A sra. D. Margarida Rebelo Pinto, que usa o epíteto de "escritora", interpôs uma providência cautelar "com a finalidade de impedir a distribuição e venda da obra Couves & Alforrecas: Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto", de João Pedro George. Este livro resulta de uma série de posts editados no Esplanar nos quais se analisava, detalhada e criticamente, a "prosa" da senhora recolhida da sua "obra completa". É claro que não falamos de literatura quando falamos de Margarida Rebelo Pinto, mas há muito boa gente equivocada no meio do lixo. A senhora e a sua editora alegam que, depois dos textos de João Pedro George, "as vendas sofreram uma forte quebra" o que constitui manifestamente uma enorme perda para a humanidade, como se calcula. O editor foi mais longe e falou em "ofensas" que não são "próprias de um estado de direito". Vai daí, achou por bem recorrer ao velho esquema da censura por interposta providência cautelar, destinada não só a apreender todos os livros eventualmente já cá fora, como, e sobretudo, a evitar que cheguem a sair. O respeitinho é muito bonito e, para não fugir ao esprit du temps, a sra. D. Margarida também parece estar preocupada com a licenciosidade e com a pouca vergonha. E diz ela que é escritora. Porra.
As mulheres são como os homens, há-as de três sortes: as incapazes, as capazes e depois as capazes de tudo... E aqui entra muita gente (inha)
Quando lembro que o velho Agostinho da Silva dizia ao editor que abdicava dos seus direitos de autor é caso para dizer:apetece fugir.
Mau grado a comparação, pois ela nem sequer é intelectual, é apenas moral.
A busca obsessiva da fama, notoriedade leva a estas anormalidades.Dantes roubava-se para comer pão, hoje as pessoas iludem-se e atribuem-se qualidades e virtudes que não têm, mas vivem no mar da ilusão. E depois julgam que o Direito é uma ciência foleira que serve para quase tudo. Se fosse advogado ficava deprimido.Não deixa de ser um assalto (consentido) ao mercado que lê estes resíduos intelectuais..Estes sub-produtos versão Caras
Zaramago tb se nobilizou...Mas, apesar de tudo, é um pouco melhor, quero dizer: é menos mau.
E voltamos ao mesmo problema de se censurar as opiniões que não sejam meros elogios... Acho que é a censura que não faz parte... do Estado de Direito! Essa sim, deve ser combatida. Quanto muito seria interposta uma providência cautelar para retirar todos os livros do mercado da própria... Margarida Rebelo Pinto! A razão é simples: atentado à inteligência dos portugueses...
Já agora, se me permite, julgo que o que nos falta é o tal common sense, misto de cultura, inteligência, gosto e prudência. Como o povo português - que lê - não tem nada disso, e a maioria lê A Bola e a Caras, aquelas virtudes são pior que água no deserto, não existem.
O direito não deveria ser aqui chamado a regular uma questão que deveria remeter para o "tal" sistema cultural. Uma cultura que tb deveria regular o mercado e não o inverso, como infelizmente sucede... O problema é que o mercado é irracional, toma decisões por "nós" que parece não corresponderem a um standard mínimo. E depois metemos um advogado. Para quê... invocar lucros cessantes...Danos colaterais... que a formiguinha deixou de dormir coo dormia, comer como comia, beber como bebia, f.... como ...ía..
Lembro-me de há uns anos, uma conhecida minha ficar maravilhada com cenas descritas nesses romances de cordel... Lembro-me tb dessa testemunha referir que apreciava muito uns sapatos de berloques mais umas sacanagens e assim ela se maravilhava.
Quando lhe falava no Eça a artista dizia que era chato. E chato era falar com ela mais de 3 minutos.
Resumindo: meter o direito numa questão do sistema cultural é como meter o valentim loureiro a dar uma cadeira de diplomacia, ou dizer desta que é a ciência da sinceridade e um código de virtudes.
O problema está na irracionalidade do mercado: coisas sem qualidade tresandam por aí, e o povão que quer ler qqr coisa fácil e decorável vai, amanhã, à banca do continente ajudar o Belmiro a fazer a OPA e, ainda por cima, presta um péssimo serviço á cultura e à sua própria formação intelectual e cultural. Meter o direito nisto .. vou ali já venho.
Qqr dia ainda vemos "os que andam por aí" assumir estas causas em tribunal. E se assim for é a prova provada de que estamos mmo vivendo no portugal do caninos
Creio que estamos perante um duplo atentado às leis do mercado.
1º - relatar oa problemas com a escrita da senhora (sobre os quais não me prenuncio pois não li nada nem dela nem do outro), ocondicionou-se fortemente a acção e livre arbitio do mercado;
2º - quando a senhora lança uma "providência cautelar" sobre o livro " denunciante, volta-se a impedir o mercado de actuar.
devemos pedir que a comição reguladora actue no sentido de tudo ser alegremente vendido, para o mercado decida livremente quem tem razão.
O que me surpreende é a reacção que a editora alude ter ocorrido: uma forte quebra de vendas dos livros de MRP. Se a obra era assim tão importante, o estilo tão apreciado, a autora tão popular, os temas tão importantes, como se explica que, de repente, deixe de vender? Que público era esse que apreciava MRP e que agora a esquece, quando surge uma obra a criticar a sua escrita? Pelos vistos, MRP tinha o público que merecia.
Os interesses aqui são interesses difusos,mas de ambas as partes. O Prof. poderia fazer critica de uma forma construtiva. Na nossa sociedade não somos só Agustinas. Também temos outro tipo de escrita, na qual a Margarida se incluiu. Não estou a defender a Margarida, nem a atacar o Prof. mas ele tem mais responsabilidade do que ela. A coisa começou num blogue. Mas que prazer é este do Prof.. Será que a Margarida quer ocupar-se da cadeira dele na Nova? Não, pois não. Então, porque tanta guerra...comercial. Obviamente que muitos de nós, com aquele título vamos a correr ler. O que significa, comprar, também, lixo, porque é disso que se trata quando estamos em presença de couves com muito tempo. Lixo. Prof. disserte sobre o Ramos Rosa, sobre as Cantigas de Amigo do D. Dinis e vá-se lixar. Nunca li nada da Margarida, para que conste. E não pertenço a nenhuma comição.....para a defender. Vamos primeiro aprender a escrever e depois blogar. Só se aceitam erros ditados pela pressa. Não substantivos, funcionais. E deixem a Margarida em paz. Porra