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portugal dos pequeninos

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O EMBUSTE

João Gonçalves 23 Jul 08


Estamos em Julho. Em qualquer país "médio" da Europa, as temporadas de ópera já estão, de há muito, anunciadas. Por cá, o melhor que a OPART - que gere em conjunto a Companhia Nacional de Bailado e o nosso único teatro de ópera, o São Carlos - consegue anunciar é um eterno "Quebra-Nozes", dançado no palco do S. Carlos, lá para Novembro e Dezembro. De ópera, nem um pio. O dr. Pinto Ribeiro, numa das suas raras intervenções como ministro da cultura, não se mostrou agradado com a OPART, um embuste que serviu apenas para remover Paolo Pinamonti da direcção do Teatro. Está mais do que na hora de tirar daí as devidas ilações.

13 comentários

De Anónimo a 23.07.2008 às 09:06

Ópera?
ópera é para operários, como dizia o outro.
Olhe, podiam aproveitar o momento actual e encenar uma "mix" com "O Trovador" e o "Porgy and Bess". Actores não faltam....!!!!
Xico

De João Gonçalves a 23.07.2008 às 09:29

Leu em alguma parte do post que o dr. Ribeiro demitiu o PP? A OPART, criação da Vieira de Carvalho e Pires de Lima, foi apenas para o que serviu, para correr com PP.De resto, é um embuste, uma treta para usar um termo mais "popular" e entendível.

De Fernando Vasconcelos a 23.07.2008 às 09:49

João: Tem razão. Fiz uma leitura errada do seu post. Em todo o caso como dizia o facto é que se mudou para muito pior.

De bernardo a 23.07.2008 às 12:48

A ópera só interessa a meia-dúzia de privilegiados, o país tem coisas muito mais graves e urgentes para serem tratadas. Fechem a porcaria do São Carlos que é menos dinheiro que se desperdiça.

De Fernando Vasconcelos a 23.07.2008 às 14:05

Bernardo: Claro que tem coisas muito mais importantes para resolver. Uma delas é precisamente a ópera apenas interessar a meia dúzia de pessoas, não forçosamente priveligeados.

De JPG a 23.07.2008 às 15:27

Curioso, este acrónimo. Pela primeira vez acertaram em alguma coisa, no caso um anagrama invertido de TRAPO. Faltou acrescentar "encharcado nas trombas", mas não se pode ter tudo.
De qualquer forma, parece ser isso mesmo (um trapo encharcado nas trombas) que o Estado português acha que se deve dar ao povo, à laia de cultura. Isso e música pimba, é claro.

De Karocha a 23.07.2008 às 15:27

Desculpe bernardo, mas não estou de acordo consigo.
Um povo inculto,vota como vota,e é isso que querem!
Acha que os Austríacos estão mal?

De Anónimo a 23.07.2008 às 16:52

Tem toda a razão Bernardo. E já agora acabem com o subsídio à selecção nacional, que aquilo não presta para nada e aos jogos olímpicos que a maioria não vai poder ver e às SCUT! Assim como assim, promova-se um auto de fé nos nossos estádios e façamos um suicídio colectivo que acabam-se logo com os problemas graves e urgentes.
Xico

De Anónimo a 23.07.2008 às 17:36

À excepção de Portugal, a ópera continua florescente por toda a Europa. É um espectáculo caro? Sim, com certeza. Mas porque não voltar a apresentá-la no Coliseu, como nos velhos tempos. Torná-la acessível a todas as bolsas. Isso amortizaria (pela lotação do Coliseu) as récitas do S. Carlos.

Acontece que o S. Carlos pratica preços quase iguais aos dos teatros de maior renome europeu, talvez com excepção de Viena, Milão ou Londres. E o nível de vida da Europa, pelo menos da ocidental, é muito superior ao de Portugal.

Então, reveja-se de alto a baixo a política operática, recrie-se uma companhia portuguesa de ópera, que tanto contribuiu para a divulgação da ópera em Portugal no tempo de Serra Formigal, utilize-se o Coliseu e o Centro Cultural de Belém, etc. E mantenham-se em repertório as óperas tradicionais que são elas que possibilitam a afinação do gosto para voos mais sofisticados.

MINA

De Anónimo a 24.07.2008 às 04:58

Bernardo,
olhe que a ópera interessa pelo menos a outro meia-dúzia de NÃO privilegiados...e muito...e esta,hem?

Mina,
na "mouche"!!!
Porque é que a ópera não vai mais ao Coliseu? Formou muito os gostos.
Quase toda a temporada do S.Carlos ia ao Coliseu e a preços bem mais baratos, fumava-se ainda na sala e os bastidores cheiravam a fortíssimos desifectantes por causa dos animais de circo, e vá lá perguntar a quem ainda nos finais da década de 80(!), e até mesmo no início da década de 90,lá cantou se não tem saudades daquele público...

Porque o CCB nunca apresentou uma temporada de Ópera?

Já se deram conta que a Gulbenkian, ainda que em versão de concerto, começa a abordar Óperas das que se apelidam como "mais populares"?

Já repararam como os "Pavilhões Atlânticos" se enchem com com "Carminas Buranas" e espectáculos de óperas mais populares,onde a esmagadora maioria das pessoas "come" gato por lebre,porque estes "pavilhões", são acusticamente um pavor para este tipo de espectáculos, sem referir o embuste de toda a produção a nível artístico?...

A Ópera se bem divulgada e inteligentemente "vendida",é um "produto" tão apelativo,como outro qualquer, já para não falar da famosa descentralização...há salas a Norte que deveriam começar a receber ópera...

A Ópera,caro Bernardo,é
"O ESPECTÁCULO TOTAL"!

O Neo-Liberalismo é que lhe tenta roubar o protagonismo e pelos vistos só dá MAUS muito MAUS resultados...tornado-se pois no pior "espectáculo" para o mundo...

G

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