
Vital Moreira, o doutrinador jurídico do regime, e
Medeiros Ferreira, um espírito livre, juntam-se para "rever" a história. Já que a Universidade de Santiago de Compostela, num acesso genuinamente democrático, decidiu retirar ao falecido Generalíssimo o título "honoris causa" - essa banalidade com que se ornamenta indistintamente o último bronco disponível -, Vital Moreira entende que não só a a vetusta Universidade de Coimbra deve fazer o mesmo ao dito morto, como lhe compete "julgar" as criaturas que, à época, tiveram a triste ideia de homenagear Francisco Franco. Medeiros Ferreira prefere "atacar" primeiro o "salazarismo doméstico" e só depois de tranquilizada a consciência nacional "democrática", é que nos devemos preocupar em "rever" a dos outros. Com o devido respeito, parece-me que estas posições reflectem a impossibilidade de encarar, com um módico de normalidade, a história. O programa da D. Elisa permitiu evidenciar publicamente esta estranha esquizofrenia quando os seus mentores tentaram rasurar da "memória colectiva" o nome de Oliveira Salazar. Salazar e Franco existiram para o bem e para o mal das respectivas pátrias. Não querer falar deles, "apagá-los" ou utilizar uma memória histórica meramente selectiva e oportunista, não serve para amadurecer as democracias. Só serve para as diminuir.
Salazar obviamente ocupará a seu tempo o devido relevo na história tal como aconteceu a Pombal...
PS
Vão escolhendo o lugar para lhe colocarem a estátua...