
Manuela Ferreira Leite é já, em certo sentido, uma vencedora destas eleições europeias mesmo antes de contarem os votinhos. Porquê? Porque não houve cão nem gato que não jurasse pela sua desgraça política imediata (e a consequente interdição), dentro e fora do partido. Acontece que, a 48 horas da eleição, a presidente do PSD disputa, não um mero resultado "honroso", mas a vitória taco-a-taco com o PS, o dono e senhor absoluto do país e do Estado. Recordo que nas "europeias" de 2004, o PS teve mais de 40% dos votos e que, desta vez, ficará não apenas abaixo disso como bem longe dos 45 das legislativas de 2005. Não a subestimem.
Adenda: «Estou a ver na SIC-N um "debate" fantástico: três patetas e Costa Pinto peroram sobre as eleições do próximo domingo, puxando todos, de uma forma ou outra, a brasa à sardinha chucha, com a ajuda do militante cinzentismo da jornalista. Não se percebe como é que Costa Pinto se presta a alinhar com as nulidades Bettencourt e Delgado e o "sondagista" PS Oliveira e Costa. E menos ainda se percebe como é que Balsemão ainda paga a esta gente, que comete a proeza de conseguir sobreviver sem a mínima ideia na cabeça.» (do leitor Álvaro Pais)
Nota: O leitor Álvaro Pais - o país? - ignora, porventura, a natureza da eminência Costa Pinto. O João Pedro George fez-nos o favor de a caracterizar no seu livro "Não é fácil dizer bem" (Tinta da China, 2006, a páginas 118 e seguintes: "António Costa Pinto, O Incessante": «um pensador apalpado pelo génio.»). No fundo, como escrevi um dia, Costa Pinto é um historiador sempre agarrado ao tempo que passa. Como é o PS que está a passar, a quem queria o leitor que a eminência se agarrasse?
Adenda2: «Foi das coisas mais degradantes a que assisti na campanha. Ao mesmo tempo que cal e o impacto no PSD e na líder do PSD, até com citação à razão daquele senhor da concorrência no PSD. Se a 48 horas isto não é marchar ao lado de um partido, vou ali e venho já. Oliveira e Costa até acabou por ser a pessoa que numa determinada fase disse com mais realismo que os resultados são muito incertos e pode variar bastante, como já aconteceu. O que eu vejo é que um empate técnico a 3% de vantagem do PSD se transforma numa enorme vitória com 4% quando o PS vai à frente.» (doutro leitor)
PC