Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

portugal dos pequeninos

Um blog de João Gonçalves MENU

Há 121 anos nascia o Doutor Salazar, como recordou um leitor. Ressuscitasse ele hoje, aqui e agora e, no mínimo, morreria imediatamente de susto. Disse a Franco Nogueira, quase no fim, que isto "estava bom para safados". Vê-se.

Tags

14 comentários

De Karocha a 28.04.2010 às 22:00

Não tenham dúvida!!!

De radical livre a 28.04.2010 às 22:03

enfrentou com coragem situações bem difíceis:
défice público
guerras de Espanha, mundial, colnila; tentativas de golpes de estado

relatório de alto responsável no ANTT «o Sr D. João (Bourbon) é um libertino»

'liber tino' é o meu caderno de apontamentos

De M. Abrantes a 28.04.2010 às 22:16

Nasceu no mesmo ano e mês de Hitler. Pena é que tenha partido tão depois. O povo costuma dizer Deus bota-os ao mundo e eles ajuntam-se. Mas com estes dois a coisa foi mais fina: Deus botou-os ao mundo já juntos, não fosse o acaso desencontrá-los.

De Anónimo a 28.04.2010 às 22:25

Digam lá se não há anos especiais...

Em 1889, nasceram: Chaplin, Hitler, Wittgenstein, Heidegger, Gabriel Marcel, Hildebrand, Dom Manuel II e... Salazar.

Ah, já agora, no ano anterior, 1888, nasceram: Pessoa, Bernanos, T.S. Eliot, Carl Schmitt e... Cardeal Cerejeira.

De João Gonçalves a 28.04.2010 às 22:38

Comparar Hitler com Salazar é uma grosseria intelectual.

De Karocha a 28.04.2010 às 23:03

Com toda a razão JG.
Saibam o que é o fascismo.
Este mês nasceram Salazar e Isabel II.

De Anónimo a 28.04.2010 às 23:16

"estava bom para safados".

Estava e está cada vez melhor!

antónio chulado

De Bic Laranja a 28.04.2010 às 23:55

Nasceu no mesmo ano do Hitler, logo é um malvado.
Ele há gente que devia pedir desculpa de ter nascido...
Cumpts.

De observador a 29.04.2010 às 00:39

Só por curiosidade:

O que é que o bomfeitor S fez em 50 anos de Poder, para nos safar dos safados?

Mas lá que foi safadinho para os pagadores do costume, foi ....

De Anónimo a 29.04.2010 às 01:02

MEMÓRIAS DO PORTUGAL RESPEITADO

Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.

O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.

Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.

Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.

Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.

Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.

Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.

Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Estoril, 18 de Abril de 2010

Comentar post

Pág. 1/2

Pesquisar

Pesquisar no Blog

Últimos comentários

  • João Gonçalves

    Primeiro tem de me explicar o que é isso do “desta...

  • s o s

    obviamente nao é culpa do autor ter sido escolhi...

  • Anónimo

    Estou de acordo. Há questões em que cada macaco se...

  • Felgueiras

    Fui soldado PE 2 turno de 1986, estive na recruta ...

  • Octávio dos Santos

    Então António de Araújo foi afastado do Expresso p...

Os livros

Sobre o autor

foto do autor