No geral continuamos a ser uns bárbaros. Não é por ir Mac Donalds e por votarmos nos mesmos mecos a leilão que somos gente superior.

Muito menos gente superior que leva a que se diga que há que tomar partido por uns contra outros.

O critério ético nunca deveria andar sujeito a modas e a gostos.

E isto é tão notório que vemos agora mais gente a tomar partido por uma acção bárbara e a negar a importância de coexistência pacífica. Ou da importância que a paz (mesmo de fachada) tem para todo o mundo, que a criticarem os atentados terroristas que já nos chegaram às portas. Nessa altura, os mesmos que agora são pela guerra só se lembraram de atirar para o chão e enrolarem-se no palavreado vazio da negociação com a Al-Qaeda.
.........

o exemplo do comentário anterior serve para ilustrar a minha ideia-

como Israel tem toda essa mais valia cultural as bombas de Israel e o terrorismo de Israel é mais limpo.

De zazie a 20.07.2006 às 01:41

como temos um povo democrático e culto- o terrorismo de Israel não é terrorismo e eles lá devem saber o que fazem. Logo são os bons e os outros são os maus.

Isto é o mesmo argumento de Abu Grahib. Aquilo foi nojento mas vendo bem quem o fez até condena e são uma democracia, logo a acção está branqueada dada essa supremacia civilizacional. E por aí fora.

Dantes dizia-se que quem é mais dotado tem mais obrigações de quem não é. Hoje diz-se que basta ter esses dotes nos pergaminhos para ser o exemplo a seguir, o lado bom a alinhar. A escolha acrítica a adoptar.

É este o produto dessa tal lavagem ao cérebro do politicamente correcto e da balela dos "dos nossos bons valores ocidentais".

Somos uma merda com mais obrigação de o não ser que os outros. E´apenas esta a diferença.

De zazie a 20.07.2006 às 01:59

lendo com mais atenção a nanda concordo. Também penso isso, ainda que não infira que seja necessário ser-se cristão para se chegar à mesma conclusão.

Afinal de contas, no passado os cristãos fizeram o mesmo apesar de não ser essa a mensagem de Cristo.

E a supremacia das armas dá sempre uma ajuda para se adaptarem as crenças às circunstâncias.

De Senaquerib a 20.07.2006 às 10:01

"este recado e destinado a todos nós. Pensei que se percebesse."

A todos vós? Não sabia que éreis muçulmanos.
Então aprendei, aprendei...

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