
Depois de uma sessão dupla de
Sexo e a Cidade, passo pela RTP, onde peroram os drs. Aznar, Ernâni Lopes e Dias Loureiro. Parece que o tema consiste nas relações Portugal/Espanha por ocasião da visita do Chefe de Estado aqui ao lado. Aznar, como Barroso e Guterres, pertence ao
petit comité dos políticos sem vergonha na cara. O bem que fez pela Espanha desvaneceu-se naquele lance manhoso a propósito do atentado terrorista de 11 de Março, em Madrid, dias antes das eleições, o que lhe mereceu uma valente derrota por interposto Rajoy. Revelou um carácter. Agora, como não podia deixar de ser, é "administrador de empresa" do Grupo Murdoch. Ernâni Lopes é uma intermitência do regime que tem a mania da originalidade: consegue falar de "empresas portuguesas" sem se rir. E Dias Loureiro é o regime em permanência, no poder ou nas empresas. Na plateia está o resto. Babando-se provincianamente para o pequeno espanhol. Deputados, jornalistas, "empresários", sociedades de advogados, corporações, etc., e, mais uma vez, o
outsider Medeiros Ferreira. A sra. D. Fátima "modera", com a sua proverbial ligeireza amaneirada e saloia (virou-se para os dois portugueses para se certificar se "isto" é uma das mais antigas nações da Europa e eles, significativamente, entreolharam-se no mesmo vazio). As "elites" deste regime estão praticamente todas reunidas naquela plateia da Casa do Artista. Alguém de boa-fé e com um módico de juízo pode rever-se nesta gente? Espero que os espanhóis, nos séculos XVI e XVII, tenham percebido definitivamente com quem se vieram meter. Se não perceberam, basta-lhes gravar este "Prós e Contras". A plateia é todo um programa.