
Há pouco, na SIC Notícias, um tal Martim Cabral, "especialista", asseverava- vindo directamente de Israel - que a coisa está "para lavar e durar". Que há árabes que enviam "mensagens" ao governo israelita a incitar à luta contra o Hezbollah. Que, apesar da ampla preparação militar dos israelitas - os civis são todos putativos militares -, não contavam com uma guerrilha tão severa por parte dos outros. Que enquanto Israel estiver a zurzir impiedosamente o Herzbollah, mesmo destruindo com método, zelo e persistência um país inteiro, a "opinião pública internacional" estará ao seu lado. Este jargão da "opinião pública internacional", bem como o da "comunidade internacional", intriga-me. Quem é esta misteriosa entidade a quem o sr. Cabral se refere? Como o exemplo mais próximo que temos de "democratização" a expensas da "opinião pública internacional" - o Iraque - custa cerca de cem mortos por dia, é de desconfiar do que pensa a referida "opinião" em relação ao conflito em curso. Para já, nem Israel, nem o Hezbollah, nem a Al- Qaeda - entretanto ressuscitada -, nem a Síria, nem o Irão, parecem muito preocupados com a "opinião pública internacional" e, muito menos, com a nação libanesa. O "humanitarismo" de que se fala em relação aos refugiados - outra "preocupação" da tal "opinião pública internacional - é nojentamente hipócrita. Até parece "natural" - estilo "danos colaterais" leves - que mais de setecentas mil pessoas sejam forçadas a abandonar o que é seu como se fosse uma trivialidade. O bonzinho Guterres, aliás, já veio falar no arroz e nas tendinhas, como lhe competia. E o governo português quer, se for o caso, mandar uns quantos valentões para o sul do Líbano, mais uma vez em nome da mística "opinião pública internacional". Isto tudo é bem mais sério do que parece. No fundo, a "opinião pública internacional" está metida numa enorme trapalhada e, agora, não sabe como sair dela.
Mas o q nos vale é q nós sempre temos aqui a "douta sabedoria de opinião" em estratégia politico-diplomatica de JG...